Páginas

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Sabores da Saúde

Por Madu Cabral

O Ayurveda, sistema milenar de cura indiano relacionado ao Yoga, explica que a saúde não é apenas a ausência de doenças e sim a sensação de bem-estar integral, que envolve sentimentos e pensamentos além do estado de nosso corpo físico.

Uma forma simples e eficiente de equilibrar a saúde é pela alimentação, já que todos nós precisamos comer todos os dias. O Ayurveda ensina que uma forma de buscar esse equilíbrio na alimentação é pela combinação dos seis sabores (doce, ácido, salgado, picante, amargo e adstringente).

Nem sempre relacionamos o que comemos com nosso estado mental e sentimentos, mas nosso almoço pode estar diretamente ligado à irritação no trânsito de tarde. Os alimentos estão tão relacionados com nossos sentimentos que a palavra em sânscrito para sabor, rasa, significa também emoção ou estado de espírito.

Devemos equilibrar a quantidade de cada um dos sabores segundo nossa constituição física (doshas). Nossos corpos, assim como os sabores e tudo no Universo, são formados por uma combinação dos cinco elementos (terra, água, fogo, ar e éter) em diferentes proporções. Desta forma, alguém com muito ar na constituição (pessoas do dosha vata) deve evitar o excesso dos sabores que também são constituídos por ar (picante, amargo e adstringente).

O simples hábito de prestar atenção no sabor do que comemos pode garantir mais equilíbrio e bem-estar. Só que isso não é possível se o almoço for um sanduíche engolido enquanto respondemos e-mails entre uma reunião e outra. A alimentação é uma ótima oportunidade de aplicarmos fora das salas de aula o que aprendemos sobre Yoga.

Descubra qual o seu biótipo ayurvédico AQUI.

Doce (água + terra)
Diminui: vata e pitta
Aumenta: kapha
Equilibrado: contentamento e prazer (carboidratos complexos)
Desequilibrado: letargia e ansiedade (açúcar)

Ácido (terra + fogo)
Diminui: vata e kapha
Aumenta: pitta
Equilibrado: desperta a mente e os sentidos (iogurte e frutas ácidas)
Desequilibrado: tontura, raiva e impaciência (álcool)

Salgado (fogo + água)
Diminui: vata
Aumenta: kapha e pitta
Equilibrado: acalma os nervos e reduz a ansiedade (algas marinhas)
Desequilibrado: raiva, impaciência e letargia (sal)

Picante (fogo + ar)
Diminui: kapha
Aumenta: vata e pitta
Equilibrado: abre a mente e os sentidos (gengibre e cardamomo – suaves)
Desequilibrado: raiva e impaciência (pimentas fortes)

Amargo (ar + éter)
Diminui: pitta e kapha
Aumenta: vata
Equilibrado: clareia os sentidos e emoções (aloe vera)
Desequilibrado: ansiedade, medo e insônia

Adstringente (terra + ar)
Diminui: pitta e kapha
Aumenta: vata
Equilibrado: "esfria a cabeça" e remove a letargia (lima da pérsia)
Desequilibrado: ansiedade, preocupação, medo e insônia (tanino)

Fontes:
Carolina Alencar (naturóloga, terapeuta Ayurvédica)
carualencar@hotmail.com




Obesidade: um Perigo Atual

Por Ceres Teixeira de Moura

Obesidade é um desequilíbrio orgânico caracterizado pelo acúmulo de gordura e o consequente aumento de peso, que predispõe o organismo a uma série de enfermidades cardiovasculares, hipertensão, diabetes tipo 2, osteoartrite, hepatite e alguns tipos de câncer, levando a uma menor expectativa de vida.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) considera a obesidade um dos dez principais problemas de saúde pública mundial. É uma epidemia que afeta 300 milhões de pessoas no mundo, sendo 17 milhões só no Brasil.

A Raiz do Problema

O excesso de peso é um desequilíbrio multifatorial, cujas principais causas são:

– Excesso de alimentação, que ocorre quando a ingestão é maior do que o gasto energético, causando acúmulo.

– Erro alimentar, devido a dietas de alto teor calórico, principalmente na forma de carboidratos e lipídios. O baixo teor de fibras também é um agravante que provoca retenção dos resíduos, levando à constipação crônica, hemorroidas, edema etc.

– Desequilíbrio hormonal, como aquele que ocorre no hipotireoidismo. Nesse caso, a glândula tireoide, responsável pela regulação do metabolismo orgânico, está hipoativa, o que deixa o metabolismo lento e, consequentemente, queima menos calorias.

– Sedentarismo, causado pela pouca ou nenhuma atividade física e, não-raro, muitas horas de sono.

– Problemas emocionais como ansiedade, depressão, baixa autoestima, perdas afetivas, insegurança, compulsão obsessiva. Tais estados de desequilíbrio levam a um consumo automático de carboidratos, principalmente na forma de açúcares simples, que produzem sensação temporária de calma e geram um ciclo vicioso.

– Predisposição genética. Pesquisas apontam que filhos de pais obesos têm maior propensão a desenvolver obesidade, principalmente quando essa genética interage com fatores ambientais. É bom lembrar que não podemos mudar nossos genes, mas podemos mudar nossos hábitos.

– Uso prolongado de alguns remédios esteróides, antidepressivos, anticoncepcionais e vitaminas.

O Perigo nos Hábitos

Desde a explosão da era industrial, vem ocorrendo em todo o mundo o fenômeno do êxodo rural. As massas se concentram nos centros urbanos e mudam radicalmente o estilo de vida. Populações antes dedicadas às atividades braçais se dedicam hoje às atividades burocráticas. Antes adeptas dos hábitos alimentares naturais se voltam hoje ao industrializado.

A vida moderna tem um ritmo acelerado, o que deixa as pessoas com pouco tempo para exercitar-se e alimentar-se corretamente. O sedentarismo impera em grande parte das ocupações profissionais urbanas, mantendo as pessoas horas sentadas em frente ao computador, em um ambiente com luz artificial, ar-condicionado, locomoção via esteiras rolantes, elevadores e carros. O sistema de “fast-food” também é uma triste realidade mundial que estimula o alto consumo de carboidratos e lipídios, na forma de carnes gordurosas, hambúrgueres, linguiças, frituras, excesso de ovos e laticínios, refrigerantes, cervejas e outras bebidas alcoólicas, doces, sorvetes e chocolates.

O elevado consumo de alimentos industrializados contendo corantes, acidulantes, antiumectantes, antioxidantes, conservantes, espessantes, gorduras hidrogenadas, excesso de sal, açúcar e farinhas refinadas, também contribui para a prevalência da obesidade.

Nas grandes cidades, as pessoas têm pouca ou nenhuma conexão com a natureza, o que gera respiração deficiente, mente hiperativa e estresse constante. Os hábitos de hoje distanciam as pessoas cada vez mais de suas essências e pequenas mudanças nesses hábitos podem fazer grande diferença no equilíbrio da saúde.

Ceres Moura é adepta do Yoga e vegetariana há 30 anos. Nutricionista , terapeuta ayurvédica e professora de formação de instrutores de Yoga.
http://www.lakshmi.com.br/


Yoga e Obesidade

Por Ceres Teixeira de Moura

O Yoga é uma prática holística milenar repleta de benefícios terapêuticos. É uma filosofia de vida irmã do Ayurveda que preconiza hábitos saudáveis para o corpo, a mente e o espírito. Dentre seus maravilhosos recursos, os exercícios respiratórios estão entre os principais para favorecer o bem-estar e o equilíbrio. Os pranayamas (exercícios respiratórios) atuam na captação, armazenamento e distribuição consciente de oxigênio e bioenergia (prana). É por meio do controle da respiração que conseguimos alterar estados emocionais, diminuir a ansiedade e combater o estresse.

