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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Ciências complementares


Por Márcia De Luca

Segundo os livros sagrados do Hinduísmo, os Vedas, Yoga e Ayurveda são ciências irmãs que caminham juntas há milênios para o benefício da humanidade. Enquanto Ayurveda é a ciência védica da cura do corpo e da mente, que depende da auto-transformação; yoga é a ciência védica da auto-transformação, que depende do bom funcionamento do corpo e da mente. Ou seja, as duas disciplinas são interdependentes e quando associadas têm seus efeitos potencializados.


Da raiz sânscrita yug, Yoga significa unir e refere-se à junção de corpo, mente e espírito em um contínuo único, que por sua vez se conecta ao espírito ou consciência universal. Essa união é simultaneamente o destino da prática e o meio para se chegar lá – o caminho que se faz ao caminhar.


Quando o eu individual, jiva, une-se à pura consciência, Brahma -- realidade imutável que libera o espírito do sentido da separação –, o ser humano liberta-se de maya, a ilusão do tempo, espaço e causa, e atinge samadhi, estado de autoconsciência e felicidade plena que é o objetivo final do yoga.

Na verdade, tudo na vida é yoga na medida em que toda vida tem como objetivo consciente ou inconsciente a reintegração com o cosmos. Yoga é uma maneira de tomarmos consciência do movimento natural de abandono do individual para voltarmos ao todo.


Cursos realcionados:

Noções básicas de Ayurveda para prática de Yoga

Curso de AyurYoga e Yogaterapia


Márcia De Luca é praticante, estudante e professora de Yoga e Ayurveda, autora de diversos livros sobre o assunto e idealizadora do Ciymam – Centro Integrado de Yoga, Meditação e Ayurveda.




quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Pedaladas conscientes


Por Madu Cabral

O uso da bike tem mais afinidades com a prática de Yoga do que podemos imaginar a princípio. Além de serem atividades físicas complementares, com um crosstraining que pode ajudar a desenvolver um preparo físico ideal e prevenir lesões, as duas práticas podem fazer parte de um estilo de vida mais saudável e consciente.

Para ciclistas

O casamento entre pedalar e praticar Yoga parece perfeito para a saúde do praticante. Para quem já pedala regularmente o Yoga pode trazer mais harmonia e conforto ao corpo. O ciclista e professor de Yoga, Rene Azzi, explica que "o Yoga aplicado ao ciclista auxilia no alongamento, fortalecimento dos músculos e articulações sobrecarregados". Rene continua explicando que o Yoga pode compensar as horas que o ciclista passa com o tronco flexionado, curvado sobre o guidão. "A postura de um ciclista contribui para a tensão muscular e desequilíbrio da coluna", explica o especialista que ensina que o ciclista precisa incorporar exercícios de Yoga com extensões e flexões contrárias à postura que adota na bicicleta (veja a entrevista completa aqui).

A consciência de alinhamento corporal desenvolvida com a prática do Yoga também pode levar a uma pedalada mais confortável. O ciclista aprende a "escutar" o corpo e mantém a postura correta com menos esforço, diminuido os riscos de acordar com dor no dia seguinte (veja a sequencia de posturas indicada por Rene).

Para iogues

A parceria entre as duas práticas é benéfica para ambos os lados. "O ciclismo para o praticante de Yoga ajuda no controle da pressão arterial, diminui o risco de doenças coronarianas, além de contribuir para a redução da obesidade e fortalecimento dos músculos dos membros inferiores" indica Rene. O professor acrescenta que pedalar proporciona um grande trabalho aeróbico e cardiovascular que muitas vezes não está presente em algumas modalidades de Yoga.

Meditação em movimento

O esforço aeróbio exigido pelo ciclismo abre espaço para mais uma aplicação do Yoga em cima da bike, a respiração consciente. Os exercícios de pranayamas (respiratórios do Yoga) podem ajudar a melhorar o desempenho e a saúde dos ciclistas.

Segundo a personal trainer, Ana Carolina Almeida, "o ciclismo é uma modalidade predominantemente aeróbia e a respiração favorece a troca de oxigênio e dióxido de carbono, oxigenando melhor nosso corpo e favorecendo a concentração e tomadas de decisões em momentos de dificuldade".

