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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Respiração trifásica do Yoga


Por Carolina Borghetti

A respiração é o ato de levar o ar para dentro dos pulmões, causado por uma mudança tridimensional no formato das cavidades torácica e abdominal (Kaminoff, L., 2008). O uso do diafragma, músculo que favorece esta alteração tridimensional, é a chave para a respiração iogue, ou respiração trifásica do Yoga.

Durante o processo da respiração diafragmática conseguimos perceber o ar preencher nossas cavidades em três regiões distintas: a região abdominal (acima da linha do umbigo, exatamente sobre o músculo diafragma), a região intercostal (nas laterais do tórax, entre as costelas), e a parte superior do peito (próximo às clavículas).

A respiração é também a principal fonte de absorção de prana (energia vital) e eliminação de apana (um dos cinco pranas vitais, relacionado ao processo de eliminação) do nosso organismo.

As escrituras iogues relacionam prana com todo o processo de nutrição/consumo do organismo humano; apana, tudo aquilo que necessita ser excretado para que o organismo se mantenha em homeostase, o equilíbrio, e mantenha-se saudável e jovem (Kaminoff, L., 2008). Quanto mais qualidade houver no ato de inspirar e expirar, mais efetiva é a absorção de prana e eliminação de apana. Quanto mais efetivas estas funções, mais qualidades trazem para as nossas vidas. Respirar bem é estar consciente do momento presente.

Consciência e saúde
Existe uma técnica que nos permite perceber melhor este movimento. Sua prática regular transforma completamente nossa relação com a respiração e serve como um lembrete para respirarmos com qualidade, devido à grande sensação de bem-estar que a técnica oferece.


Deite-se confortavelmente de costas; deixe suas pernas afastadas com os pés tombados naturalmente para fora. Mantenha a cabeça alinhada à coluna vertebral. Sinta-se o mais confortável possível. Deixe a palma de sua mão direita sobre a região abdominal, um pouco acima da linha do umbigo. O cotovelo deve estar relaxado, tocando o solo. A mão direita irá repousar sobre a região do peito, sendo que o cotovelo esquerdo fica também relaxado em contato com o solo.

Mentalmente, divida a região do seu tórax em três: parte baixa, média e alta dos pulmões; sendo a parte baixa próxima ao músculo diafragma; a parte média a região das costelas; e a parte alta a região próxima as clavículas.

 Comece a inspirar preenchendo a parte baixa do abdômen (1). Continue conduzindo o ar percebendo a região média dos pulmões (2), como se as costelas se afastassem aumentando a largura da região do tórax (3). Ainda na mesma inspiração, preencha a totalidade de seus pulmões percebendo a expansão da região das clavículas.

A expiração acontece de forma passiva e natural, e a consciência acompanha também a modificação no formato tridimensional durante este processo; o movimento acontece em sentido oposto. Perceba a região alta dos pulmões baixar (3), a região entre as costelas se comprimir (2) e a região de nosso abdômen cavar (1), por fim, expelindo o ar de maneira efetiva.

Não apresse a sua expiração, deixe que o ar saia de forma gradual. Deixe que inclusive o ar residual saia de seus pulmões, para que a respiração seja a mais profunda possível.

Repita o exercício por, no mínimo, cinco minutos.

É importante ter cuidado para não forçar a inspiração, para que tenhamos ar suficiente para a condução ao longo de toda a extensão dos pulmões. O movimento é lento, fluido e consciente.

Para saber mais sobre a dinâmica da respiração: Anatomia do Yoga (Leslie Kaminoff).

Carolina é psicóloga por formação, mas o coração a levou ao caminho do Yoga, onde encontrou as ferramentas que procurava na busca mais profunda por autoconhecimento. Há dez anos pratica, estuda e dedica-se ao Hatha Yoga. Suas aulas são personalizadas, voltadas às necessidades individuais


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