O Yoga oferece um leque de opções, mas podemos citar como exemplos alguns pranayamas específicos como sitali e sitkari que atuam sobre o hipotálamo, regulando a sensação de fome e proporcionando serenidade; rajas e bhastrika que aumentam a vitalidade, minimizando sentimentos de depressão e melhorando a autoestima.

As posições psicofísicas do Yoga (asanas) desenvolvem a força muscular, a flexibilidade, o vigor, a concentração, a consciência corporal e o equilíbrio. Quando executadas de maneira mais intensa, proporcionam maior gasto energético. Para os de constituição kapha, comumente mais gordinhos, recomenda-se executar os asanas com mais repetições e menor tempo de permanência.

Os bandhas (compressões musculares) são excelentes coadjuvantes, pelo efeito específico sobre o sistema nervoso e glandular, equilibrando a produção hormonal. O uddiyana bandha e o nauli kriya são técnicas que massageiam os órgãos do aparelho digestivo, tonificando baço, pâncreas, fígado, estômago e intestinos. O jihva bandha atua sobre as glândulas salivares, a hipófise e a pineal, chamadas glândulas mestras, por regularem todas as funções corporais e psíquicas. Já o jalandhara bandha equilibra as funções da tireoide, responsável pelo metabolismo e paratireoides, responsáveis pela captação de cálcio no organismo. Quando executados juntamente com os asanas, mudras e pranayamas específicos, formam um feixe de técnicas que potencializam todos os benefícios.

Por fim, podemos ressaltar os fantásticos efeitos proporcionados pelas inúmeras técnicas de relaxamento, mentalização e meditação. O relaxamento consciente é um meio eficaz de combate à tensão e padrões psicológicos nocivos. Descontrai todo o corpo, desacelera o biorritmo e acalma a mente.

As técnicas de mentalização são aplicadas para desenvolver, unificar e direcionar a força do pensamento. O sankalpa é uma resolução interna que se faz com correta intenção para cumprir um objetivo específico. Consiste em concentrar a energia da mente criando em pensamentos aquilo que se almeja alcançar, tanto no plano da matéria, como em níveis mais sutis. Assim, o sankalpa penetra no subconsciente, despertando e potencializando as qualidades positivas naturais que a pessoa já dispõe, mas que frequentemente mantém adormecidas por não reconhecê-las.

A meditação é a desaceleração das ondas mentais. Consiste em deter as turbulências da mente e criar um estado interior no qual nos tornamos conscientes de nossos pensamentos e emoções, gerando um estado de perfeita lucidez, total alerta, plena atenção e equanimidade, eliminando antigos condicionamentos e proporcionando um desenvolvimento pleno na profundeza do ser.

Essas práticas são ferramentas poderosas para o equilíbrio geral do corpo que, com o autoconhecimento, passa a reconhecer hábitos saudáveis e a descartar vícios que prejudicam a saúde. A perda de peso é apenas uma consequencia do equilíbrio integral.

Ceres Moura é adepta do Yoga e vegetariana há 30 anos. Nutricionista , terapeuta ayurvédica e professora de formação de instrutores de Yoga.
http://www.lakshmi.com.br/


Saúde Natural

Por Ceres Teixeira de Moura

Para a naturopatia e o Ayurveda o acúmulo de toxinas no organismo causa a grande maioria das enfermidades, entre elas a obesidade. As toxinas (ama em sânscrito) vêm de diversas fontes: alimentação errada, aditivos, agrotóxicos, água contaminada, metais pesados, ar poluído, cigarros, álcool e drogas.

Na visão do Ayurveda existem três doshas (tipos constitucionais): vata, pitta e kapha. Cada um deles tem características físicas e psíquicas específicas e dentre eles o que tem mais tendência para engordar é o kapha. No entanto, os outros doshas também podem gerar sobrepeso quando em desequilíbrio.

De uma forma geral:

Pitta tem apetite forte, com atração acentuada por doces e carnes, podendo se exceder na quantidade. Ganha peso em músculos mais facilmente e tem tendência a inflamações.

Vata tem sistema nervoso agitado, com tendência a ansiedade e crises de insegurança. Seu apetite é irregular e o peso flutuante. Pode comer muito açúcar, o que produz sensação de calma e segurança.

Kapha tem metabolismo lento, apetite contínuo, compulsão alimentar, tendência a desequilíbrios hormonais, retenção de líquido e gordura, fraqueza nos rins e pâncreas, pulso fraco e baixa energia, o que justifica claramente seu ganho de peso fácil.

Uma Solução

A medicina convencional alopática comumente prescreve drogas químicas para redução de peso, mas essas são contraindicadas na medicina natural, devido aos efeitos colaterais adversos sobre o sistema nervoso e o sistema digestivo. As drogas diminuem o fogo digestivo (agni) e prejudicam a absorção de nutrientes. Além disso, o efeito é temporário: quando suspenso o medicamento, o peso aumenta novamente.

O tratamento natural preconizado é de médio a longo prazo. Diminuir ama é a primeira meta! Para tal, são aplicadas diversas terapias de desintoxicação:

1) Dietas de redução calórica não-drásticas, visando adesão ao tratamento e evitando perda súbita de peso, que pode ser prejudicial à saúde. No entanto, em alguns casos o jejum (acompanhado por um profissional) deve ser recomendado.

2) Incluir muitas frutas e vegetais, principalmente crus e cozidos no vapor. Consumo de grãos integrais, germinados, castanhas e sementes, todos ricos em minerais, vitaminas e fibras. Chás diuréticos e sucos frescos para estimular os rins. Alimentos amargos que atuam sobre o fígado, reduzindo a gordura. Evitar farináceos, principalmente os refinados e, se possível, evitar ao máximo os produtos à base de farinha de trigo, ricos em glúten e fermento. Reduzir laticínios, preferindo pequenas quantidades de iogurte natural e ghi medicado.

3) Uso de especiarias picantes que melhoram a digestão, aceleraram o metabolismo e aumentam o agni (pimentas, gengibre, açafrão). Ervas laxativas e tônicas. Ervas para acalmar a mente (brahmi). Ervas para limpar o organismo, desintoxicar.

4) Pancha Karma, que consiste num programa de terapias avançadas do Ayurveda, específicas para purificação e recuperação geral do organismo. Dentre essas estão: vomição, enema, sudação, oleação, massagens e outras que merecem um artigo à parte.

Contato com a natureza, boa respiração, nutrição saudável e exercício físico regular são as melhores formas de prevenção. Entre as atividades aeróbicas, podemos recomendar danças, caminhadas, natação, ciclismo, esportes e musculação. Entre as atividades orientais recomendamos taichi, artes marciais e Yoga.

Ceres Moura é adepta do Yoga e vegetariana há 30 anos. Nutricionista , terapeuta ayurvédica e professora de formação de instrutores de Yoga.
http://www.lakshmi.com.br/


terça-feira, 18 de maio de 2010

O Consumidor e o Consumido

Por Dr. David Frawley
Publicado na edição 24 dos Cadernos de Yoga.
Tradução: Gustavo Cunha

O materialismo da cultura moderna não é mais evidente, em parte alguma, do que na nossa sociedade orientada para o consumidor. Na maior parte do tempo, funcionamos como consumidores, tomando produtos do mundo exterior e utilizando-os. Não somos criadores, mas espectadores e consumidores de coisas que nos são dadas do exterior.

Somos consumidores não apenas no aspecto material em relação a comida, roupas, carros e novos relacionamentos, mas também nos aspectos intelectuais e espirituais, com livros novos, cassetes e seminários. Trazemos conosco a mentalidade de consumidor onde quer que vamos. Todo o consumismo é um tipo de ingestão, no qual ingerimos algum produto do mundo exterior. Nesse processo, tornamo-nos mais materialistas, pesados, densos e dependentes.