O professor Rene dá a dica de, mesmo em situação de esforço intenso, você deve conectar o ritmo da sua respiração com suas pedaladas. "Como nas posturas de Yoga, a respiração é vital para alcançar aqueles músculos contraídos que necessitam de oxigênio.

Pelo bem de todos

A consciência adquirida com a prática frequente de asanas e pranayamas lhe trará uma nova relação de leveza e conforto com sua bicicleta, mas os benefícios não param por aí. Usar a bicicleta como meio de transporte é um ato de consciência.

Os benefícios físicos estão expostos acima, mas pedalar – principalmente nas grandes cidades – é uma ação social, um transporte limpo, saudável e você ainda contribui para um trânsito menos caótico.

Madu estuda e pratica Yoga e Ayurveda (sistema de cura indiana) e ajuda a organizar o Yoga pela Paz, um evento sem fins lucrativos que reúne todos os anos o máximo de pessoas possível em uma meditação coletiva pela paz no Parque do Ibirapuera.

Profª/ Personal Trainer Ana Carolina Lima de Almeida, graduada no curso de Licenciatura Plena em Educação Física na Universidade Paulista - UNIP

Pós Graduada em Treinamento Desportivo na Faculdade Gama Filho

contato: aclaedfis@gmail.com



Posturas para ciclistas

Por Rene Azzi
Ilustrações: Madu Cabral

Instituir um programa de Yoga complementar pode contribuir para a força e resistência do ciclista. Também pode introduzir flexibilidade em áreas musculares cronicamente tensas.

Uma área no corpo bastante afetada para os ciclistas é a parte inferior das costas. Os ciclistas irão se beneficiar da prática, pois fortalece e alonga os músculos, assim como os tendões, quadris, pescoço, mãos e pulsos. É imprescindível a consulta de um médico e o acompanhamento de um bom professor de Yoga para iniciar suas práticas.

Utthita Trikonasana (postura do triângulo estendido)

Elimina rigidez das pernas e quadris, alivia dores nas costas e torcicolos, reforça os tornozelos e desenvolve o tórax.


Virabhadrasana I (postura do guerreiro I)

Alivia o enrijecimento do pescoço, dos ombros e das costas. Trabalha a flexibilidade nos quadris e pernas. Expande o tórax, proporcionando respiração profunda.

Adho Muka Svanasana (cachorro olhando para baixo)

Além de alongar os tendões e músculos posteriores das coxas, fortalece a parte superior das costas, braços e ombros.

Salabasana (postura do gafanhoto)

Alivia as dores na região sacro-lombar, fortalece a parte inferior das costas, quadris e glúteos.

Dhanurasana (postura do arco)

Recupera a elasticidade da coluna, mobilidade dos ombros e tonifica os órgãos abdominais.

Paripurna Navasana (postura do barco) e Ardha Navasana

Alívio nas pernas e fortalece a musculatura das costas e o “core”.

Marichyasana I

Alívio rápido de dores nas costas, quadris e o lumbago.

Rene Azzi fez formação em massagem terapêutica e estudou diversas abordagens de autoconhecimento com a Terapia Gestalt no Esalem Institute (Califórina - EUA). Em 2000, no Brasil, deu início ao curso de formação em Iyengar Yoga com Kalidas Nuyken e Regina Ehlers. Nos 10 anos seguintes, trabalhou como massoterapeta Integrativo, em programa completo para atlétas, deu aulas no estúdio de Yoga de Dina Franchi, Projeto Acqua e Oficina do Ser. Ministrou vários workshops direcionados, ajudando pessoas a melhorarem sua prática ou à aprofundá-la. Teve a oportunidade de ensinar yoga em Campos de Jordão, num novo conceito de Hotel/Spa voltado para atlétas, o Surya Pan. Novamente na Califórnia praticou no Yoga Works e no Iyengar Institute, de Los Angeles e San Francisco, tendo contato com excelentes professores. Em 2010, de volta ao Brasil, participou do último semestre de workshops ministrado por Kalidas Nuyken e atualmente é professor da Cia Atlética, Iyengar Namastê e Ioga na Cidade.



Yoga e ciclismo


Entrevista com Rene Azzi

1. Como o Yoga pode ajudar quem pedala e como o ciclismo pode ajudar quem já pratica? O Yoga pode ajudar quem pedala de diversas formas. Sendo o ciclismo um esporte linear, tal como correr, atentamos para os benefícios da prática. O Yoga, quando praticado pelo ciclista, auxilia no fortalecimento dos músculos e das articulações sobrecarregadas, no alongamento e, além disso, ao se aplicar as técnicas mais precisas de alinhamento, o conforto nas pedaladas é estabelecido.

