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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A sabedoria de re.co.lher

Artigo publicado no blog Moksha Yoga
Texto e ilustração por Fabiana Rodrigues

“Recolher. Do latim recolligere. Fazer a colheita de: Semear boa semente para recolher bons frutos. Juntar, reunir (coisas dispersas). Pôr ao abrigo; arrecadar, guardar. Tirar da circulação. Obter como recompensa ou resultado. Guardar na memória. Dar acolhimento ou hospitalidade a; abrigar. Entrar depois de ter saído; voltar para casa. Ir-se, retirar-se (para algum aposento). Concentrar o espírito na meditação: Recolheu-se para ordenar as ideias. Recolhe-se amiúde em demoradas meditações.”

Fonte: Dicionário Michaelis da língua portuguesa

Yoga = União. Recolher-se é também unir partes dispersas, algo essencial ao Yoga.

Estamos entrando da fase de lua nova, e com ela um período de seis dias de recolhimento, trazido pelo magnetismo do lado escuro, invisível e, por que não dizer, do lado de dentro.

Na natureza, neste período as fêmeas não gestantes menstruam o conteúdo que seu útero preparou, eliminam também diversas toxinas e resíduos do corpo pelos intestinos e pele, portanto os aromas corporais podem adquirir mais intensidade.

Com tanto trabalho interno, deve-se cuidar da energia vital, resguardando-a. Que tal ser gentil consigo e se dar este retiro, alinhado com o magnetismo lunar? Ora, somos feitos de 70% água. A lua interfere nas marés e, assim, em nós também.

Já falamos aqui do significado da palavra asana = assento (da alma). É sugerido por muitas sábias professoras de Yoga que se pratiquem sequências terapêuticas de asanas suaves e nutritivos neste período, trabalhando aspectos sutis da consciência e menos intensamente os grupos musculares, dando espaço para uma situação de maciez aos órgãos internos e acalmando o sistema nervoso central.

Dizem os antigos que um animal não costuma se aproximar de uma mulher em seu período menstrual. Será porque entende que ela está mais perto de sua natureza, em um momento de forte exalação de seus poderes, e a respeita como semelhante?

Na Índia as mulheres evitam cozinhar ou entrar em templos religiosos quando menstruam, para não misturar a forte energia na qual estão imersas enquanto emanando o mais significativo condutor de energia vital: o sangue. 

Não se deve entender como um período frágil, mas de recolhimento, reflexão, mergulho na obscuridade, no subjetivo e de refinamento de aspectos sutis da consciência. Muita meditação e pranayamas suaves são bem-vindos e deles se extrairão grandes benefícios.

Neste período mensal as mulheres antigas se reuniam para compartilhar sabedorias delicadas. Parece-me um ótimo momento, já que estão mais conectadas com seu mundo interior.

Curso Relacionado
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Data: 14 de novembro
Local: Yoga Dham (SP)
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Fabiana é instrutora de Hatha Yoga, baseada no método Iyengar, tem 34 anos e pratica há 11. Formada em Arquitetura e Urbanismo, se especializou em Design Gráfico. No passado praticou Kundalini Yoga e Ashtanga Vinyasa Yoga. Quando decidiu se aprofundar no método Iyengar Yoga, iniciou sua formação com Kalidas Nuyken e está finalizando a mesma com Sandro Bosco, em São Paulo. Dedica-se aos estudos, cursos, práticas e ensino deste método. Estudou Biopsicologia com a Dra. Susan Andrews, no Instituto Visão Futuro, com foco em processos de auto-realização do ser humano. Com interesse também em ferramentas como psico-geografia, bioenergética e anatomia emocional, desenvolve no momento um projeto de pesquisa sobre a construção da imagem corporal e outros impactos psicológico-comportamentais da prática de Iyengar Yoga em habitantes de centros urbanos contemporâneos. Editora do blog Moksha Yoga.


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