O consumidor é o consumido. Ser um consumidor é estar envolvido num processo de destruição. O consumo ocorre como a inércia da matéria que se alimenta de si mesma. Eventualmente, nós próprios somos jogados fora como o jornal do dia anterior. No processo de consumir coisas, a nossa vida e criatividade são devoradas pelas forças comerciais e interesses mundanos. Ingerimos sensações temporárias ou ideias que nos mantêm distraídos, afastados do nosso verdadeiro Ser e das suas nobres aspirações.

Projetamos esta mentalidade orientada para o consumidor no mundo espiritual. Procuramos obter a informação espiritual certa, ir aos lugares certos e experienciar as coisas certas de modo a consumir o nosso caminho até Deus ou à iluminação. O ego é o consumidor. Consumir é a lógica do ego material para se alimentar, expandir e crescer. Ser um consumidor é o nível mais primitivo de existência. É ser uma boca, um comedor, um devorador de coisas. Não é ver, mas comer ou ser comido.

Para descobrirmos a verdade do que somos, temos que descartar a mentalidade de consumidor e reafirmar a nossa dignidade espiritual como observadores desapegados. O nosso verdadeiro ser é a consciência. É imaterial, vazia de coisas, desprovida de tudo o que é exterior. Não podemos chegar à nossa verdadeira natureza através de algum tipo de consumo, mas apenas deixando-nos ser consumidos por ela.

cadernosdeyoga.com.br
Texto extraído do livro Vedantic Meditation de David Frawley. www.vedanet.com.


A Cura pela Visão

Por Márcia De Luca


As imagens que penetram em nossos olhos atuam profundamente em nosso corpo, mente e emoções. Enquanto observamos um magnífico pôr do sol, geramos substâncias químicas que nos acalmam e nos dão prazer. Por outro lado, assistir a um filme de violência detona um dilúvio de hormônios que provocam estresse e inundam nossa circulação agitando cada célula do corpo. Escolher estímulos visuais positivos é tão importante quanto escolher alimentos nutritivos.


Assim como os sons primordiais podem ser úteis para equilibrar nossa mente e nosso corpo por meio da audição, as formas primordiais podem gerar maior coerência em nossos cérebros, provocando uma influência que equilibra e acalma. Em algumas culturas do mundo, utilizam-se belos desenhos para aquietar a mente agitada. Um desenho clássico é conhecido por Sri Yantra que simboliza as forças criativas do universo.


Podemos também melhorar nosso bem-estar e o ambiente em que vivemos e em que trabalhamos com o uso criativo da cor:


- Nuances de cores pastel e tons de terra tranquilizam o elemento Ar.
- Cores frias, claras – azuis, verdes e branco – equilibram o princípio Fogo.
- Cores brilhantes, fortes e intensas com formas e desenhos vibrantes ajudam a energizar o princípio Terra.


Experimente:
Meditação no Yantra AQUI!
Yoga para os olhos AQUI!


Curso com Márcia De Luca:


Yoga Ayurveda e Liberdade


Márcia De Luca e Pedro Kupfer

Data: 29 e 30 de outubro
Horário: sábado das 9h às 17h domingo das 9h às 13h
Local: Yoga Flow CIYMAM (São Paulo-SP)
Infos AQUI

Márcia De Luca é praticante, estudante e professora de Yoga e Ayurveda, autora de diversos livros sobre o assunto e idealizadora do projeto Yoga pela Paz e da Filosofia de Bem-Viver. http://marciadeluca.com/ 
Contatos: (11) 3168-5096 ou andrea@marciadeluca.com.br


A relação entre Yoga e Meio Ambiente

Por Tales Nunes
Publicado na edição 24 dos Cadernos de Yoga

O Yoga é muito mais do que uma prática corporal, é um estilo de vida. E, como um estilo de vida, abarca não apenas o âmbito individual, mas o coletivo. Um indivíduo, que tenha um comprometimento com uma vida de Yoga, tem influência nas pessoas ao seu redor e no ambiente em que está inserido. Vejamos então como a prática de Yoga está vinculada a uma atitude ecologicamente ética e a uma aproximação da natureza.

O Yoga propõe uma conduta ética que é balizada por valores que chamamos de yamas. Entre estes, estão a não-violência e o desapego. Existem outros valores yogis, mas a incorporação de apenas esses dois no nosso dia a dia é em si uma postura revolucionária, de transformação ambiental coletiva.

Compreender o que é desapego e incorporar esse valor nos mostra que podemos levar uma vida muito mais simples do que levamos. Ajuda-nos a ver os bens materiais de maneira mais objetiva, colocando o valor de uso acima do fetiche. E isso faz com que tenhamos a lucidez para consumirmos menos, o que significa poupar a natureza e poluir menos. Por sua vez, viver a não-violência é fundamental para que preservemos e tentemos evitar causar dano a qualquer tipo de manifestação de vida.

E como ferramenta de transformação, o Yoga nos oferece, também, uma ampla gama de práticas corporais. A partir da consciência do nosso corpo, da nossa respiração, do espaço que ocupamos no mundo, o Yoga ajuda a nos conectar com os ritmos e as forças da natureza. Além disso, por meio da meditação e do questionamento, o Yoga nos coloca numa postura de reflexão sobre qual é o nosso papel individual e social na vida. São muitos os relatos de praticantes de Yoga que mudaram completamente o seu estilo de vida, simplificando-o.

São frequentes os casos de pessoas que pararam de comer carne, outras que largaram seus trabalhos, pois descobriram que estes não faziam mais sentido em suas vidas (muitas vezes por serem trabalhos eticamente questionáveis) ou mesmo que saíram da cidade e foram morar junto à natureza. Há diversas histórias também de yogis que permaneceram nas cidades, mas engajaram-se em trabalhos sociais ou ambientais.

Em Curitiba, temos um grupo de yogis engajados na campanha a favor do uso da bicicleta e do movimento "Jardinagem Libertária", em prol de uma ocupação mais humana dos espaços públicos urbanos. Estas são pessoas que fazem a diferença e não esperam pelo poder público para realizar as mudanças que o nosso planeta pede hoje. A transformação que precisamos realizar é muito mais urgente do que a aparelhagem estatal consegue efetivar. E é justamente nesse ponto que entra o Yoga, tocando as pessoas e mobilizando-as a mudar, a fazer diferente, a fazer mais consciente.

Hoje a causa ambiental está em cena. Empresas que poluem, exploram e degradam o meio ambiente apresentam uma imagem de responsabilidade social e ambiental. Outras tantas usam esse filão para vender mais dos seus produtos. O que é um paradoxo, pois quanto mais consumimos, mais degradamos. Ou seja, está na moda ser "ecológico" e nós sabemos exatamente o que fazer, coletivamente e individualmente, para minimizar os danos que estamos causando no nosso planeta. Porém, parece haver um fosso enorme entre a teoria e a prática. Esquecemos que as grandes transformações são feitas a partir de pequenos atos cotidianos. E assim seguimos querendo mudar o mundo, com o discurso mudado, totalmente consciente, porém sem querer abrir mão de muitos dos nossos confortos.

Vejo o Yoga, nesse sentido, como um educador, um disciplinador. Um disciplinador do nosso corpo, ensinando-nos a nos alimentarmos melhor e a consumirmos alimentos de boa procedência (que agridam o mínimo o meio ambiente e que sejam saudáveis ao nosso corpo). Um disciplinador da nossa mente, refreando os nossos desejos, ensinando-nos que consumir não nos faz mais felizes, como insistem em nos inculcar as propagandas. Acredito, portanto, que o Yoga pode promover a ponte entre a teoria e a prática, justamente pela disciplina física, mental e emocional que promove.