Como as posturas do Yoga são fundamentadas em exercícios isométricos, ganhamos com a prática uma grande tonificação dos músculos, dando maior estabilidade às articulações, que são trabalhadas com muita intensidade no ciclismo. Um ciclista gira normalmente com uma cadência de 90 rotações por minuto. Em uma hora de trabalho constante são realizadas aproximadamente mais de 5.000 rotações. Por isso a importância de se manter as articulações alinhadas e estabilizadas, principalmente o alinhamento dos joelhos e quadris. Os quadríceps dos ciclistas frequentemente são superdesenvolvidos. Para compensar tal excesso, os isquiotibiais se encurtam e se enrijecem, perdendo assim sua força. Essa é uma das razões para a importância de se complementar o ciclismo com a prática de Yoga.

O alongamento facilita a mobilidade, mantém as fibras musculares maleáveis e favorece a transição da inatividade para a atividade sem sobrecarregar o corpo. Pois um músculo encurtado (não alongado) tem menos potência e menor velocidade para realizar o movimento. Para uma prevenção mais eficiente de lesões, é muito importante que o ciclista se alongue antes e, principalmente, depois das pedaladas.

Em suma, o Yoga ajuda o ciclista a estabelecer uma nova relação de conforto com a sua bicicleta, facilitando o rendimento nas pedaladas.

Para o iogue, por sua vez, o ciclismo pode trazer outros benefícios para complementar a prática de asanas. Os praticantes que precisam de ajuda para diminuir o risco de doenças coronarianas ou simplesmente para reduzir o peso podem aumentar os níveis de resistência do organismo à fadiga com apenas 30 minutos de exercícios diários. Além de ampliar a capacidade aeróbica, ocorrerão acréscimos no metabolismo das gorduras, contribuindo também para o fortalecimento dos músculos dos membros inferiores. Ao permitir a liberação de endorfina e adrenalina, o ciclismo produz sensações de bem-estar e, consequentemente, diminui as tensões da vida cotidiana. Esse trabalho aeróbico e cardiovascular do ciclismo muitas vezes não está presente em algumas modalidades de Yoga, com poucas exceções.

2. Como a prática de Yoga pode prevenir lesões? A prática de Yoga pode prevenir lesões aos ciclistas porque proporciona maior alongamento nos músculos, mais alinhamento no posicionamento do ciclista, mais resistência nas pedaladas e maior percepção do corpo. E, uma vez que podem ocorrer lesões por falta de ajuste da bike (principalmente nos joelhos e na lombar) gostaria de frisar a importância de se manter um trabalho paralelo com um bike fitter. Sabemos o quanto um ciclista está vulnerável a sobrecarregar algumas partes de seu corpo. Se seu corpo não estiver adequadamente ajustado, o ciclista tensionará seus músculos e desalinhará sua coluna na medida em que passa grande parte do tempo curvado sobre o guidão. Exercícios de extensões e flexões presentes na prática do Yoga devem ser combinados para contrapor e complementar os movimentos da pedalada e posicionamento na bicicleta.

Os quadris mais o “core” (unidade de músculos que suportam o complexo bacia-pélvis-lombar) são o centro do movimento para o ciclista. Se o “core” é fraco, então a parte superior do corpo tem de trabalhar mais, e isso pode levar à tensão na musculatura das costas, ombros e braços. A parte superior do corpo deve estar relaxada e livre de tensões para consumir menos energia.

Os quadris, coxas, joelhos e tornozelos devem estar todos alinhados, apontados para frente. Se estas partes do corpo estão fora de prumo, o ciclista corre o risco de desgaste dos ligamentos e tendões e pode desenvolver lesões em função do desequilíbrio em alguns grupos musculares. O Yoga também irá trazer mais flexibilidade e equilíbrio ao ciclista, minimizando também possíveis lesões externas provocadas por acidentes (como, por exemplo, quedas).

