Por Carolina Borghetti
A respiração é o ato de levar o ar para dentro dos pulmões, causado por
uma mudança tridimensional no formato das cavidades torácica e abdominal
(Kaminoff, L., 2008). O uso do diafragma, músculo que favorece esta alteração
tridimensional, é a chave para a respiração
iogue, ou respiração trifásica do Yoga.
Durante o processo da respiração diafragmática conseguimos perceber o ar
preencher nossas cavidades em três regiões distintas: a região abdominal (acima
da linha do umbigo, exatamente sobre o músculo diafragma), a região intercostal
(nas laterais do tórax, entre as costelas), e a parte superior do peito
(próximo às clavículas).
A respiração é também a principal fonte de absorção de prana (energia vital) e eliminação de apana (um dos cinco pranas vitais, relacionado ao processo de eliminação) do nosso
organismo.
As escrituras iogues relacionam prana
com todo o processo de nutrição/consumo do organismo humano; apana, tudo aquilo que necessita ser
excretado para que o organismo se mantenha em homeostase, o equilíbrio, e
mantenha-se saudável e jovem (Kaminoff, L., 2008). Quanto mais qualidade houver
no ato de inspirar e expirar, mais efetiva é a absorção de prana e eliminação de apana.
Quanto mais efetivas estas funções, mais qualidades trazem para as nossas
vidas. Respirar bem é estar consciente do momento presente.
Consciência e saúde
Existe uma técnica que nos permite perceber melhor este movimento. Sua
prática regular transforma completamente nossa relação com a respiração e serve
como um lembrete para respirarmos com qualidade, devido à grande sensação de
bem-estar que a técnica oferece.
Deite-se confortavelmente de costas; deixe suas pernas afastadas com os
pés tombados naturalmente para fora. Mantenha a cabeça alinhada à coluna
vertebral. Sinta-se o mais confortável possível. Deixe a palma de sua mão
direita sobre a região abdominal, um pouco acima da linha do umbigo. O cotovelo
deve estar relaxado, tocando o solo. A mão direita irá repousar sobre a região
do peito, sendo que o cotovelo esquerdo fica também relaxado em contato com o
solo.
Mentalmente, divida a região do seu tórax em três: parte baixa, média e
alta dos pulmões; sendo a parte baixa próxima ao músculo diafragma; a parte média
a região das costelas; e a parte alta a região próxima as clavículas.
Comece a inspirar preenchendo a parte baixa do abdômen (1). Continue
conduzindo o ar percebendo a região média dos pulmões (2), como se as costelas
se afastassem aumentando a largura da região do tórax (3). Ainda na mesma
inspiração, preencha a totalidade de seus pulmões percebendo a expansão da
região das clavículas.
A expiração acontece de forma
passiva e natural, e a consciência acompanha também a modificação no formato
tridimensional durante este processo; o movimento acontece em sentido oposto.
Perceba a região alta dos pulmões baixar (3), a região entre as costelas se
comprimir (2) e a região de nosso abdômen cavar (1), por fim, expelindo o ar de
maneira efetiva.
Não apresse a sua expiração, deixe que o ar saia de forma gradual. Deixe
que inclusive o ar residual saia de seus pulmões, para que a respiração seja a
mais profunda possível.
Repita o exercício por, no mínimo, cinco minutos.
É importante ter cuidado para não forçar a inspiração, para que tenhamos
ar suficiente para a condução ao longo de toda a extensão dos pulmões. O
movimento é lento, fluido e consciente.
Para saber mais sobre a dinâmica da respiração: Anatomia do Yoga (Leslie Kaminoff).
Excelente apresentação.
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