Uma das razões do nosso planeta estar na situação de degradação atual é o nosso antropocentrismo, a nossa ideia equivocada de que podemos controlar a natureza. Julgamo-nos como uma espécie superior às demais e olhamos a natureza como "recurso", que está aí para nos servir e ser usado por nós para suprir os nossos desejos que, vale ressaltar, não são necessidades, são luxos. E, por causa disso, os espaços naturais foram reduzidos. E antes o que nos englobava, florestas, vegetação natural, foi por nós englobado, cercado, demarcado, restringido.

A nossa ciência entende e manipula aspectos isolados da natureza. O todo, a compreensão global, o encadeamento de causas e consequências mais distantes e a longo prazo, nos é, na maior parte dos casos, desconhecido, ou no máximo especulado. Compreendendo isso, Goethe disse: "A natureza reservou para si tanta liberdade que não estamos em condições de competir com ela em toda a sua extensão ou de acossá-la com o nosso saber e nossa ciência".

A filosofia yogi traz consigo essa consciência. Que é a consciência de unidade entre todas as manifestações de vida, entre nós e a natureza. E, a partir disso, não comer carne não nasce de uma atitude de ativismo ambiental – apesar de hoje haver argumentos de preservação ambiental suficientes para pararmos de comer carne –, mas de uma atitude de reverência a todas as manifestações de vida, de respeito à natureza.

E, mesmo sendo vegetarianos, estamos às avessas com o que escolhemos para nos alimentar. Quando moramos em cidades e não produzimos o nosso próprio alimento, perdemos a consciência sobre a cadeia alimentar. Os alimentos chegam às nossas mãos praticamente prontos. Assim, perdemos também a consciência sobre todo o processo de produção do alimento. É isso que faz com que a criancinha que vive na cidade se sinta maravilhada ao descobrir que o ovo vem da galinha. Ou o que faz com que ela ignore que a carne que ela come vem do mesmo bichinho que ela vê nos desenhos animados da televisão. Esses são exemplos grotescos, mas o fato é que hoje é difícil monitorar a forma como é produzido o que comemos. Especialmente no nosso país, onde não podemos confiar nos órgãos públicos reguladores que deveriam garantir a qualidade do que é produzido. Cabe a nós buscar, vegetarianos ou não, pesquisar e procurar consumir alimentos frescos, de preferência não industrializados e de pequenos produtores locais, para podermos saber a origem do que nós consumimos.

Consumo consciente não se restringe aos alimentos, inclui muita atenção diária e reflexão sobre o que realmente necessitamos, o que é superficial e o que é necessário. Precisamos ter claro o valor que os objetos realmente têm para nós. Como indivíduos, cidadãos e yogis temos esse comprometimento com a coletividade e com o meio ambiente. E se agirmos (consumirmos) conscientes e pensando não só em nós, mas no todo, já estamos fazendo muito. Consumir consciente é uma grande força de reivindicação que nós temos e o Yoga pode ser uma importante ferramenta que nos mantém alertas, despertos, com o pensamento voltado para nós e para o Todo.

Desde 2008 Tales edita os Cadernos de Yoga e ministra cursos de Formação em Florianópolis (UFSC), Fortaleza, Goiânia e Aracaju. É diretor da Aliança do Yoga e vice-presidende do Incomun - Instituto Comunitário de Desenvolvimento Sustentável. Atualmente dedica-se ao estudo de Vedanta com a prof Gloria Arieira.
contato: wwww.vidadeyoga.com.br | vidadeyoga@gmail.com
www.cadernosdeyoga.com.br
www.aliancadoyoga.com.br
www.incomun.org.br


Meditação no Yantra

Por Márcia De Luca



Enquanto você olha para o yantra, focalize o seu centro. Este ponto central é chamado de bindu e representa a unidade que está por trás de toda a diversidade do mundo físico.

Agora focalize o triângulo que envolve o bindu. O triângulo que aponta para baixo representa o poder criativo feminino, enquanto que o triângulo que aponta para cima representa a energia masculina.

Expanda seu olhar até incluir os círculos externos aos triângulos. Eles representam os ciclos dos ritmos cósmicos. A imagem do círculo incorpora a noção de que o tempo não tem início nem fim. A região mais longínqua do espaço e o núcleo mais interno de um átomo pulsam ambos com a mesma energia rítmica da criação. Esse ritmo está dentro e fora de você.

Perceba as pétalas de lótus do lado externo do círculo. Observe que elas apontam para fora, como que se abrindo. Elas ilustram o desdobrar de nosso entendimento. O lótus também representa o coração, o assento do Eu. Quando o coração se abre, o entendimento vem.

O quadrado na parte externa do yantra representa o mundo da forma, o mundo material que nossos sentidos nos mostram, a ilusão de separação, de limites e fronteiras bem definidos. Na periferia da figura existem quatro portais em forma de T. Observe que apontam para o interior do yantra, os espaços mais internos da vida. Eles representam nossa passagem terrena do externo e material para o interno e sagrado.

Agora, por alguns instantes olhe para dentro do yantra, permitindo que as formas e desenhos diferentes surjam naturalmente e deixe que seu olhar fique desfocado. Olhe para o centro do yantra. Sem mover os olhos, gradualmente comece a expandir seu campo de visão. Continue a expandi-lo até que esteja recebendo informação de mais de 180º. Observe que toda esta informação estava lá o tempo todo, que você apenas se conscientizou disso agora. Agora, lentamente, reverta o processo voltando a enfocar novamente o centro do yantra.

Lentamente, feche os olhos. Você ainda pode ver o yantra com os olhos da mente. Os desenhos representados por essas formas primordiais expressam as forças fundamentais da natureza. Elas governam o mundo e governam você.


Márcia De Luca escreveu esse texto para seu curso de Formação de Professores. É autora do livro Ayurveda – Cultura de Bem Viver (Editora de Cultura) e apresenta na Rádio Eldorado os Boletins Filosofia de Bem Viver. www.ciymam.com.br


terça-feira, 11 de maio de 2010

OS Cinco Portais para a Farmácia Interna: Audição

Por Márcia De Luca

A VIDA É INTERAÇÃO ENTRE O AMBIENTE E NÓS MESMOS.
Os cinco órgãos dos sentidos – nossos ouvidos, pele, olhos, língua e nariz – são portais pelos quais percebemos o mundo. Assim como os tecidos de nosso corpo são formados a partir do alimento que ingerimos, nossa mente forma-se a partir de nossas impressões sensoriais.

A qualidade destas impressões determina a qualidade de nossos pensamentos e sentimentos. Sons, sensações físicas, visões, gostos e cheiros, tudo pode ser utilizado para equilibrar, nutrir e curar. Dar preferência aos estímulos que equilibram nossa atual fisiologia psicofísica assegura ótima integração entre mente, sentidos, corpo e ambiente.

A cura pelos sons
Enquanto ouvimos palavras inspiradoras ou uma bela peça musical, uma cascata de substâncias químicas produtoras de prazer corre por nosso corpo, restaurando a saúde e a totalidade. Praticamente toda cultura no mundo reconheceu as propriedades curadoras e unificadoras do som. O som pode ser usado para criar harmonia e coerência dentro de nosso corpo, mente, emoções e espírito.

Sons que promovem cura são chamados sons primordiais. Sons primordiais são vibrações da natureza, mais sutis que as palavras ou a linguagem. O soprar do vento, a cadência da chuva e o canto dos pássaros são exemplos de sons primordiais. Esses sons da natureza nos lembram nossa natureza essencial.

Os mantras são sons primordiais que expressam vibrações fundamentais da linguagem. Quando usados em meditação silenciosa, os mantras servem de veículo para aquietar a mente e expandir a consciência.

A música é outra força curativa poderosa, que tem profunda influência em nosso corpo e em nossa mente. Há músicas que nos animam, transmitindo-nos energia quando estamos nos sentindo letárgicos ou deprimidos, enquanto melodias suaves nos acalmam quando estamos nos sentindo ansiosos. Cada indivíduo reage a seu próprio modo a diferentes tipos de música. Experimente à vontade até encontrar a música que o agrade e crie sua própria playlist de sons curativos.

Leia também:
A rotina de saúde apropriada para seu biótipo segundo o Ayurveda.

Márcia De Luca escreveu esse texto para seu curso de Formação de Professores. É autora do livro Ayurveda – Cultura de Bem Viver (Editora de Cultura) e apresenta na Rádio Eldorado os Boletins Filosofia de Bem Viver. www.ciymam.com.br


Meditação para Crianças

Por João Soares e Rosa Muniz ─ Yoga com Histórias

É importante acreditarmos que as crianças podem se iniciar na meditação, mesmo que isso a princípio aconteça apenas por alguns minutos, ou menos.

A nossa mente, assim como a das crianças, vive em um turbilhão de pensamentos e desejos. E, nesse processo, não conseguimos nos observar e entender o que realmente queremos. Com excessos de desejos, criamos e acreditamos em nossos sofrimentos, valorizando cada vez mais a ideia de que ter é muito mais importante do que ser.

Proporcionar à criança a percepção de que existe um espaço interior, onde ela pode se recolher, buscar orientação, se conectar com um aspecto mais sagrado de si mesma, é também a função da meditação para crianças.

Geralmente os pequenos estão prontos para se iniciarem na meditação quando conseguem acompanhar uma história, mas é importante que eles percebam que isso não é uma obrigação.

Devemos deixar claro que acompanhar uma história, um relaxamento etc., ainda não é meditação, mas sim instrumentos importantes que prepararão a criança. Meditar é entrar em contato, ir além da mente, perceber o que acontece quando a mente silencia e algo se expressa.

Para os adultos, poderíamos chamar esse "algo" de Deus interior, Essência, etc., mas para as crianças, aqui, chamaremos de força interior.

Como sempre partimos do lúdico, faz-se necessário o uso das imagens que surgem com as histórias até o ponto em que o professor pedirá para a criança só observar a força, ou o que ela percebe dentro de si, aí sim podemos acreditar que a criança terá seus próprios elementos para meditar.

A meditação oferece, comprovadamente, uma série de benefícios para crianças, entre eles: diminuição do fluxo de ondas betas no cérebro, que estão relacionadas ao estresse, adrenalina e cortisol, além de ajudar no controle das reações impulsivas (cérebro reptiliano). Ajuda também a trabalhar em ondas alfas que estimulam a criatividade e o aprendizado, como também o olhar mais holístico para o universo.
A meditação estimula partes do cérebro que estão relacionados à autoestima, ou seja, também estimula a inteligência intrapessoal. Ajuda no combate ao déficit de atenção, estresse e hiperatividade infantil, potencializa a concentração.

Se a meditação for praticada antes da aula de Yoga, ou fora desse contexto, sugerimos alguns alongamentos para preparar o corpo. As crianças podem se sentar diretamente em seus tapetes, mas podemos também usar um cobertor ou uma almofada para elevar o quadril, o que ajudará a manter a coluna reta.

Para começarmos com nossa meditação, vamos usar a figura do mago, que já é conhecido pelas crianças.

O Cristal Mágico

Feche seus olhos e me acompanhe nessa jornada: sinta seu corpo confortável, suas costas esticadas e seu rosto completamente relaxado.

Respire devagar como se seu corpo fosse um imenso balão a se encher. Solte o ar devagar como se o seu corpo fosse um imenso balão a se esvaziar. Encha o balão. Esvazie o balão.

Sua mente está tranquila e pronta para passear no mundo da imaginação!

Gostaria de lhe apresentar um amigo muito especial! Um antigo mago, que viajou por toda a Índia e aprendeu muitas coisas interessantes! Com suas barbas compridas e bochechas rosadas, sempre foi respeitado por todos, em todos os lugares do mundo, pois seus poderes mágicos, sua sabedoria e sua bondade já ajudaram muitas e muitas pessoas!

Ele traz uma pedra, coloca em suas mãos e pede para que você a segure.
Sinta a pedra com suas mãos.

Toque, explore. Sinta sua textura. Sinta sua temperatura.

Perceba se ela é lisa, quente ou fria, grande ou pequena. O Mago pede que você segure a pedra com as duas mãos e sinta tudo que você consegue perceber. Esta pedra foi criada pela Mãe Terra há muito, muito, tempo atrás e traz dentro dela toda a força de todo este tempo: uma grande e poderosa energia!

Perceba que, ativada pelo toque de suas mãos, pelo seu poder pessoal, toda esta força se ativa, torna-se novamente viva. Sinta como a pedra brilha intensamente. Perceba que ela se transforma em um lindo cristal!

O cristal tem o poder de enviar energia para todo o seu corpo, para os seus pensamentos e para a sua alma! Sinta seu corpo forte e vivo! Sinta seus pensamentos tranquilos e inteligentes. Sinta sua alma viva dentro de você.

Sinta que a energia de todas as coisas da vida também está presente dentro de você!

E sentindo toda esta magia, permaneça em silêncio...

Leia também:
Praticando com Ganesha
Dicas do Théo
Amigos do Yoga

Texto escrito por João Soares e Rosa Muniz para o curso de formação para professores de Yoga para crianças. Visite www.yogacomhistorias.com.br


Destino: Yoga

Por Lygia Lima

A Califórnia se transformou em um dos principais locais de peregrinação para os iogues modernos que procuram práticas contemporâneas de Hatha Yoga. A diversidade de métodos atrai cada vez mais buscadores do equilíbrio e do autoconhecimento.

Tem para todos os gostos: além dos tradicionais Iyengar e Ashtanga Yoga, encontramos Bikram Yoga, Power Yoga, Anusara Yoga, AcroYoga, Kundalini Yoga, Bhakti Hatha Yoga, Happy Yoga e por aí vai. O roteiro, além de aulas, pode incluir uma programação diversificada de acordo com esse lifestyle, com massagens e visitas a spas, restaurantes de raw food (comida crua) – moda entre os iogues – e até uma balada também iogue: kirtan ou trance dance.

Para começar
Sugiro um período de 10 a 15 dias para essa viagem. É necessário um visto B2 (de turista) para os Estados Unidos. Na mala, roupas confortáveis, de acordo com o clima da época. Lembre-se que o mercado iogue americano de consumo é impressionante: livros, CDs, roupas, tapetinhos e gadgets. Caso fazer compras esteja no seu roteiro, reserve lugar na mala.

Para suar
Apesar de fundamentado nas tradições ancestrais do Hatha Yoga Indiano, o Power Yoga nasceu na Califórnia com o professor Byan Kest. Um dos mais populares professores de Santa Monica, Bryan tem suas aulas sempre lotadas – mais de 100 pessoas. Com uma prática vigorosa, muita permanência e sem música, a aula tem uma intensidade única.

Seu estúdio é o pioneiro em aulas com donation basis, onde o aluno paga o que puder, se puder. O pagamento é depositado, depois da aula, em uma caixinha que fica aberta: você deposita quanto quer e pega o troco que achar necessário.
Para saber mais, visite o site: www.poweryoga.com

Para relaxar
Para conseguir passar pela maratona de práticas – que pode chegar até três balanceadas por dia – aconselho os tratamentos relaxantes e revigorantes do Exhale Spa, que fica ao lado do estúdio do Bryan. O cardápio inclui, além de tratamentos tradicionais como shiatsu e reflexologia, massagens feitas a quatro mãos, tratamentos de desintoxicação, massagem crânio-sacral e tratamento para casais.
Para saber mais, acesse o site: www.exhalespa.com

Para passear
Costumo me hospedar em hotéis na área do Promenade, região central em Santa Monica – Venice, com lojas, cinemas, restaurantes e muitas opções de passeios a pé, coisa rara em Los Angeles. O píer de Santa Monica é o must para uma meditação no pôr do sol. Você pode até experimentar essa meditação nas alturas, em uma roda gigante de frente para o mar, um dos cartões postais da cidade dos anjos.


Lygia Lima estudou e foi assistente de Bryan Kest, fez algumas especializações com Shiva Rea, pratica Kundalini Yoga com Gurmuk e Happy Yoga com Steve Ross. Anualmente, compartilha essas fontes de conhecimento com seus alunos organizando viagens e roteiros para Los Angeles, a próxima está marcada para sair em 21 de julho e voltar em 31 de julho.

Para maiores informações:
lygialimayoga@terra.com.br
(11) 7959-2088


Yoga para Crianças e Meio Ambiente

Por Adriana Vieira e Bruna Fogaça

Muito se fala sobre educação escolar, educação ambiental e, atualmente, em "Yoga na educação infantil". Que tal unirmos todas essas "educações" numa aula só?

No Yoga, buscamos sempre respeitar nossos limites, nos interiorizando e praticamos a não violência para conosco e com os outros. E a não violência à nossa mãe Terra, que nos fornece tudo o que temos, somos parte dessa natureza.

Respeitar a nós mesmos começa com o respeito aos animais e plantas, à água e com a utilização dos 3 "erres" da reciclagem: reduzir, reaproveitar e reciclar. Temos que nos preocupar e ensinar nossos pequenos desde cedo a pensarem melhor qual o lixo que eles irão produzir; pensar melhor antes mesmo de comprar algo, o que ingerimos e o que descartamos!

Observar a natureza é um grande aprendizado...

Os antigos indianos observaram e criaram os asanas (posturas do Yoga) imitando a própria mãe natureza: os animais, as árvores, os sons, então, nada mais propício do que fazer o mesmo ao ensinar nossas crianças!

Educando para o Futuro
Trabalhar ensinando Yoga para crianças é uma grande responsabilidade, pois é um período em que o corpo e cérebro estão em grande transformação e absorvendo todas as informações, sejam elas físicas ou psicológicas.

Durante as aulas, podemos conduzir as historinhas ligado-as ao meio ambiente, fazendo com que eles vivenciem as posturas e sintam-se em harmonia e união com a natureza.

Uma historinha pode se passar no fundo do mar, ou em um lago e assim vamos conduzindo os personagens e criando a história juntos, aos poucos, passo a passo, elaboramos algumas posturas, como o peixe, o golfinho, o crocodilo, o sapo etc. Num outro dia, em que vamos trabalhar mais estabilidade, equilíbrio, podemos fazer um passeio pelo céu, encontrando alguns pássaros, cegonhas, e até um avião, por que não? Mas sempre nos lembrando de falar sobre esses bichos, sobre o amor que temos por eles, sobre o respeito às diferenças e, assim, ensinamos também yamas e nyamas aos pequenos!

Ao final da aula, podemos enfatizar as posturas por meio de desenhos, mandalas, para que eles fixem os nomes e as posturas; então, giz de cera, lápis de cor, canetinhas, e até massinhas e colas coloridas são bem-vindos! Lembrando sempre de reciclar, economizar papéis, lápis, giz etc.

Deste modo, fazemos com que eles entrem em nosso mundo real e ao mesmo tempo natural, assim como entramos no mundo deles, claro, levando tudo isso até eles, numa linguagem clara, lúdica e divertida!


Adriana Vieira é instrutora de Yoga para crianças e Yoga pré-natal em Santos. Saiba mais: www.namaskaryoga.com.br.
Bruna Fogaça é engenheira de alimentos e permacultora em Jacareí - SP.


Atenção Brincando: Yoga para Crianças entre Três e Sete Anos

Por Adriana Vieira

Quando o Yoga chegou ao Ocidente, muita gente o intitulou como um exercício físico apenas, mas a prática é muito mais que isso! Ela prepara a mente e o coração para o contato com nossa essência! Isso requer atenção. As aulas de Yoga para as crianças são bem diferentes das aulas para os adultos e mesmo entre elas, em cada idade, requerem uma aula diferente.

Crianças de três a quatro anos gostam de historinhas curtas, mantêm pouco tempo a concentração e não devem permanecer muito tempo nas posturas – principalmente nas que demandam equilíbrio. Eles gostam de ação, mudanças e novidades! Mas também gostam (e precisam) de rotinas, de métodos e de repetições para fixarem o aprendizado.

Dos cinco aos sete anos, as crianças gostam de conduzir, criar e dar continuidade às historinhas. Podem fazer posturas que exigem mais equilíbrio e força, com uma construção de asanas (posturas do Yoga) mais elaborados. Elas gostam de jogos cooperativos, mímicas, adivinhação, memória, estátua, seu mestre etc.

Então, precisamos respeitar as diferenças entre as idades, as questões motoras e ainda o desenvolvimento psíquico e físico de cada período. E o Yoga ensina justamente isso: respeitar cada um como seres únicos que somos, para que haja um desenvolvimento natural!

O Yoga é uma prática não competitiva, ajuda a melhorar a si mesmo, respeitando os limites e ampliando e enaltecendo os potenciais (sejam eles físicos ou psíquicos).

As crianças gostam muito de ação, de estímulos visuais e sonoros para poder manter o foco da atenção. E é assim que elas aprendem: brincando!

Leia também:
Hora de dormir – o Yoga pode ajudar a pôr seu filho na cama

Adriana Vieira, instrutora de Yoga e jornalista. Dá aulas para crianças no Colégio Jean Piaget, em Santos (SP). www.namaskaryoga.com.br


terça-feira, 4 de maio de 2010

Spanda: o Yoga da vibração – Parte I

Por Christopher Tompkins, MTS, MA, PhD (sânscrito)

De acordo com o cerne da filosofia tântrica do Spanda, a "vibração" da consciência divina se manifesta em todo o Universo, incluindo o corpo físico e sutil de todos os seres humanos. O tantra nos ensina que existe uma unicidade contínua entre nosso corpo físico, as atividades de nossa mente e emoções e todas as formas de consciência interna. Todas elas são formas de manifestação da fonte; apesar de todos sermos vibrações microcósmicas do todo, expressões em forma incorporada, dentro das dimensões ilusórias de tempo e espaço da consciência universal (Parama Shiva).

De acordo com os ensinamentos primários de Spanda - trabalho em língua caxemira do século IX conhecido como os "Ensinamentos sobre a vibração" - a vibração suprema (Spanda) unifica e inclui tudo que emergiu dela e devolve continuamente a totalidade manifesta de tudo que existe para a luz suprema da consciência.

A própria energia (Shakti) de consciência flui em expressões condensadas de si mesma em ondas de contração (nimesha) que reconhecemos como os constituintes do mundo a nossa volta, incluindo corpos, sentimentos e pensamentos. Quando Shakti busca ganhar expansão (unmesha) em seu potencial infinito, para identificar com níveis mais expansivos de consciência de si mesma por meio de nossa própria intenção, praticamos Yoga.

Spanda é comumente chamado de sphuratta, o "pulso cintilante" da Luz Suprema que tremula conscientemente em sua própria incandescência. Essa mesma vibração forma a totalidade de todos os seres. Desta maneira, o Spanda Universal vibra com graça todos os aspectos do sujeito. Mesmo os sentimentos e pensamentos "negativos" são parte de Spanda; quando se contrai (nimesha) em formas de pensamentos e sentimentos negativos, esses são usados como trampolim para mover a um estado expandido, desta forma completando a dança da vida. Mas a própria doutrina de Spanda é baseada no fato de que contração-expansão é a pulsação do divino.

Podemos apenas descobrir nós mesmos unificados com a fonte Universal quando equilibramos a ação entre ambos. Então a elevação (udyama) da consciência vem, no ponto imóvel (bindu), quando a respiração, o coração e a mente se tornam uma pulsação.

Levado para dentro, o yogi descobre que o mais delicado e poderoso fio de individualidade é absorvido pela infinita e vasta vibração (spanda) da consciência divina.

A recitação de mantras (especialmente 'om namah shivaya') e a meditação servem como um farol interno para iluminar o caminho pelas vibrações mais sutis da consciência interna, levando à experiência de parispanda, que a tradição chama de "pulsação de bem-aventurança da iluminação". É chamada de pulso extático que movimenta a quietude do absoluto. Observar conscientemente esse pulso interno promove experiências cada vez mais profundas de absorção meditativa até que a experiência de qualquer tipo de limitação seja quebrada para sempre.

Christopher Tompkins é praticante de Yoga desde os 14 anos e erudito em sânscrito. Possui três diplomas em religião e sânscrito, incluindo Master’s Degree em Harvard e UC Berkeley. Completará seu PhD na UC Berkeley em maio de 2010 acerca das Origens Tântricas do Hatha Yoga, ideia que surgiu de sua coleção de centenas de manuscritos tântricos. Chris participará do Yoga pela Paz 2010 e do II Congresso de Yoga e Ayurveda
www.yogasthana.org, www.shaivayoga.com.


Poder Feminino

Por Maíra Duarte

Shakti Prana é a energia que permeia os dois chakras inferiores localizados perto do períneo e do sacro. É a força vital do organismo e protege os órgãos do sistema reprodutor e, em especial, a energia feminina primordial contida em nossos genitais, útero e abdome. Também nos confere o poder de criar a vida, mover energia e curar a nós mesmas. Segundo ensinamentos védicos, o útero tem a função de guardar e nutrir os poderes de cura contidos dentro das mulheres. A ingestão de pílulas, hormônios, antibióticos, químicos e agrotóxicos desequilibra os ritmos internos do corpo, prejudicando a perfeita fluidez de shakti prana, gerando desequilíbrio hormonal e doenças.


Postura para ativar o shakti prana
Deite-se de barriga para cima em um local confortável e silencioso. As orientações védicas recomendam que a cabeça esteja voltada para o leste, porém se isso não for possível não é impedimento para a realização da postura. Una as solas dos pés deixando que os joelhos dobrem e caiam naturalmente para as laterais do corpo aumentando o alongamento da articulação coxofemoral. Não force, permita que o peso das pernas conduza o alongamento até o limite do corpo. Respire profundamente.

Na respiração, a primeira parte que infla com a entrada do ar é o baixo ventre, em seguida o abdome. Na expiração, o que retrai primeiro é o abdome, depois o baixo ventre. Mantenha-se nessa postura por 5 minutos, desde que não haja desconforto. Com o tempo de prática a postura aliada à respiração se tornará confortável e você poderá permanecer o tempo que considerar necessário.

Dica: se de alguma forma estiver desconfortável o alongamento da virilha, apoie sob os joelhos dois cobertores, um de cada lado para que o relaxamento seja completo.

Yoni mudra – selo do útero
Coloque uma mão ao lado da outra com as palmas voltadas para seu rosto e olhe para elas. Entrelace os dedos mínimos e una as pontas dos anulares formando um triângulo. Com o indicador direito segure a ponta do dedo médio esquerdo (por trás do triângulo) e faça o mesmo com o indicador esquerdo. Encoste as pontas dos polegares nas bases dos dedos médios.

Caso seus dedos tenham pouca flexibilidade ou estejam enrijecidos, você pode ter dificuldade na execução do mudra. Após a primeira semana de prática diária, o desconforto dará lugar a uma sensação de satisfação e proporcionará aumento de circulação de prana na região do útero, fortalecendo o e preparando-o para o momento do parto.

Leia também:

Exercícios de respiração para grávidas.

Prática de Yoga para grávidas.

A gravidez segundo o Ayurveda.

Maíra é terapeuta ayurvédica formada pela Escola Yoga Brahma Vidyalaya e no Curso Avançado de Ayurveda pela Academia Internacional de Ayurveda, na Índia. Especializou-se nos cuidados ayurvédicos com a gestante (Perfect Pregnancy Program). Doula formada pelo Gama (Grupo de Apoio à Maternidade Ativa) e pela ONG Amigas do Parto, Maíra realiza acompanhamento de gestantes durante a gravidez, trabalho de parto e pós-parto. mairaduarte@gmail.com, (11) 8415-8222.


Ferramentas para sua Prática

Por Núbia Teixeira

O Yoga tem formas de aumentar e direcionar a energia do nosso corpo para otimizar os resultados da prática. Essas ferramentas estão disponíveis em nosso próprio corpo a qualquer momento, dentro ou fora do nosso tapete de prática.

De acordo com a prática do Yoga, o caminho da respiração é dividido em quatro fases:

1) Puraka – inspiração.
2) Rechaka – expiração.
3) Kumbhaka ou antara kumbhaka – retenção com ar.
Retenção com ar deve ser evitada por pessoas com problemas do coração ou pressão arterial alta.
4) Shunyaka ou bahya kumbhaka – retenção sem ar.

Durante kumbhaka o corpo tem tempo para assimilar o prana (energia vital). Depois de sua inspiração, depois de trazer mais ar e prana para seu corpo, você pode direcionar essa energia para seu sistema de nadis (canais de energia vital do corpo). Com shunyaka o corpo se torna mais receptivo, vazio e limpo antes de receber o ar novamente.

Matra – significa parte, porção, é a unidade de contagem que estabelece o ritmo.

A respiração registra e reflete todas as variações das flutuações emocionais e mentais. Quando interferimos no ritmo inconsciente da respiração, podemos mudar nossos padrões de comportamento emocional e mental.

Os ritmos mais comuns são:
Um para inspiração e dois para expiração.
Um para inspiração, um para retenção com ar, dois para expiração e um para retenção sem ar.

Bandha – são fechos de energia ou selos que ajudam a ativar vários pontos energéticos no corpo. Ao contrair determinados músculos, nervos, órgãos e glândulas e levar nossa atenção a essas áreas, canalizamos energia para partes específicas e por todo o corpo.

Jalandhara bandha – você encontrará esse fecho tocando o queixo no centro da clavícula, sem tensionar os ombros. Esse bandha evita que a energia do sahasrara (chakra coronário) se mova para baixo e queime com o fogo digestivo. Jalandhara bandha também abre o fim da coluna cervical, permitindo que a energia se mova livremente da base da coluna até o topo da cabeça.

Uddiyana bandha – contração dos músculos abdominais, na área entre o umbigo e a pélvis. Isso promove uma massagem dos órgãos internos e desperta a energia do manipura chakra (localizado na parte baixa do abdome, representa o sol em nosso corpo).

Mula bandha – contração e elevação dos músculos do períneo (a área entre os genitais e o ânus). Estimula o sistema nervoso central e o muladhara chakra (chakra raiz) além de trazer estabilidade e conexão com a terra.

Quando esses três bandhas são feitos ao mesmo tempo, recebem o nome de bandha traya.

O jalandhara bandha movimenta o prana do coração em direção ao abdome, enquanto o mula bandha com uddiyana bandha movimentam o apana (vento descendente do corpo, responsável pelas eliminações) para cima a partir do chakra raiz.

Jiva bandha ou kechari mudra – Pressão da ponta da língua no palato mole (parte mole do céu da boca). Essa ação promove uma massagem na glândula pituitária.

Drishti – Significa olhar fixamente, voltar a atenção para uma parte específica do corpo, fixando seus olhos e atenção neste ponto (ekragata). Essa técnica facilita a meditação.

Nasagra drishti – Olhar fixo na ponta do nariz.

Bhrumadhya drishti – Olhar fixo no ponto entre as sobrancelhas, ou ajna chakra, o ponto que abre a intuição e a concentração.

Todos esses elementos serão combinados de forma diferente para cada tipo de exercício respiratório e podem também ser usados na prática de asanas.

"Não existe asana como siddhasana, não existe força como a que kumbhaka promove, não existe uma mudra como kechari mudra, e não existe dissolução como nada (som primordial)" Shiva Samhita
Curso Relacionado:
Bhakti Bliss na Bahia, com Jai Uttal, Nubia Teixeira e Daniel Paul
Local: Eco Village Piracanga 
Data: 27/12/11 a 04/01/12
Infos: nubiacoruja@gmail.com 

Leia também:
Exercícios de respiração por Gustavo Ponce: parte 1 e parte 2.
Respiração para equilíbrio dos hormônios por Márcia De Luca.


Nubia Teixeira começou a praticar Yoga aos 16 anos e passou os últimos 20 anos se dedicando às artes de cura, Bhakti Yoga (Yoga Devocional) e à dança clássica indiana conhecida como Odissi.


Devi Yoga

A professora Marlei Caroli desenvolveu uma prática direcionada às mulheres e para o resgate da feminilidade, ofuscada pelos vários papéis que a mulher de hoje tem que representar.

1. Como é o devi yoga (intenção e estrutura da aula)?
É uma prática leve e moderada de Hatha Yoga, com descansos entre as posturas, permitindo o equilíbrio entre atividade e repouso.

A prática de asanas (posturas do Yoga) e pranayamas (exercícios respiratórios) é baseada no conhecimento da anatomia visível e energética do corpo, movimentando a energia vital purificadora e restauradora.

A meditação, também presente em toda aula, é um momento para vivenciar níveis mais silenciosos e profundos da mente, um aspecto relevante para integrar corpo, mente e espírito. Criando um ambiente interior puro, um espaço sagrado, limpando a mente e as intenções.

2. Como os hábitos de hoje impactam a feminilidade?
Afastando-nos da nossa verdadeira natureza, seja ela feminina ou masculina!
O Devi Yoga aproxima cada um, aos poucos, do seu verdadeiro ser. Não entra em conflito com os sentimentos religiosos e a cada aula o corpo se torna um espaço mais sagrado onde a vida se manifesta.

Alguns outros benefícios da prática:

. retarda o envelhecimento celular;
. estabiliza a produção hormonal;
. reduz a perda muscular;
. alivia dores provocadas por desalinhamentos posturais;
. equilibra o processo digestivo e recupera a tonicidade intestinal;
. recupera a leveza, segurança de movimentos e a flexibilidade;
. revigora o ritmo respiratório;
. melhora a oxigenação dos tecidos;
. suaviza sintomas de distúrbios cardiovasculares;
. torna o sono mais tranquilo;
. exercita a concentração e a memória.

3. Qual o impacto da perda da feminilidade?
Perdemos a suavidade, a segurança, o descanso, o primeiro passo do filho, a reunião da escola, o pedalar no parque, o abraço na hora da febre, o prazer na simplicidade, o Deus nas pequenas coisas.

Ganhamos insônia, síndrome do pânico, depressão, insatisfação, lares desfeitos, muitos papéis a representar, contas a pagar.

Devi Yoga nos devolve o paraíso perdido, o melhor de todos os mundos, o estar bem, o bem viver, o estar do lado de dentro!

4. Como a prática pode ajudar no resgate da feminilidade?
Ajudando-nos a agir de forma ativa e não reativa, com consciência, com presença, não apenas baseados nas influências do ambiente e pessoas.

Mas, na verdade, tudo que buscamos com o Devi Yoga já está dentro de nós! O amor já está! O Yoga já está! A alegria, o contentamento, a paz, o amor, a perfeição que nos permeia dando-nos vida, beleza, leveza e liberdade nas mais diversas formas.

A prática nos revela essa realidade dia após dia e, por entre nossas imperfeições, erros e aprendizados, resgatamos a bondade da "Grande Mãe", elegante e humana, encantada e encantadora, interessada e interessante.

Experimente a prática

Prepare o ambiente com música agradável e calma, perfume e luz suave.
- Sukhasana (postura fácil) – tornozelos cruzados, coluna ereta sustentando pescoço e cabeça, mãos relaxadas sobre as pernas – Busque o aquietamento observando o fluxo natural da respiração – 5 minutos. *O silêncio na mente revela paz interior.

- Bidalasana (respiração do gato) – em quatro apoios, com palmas das mãos abaixo dos ombros e joelhos abaixo dos quadris, ao inspirar eleve o peito olhando para frente e ao expirar curve a coluna olhando para o umbigo; repita por cinco respirações. *Ameniza cólicas, TPM e estimula a libido.

- Tadasana (postura da montanha) – em pé, alinhe-se dos pés à cabeça, ligando terra e céu através de seu corpo, mãos a frente do peito em gesto de prece. Ao inspirar eleve os braços e ao expirar desça os braços pelos lados do tronco. Cinco respirações. *Estimula a concentração, equilíbrio e o fluir da energia.

- Utanasana (postura do alongamento intenso) – ao expirar, dobre suavemente os joelhos e solte o tronco, tocando os dedos das mãos no chão. Três respirações. *Minimiza o estresse, relaxando as costas, ombros, pescoço e a cabeça.

- Bujangasana (postura da cobra) – deite-se com o umbigo no chão, pernas esticadas para trás e os cotovelos abaixo dos ombros, antebraços e mão no chão. Eleve o peito e empurre a cabeça para trás sem dobrar a cervical. Permaneça cinco respirações. *Atua nos ovários e útero.

- Sukhasana (com torção suave) – tornozelos cruzados, coluna ereta, coloque a mão direita atrás do tronco, a esquerda sobre o joelho direito e torça para o lado direito olhando por cima do ombro, cinco respirações. Repita para o lado esquerdo. *Combate a prisão de ventre, massageia fígado, rins, baço e pâncreas.

- Viparita karani (postura das pernas contra a parede) – deite-se de costas no chão com uma almofada amparando a porção lombar da coluna, braços ao longo do tronco e palmas das mãos para cima. Apoie as pernas na parede a 90 graus. Permaneça por dez respirações. *Estimula as funções ovarianas e reduz ansiedade e estresse.

- Shavasana (postura do cadáver) – deite-se e relaxe por 10 minutos com respiração suave e natural.*Renovação total, rejuvenescimento, harmonização da energia.

OMMMMMM - Namaste!

Marlei Caroli dará aula no Yoga pela Paz 2010, dedica-se ao estudo das filosofias do oriente, em particular o Yoga, hinduísmo e budismo. Formada instrutora de Yoga no curso de pós-graduação da FMU-SP e Kaivalyadhama Yoga Institute – Lonavla (Índia) participou de vivências meditativas e yógicas em ashrams e monastérios. Utiliza várias fontes de conhecimento, abordagens tradicionais e contemporâneas em seu trabalho de equilíbrio integral. Influências que resultam numa linguagem afinada com corpo, mente e espírito; um olhar amoroso onde os opostos se complementam, criando uma proposta de estilo de vida que traduz seu ideal: liberdade!

mahadevioga.blogspot.com
marleic@hotmail.com
Marlei Caroli – Facebook
Marlei Caroli – Orkut
Tel. 55 11 5182 8310
Cel. 55 11 6729 3219