3. Como os exercícios de pranayama podem ajudar? Os exercícios de pranayama (exercícios de respiração) ajudam no desenvolvimento do volume da caixa torácica e no controle da inspiração e expiração. Com a prática regular desses exercícios, o praticante desenvolve maior consciência na respiração, a qual muitas vezes vira um ato automático e desritmado. O ciclista, mesmo em esforço intenso, deve sincronizar o ritmo da sua respiração com suas pedaladas. A prática de pranayama deve ser exercida juntamente com um trabalho de respiração mais consciente, pois os músculos, quando submetidos a um grande esforço físico, precisam se contrair bastante e, desse modo, passam a necessitar de mais oxigênio.

A união de asanas e pranayamas trará mais consciência ao ciclista, que terá como benefícios maior conforto, leveza e uma nova experiência com sua bike.

Rene Azzi fez formação em massagem terapêutica e estudou diversas abordagens de autoconhecimento com a Terapia Gestalt no Esalem Institute (Califórina - EUA). Em 2000, no Brasil, deu início ao curso de formação em Iyengar Yoga com Kalidas Nuyken e Regina Ehlers.

Nos 10 anos seguintes, trabalhou como massoterapeta Integrativo, em programa completo para atlétas, deu aulas no estúdio de Yoga de Dina Franchi, Projeto Acqua e Oficina do Ser. Ministrou vários workshops direcionados, ajudando pessoas a melhorarem sua prática ou à aprofundá-la. Teve a oportunidade de ensinar yoga em Campos de Jordão, num novo conceito de Hotel/Spa voltado para atlétas, o Surya Pan. Novamente na Califórnia praticou no Yoga Works e no Iyengar Institute, de Los Angeles e San Francisco, tendo contato com excelentes professores. Em 2010, de volta ao Brasil, participou do último semestre de workshops ministrado por Kalidas Nuyken e atualmente é professor da Cia Atlética, Iyengar Namastê e Ioga na Cidade.



Anteversão e retroversão da pélvis

Por Gustavo Ponce

A pélvis – um anel osteoarticular fechado, composto por peças ósseas e três articulações – forma a base do tronco, sustenta o abdome e serve de união com os membros inferiores.

Anteversão pélvica
A anteversão pélvica é uma alteração biomecânica de equilíbrio e pélvica. Manifesta-se por uma rotação à frente e abaixo dos ossos ilíacos que formam a pélvis e por uma rotação do sacro para trás e para cima. Isso gera um aumento da lordose, que pode gerar dores, tensão muscular ou deixar a coluna mais propensa a sofrer com hérnias ou espondilólise e espondilolistese.
Essa alteração é muito mais comum do que se pode imaginar e pode ser observada principalmente nas mulheres jovens e sedentárias com má postura. Apresenta-se também em indivíduos de ambos os sexos com sobrepeso e obesidade, já que o peso do volume abdominal faz com que a pélvis "caia" para frente e para baixo.
Os músculos que causam a anteversão da pélvis são principalmente o iliopsoas, o eretor da coluna e o retofemural.

Nessa ilustração veem-se claramente os músculos que levam a pélvis à posição de anteversão.

Retroversão pélvica
A retroversão pélvica também é uma alteração biomecânica no equilíbrio pélvico. Manifesta-se por uma rotação para trás e para cima dos ossos ilíacos e por uma rotação do sacro para frente e para baixo. Isso é acompanhado por uma retificação da coluna lombar (adota um aspecto plano, sem curvas).
Essa alteração é menos comum do que a anteversão pélvica e se apresenta principalmente em pessoas sedentárias da terceira idade ou em pessoas com sequelas de doenças degenerativas da coluna, como espondilite anquilosante.
Os indivíduos com retroversão pélvica adotam uma postura em que não se observam as curvas da coluna de modo notório, já que toda a mecânica da cadeia coluna-pélvis-membros inferiores é afetada. Os músculos que levam a pélvis a uma retroversão são, principalmente, o reto do abdome, oblíquo externo, isquiotibiais e glúteo maior.


Essa ilustração mostra claramente os músculos que levam a pélvis à posição de retroversão.
Para corrigir a anteversão por meio de uma ação muscular é necessário alongar os músculos que levam a essa posição e fortalecer os músculos que levam a uma retroversão.

Saiba como alinhas seu quadril AQUI.

Gustavo Ponce é o criador do método Sattva Yoga, estuda e utiliza Yogaterapia, é a prova viva de que consciência pode levar à cura de qualquer doença e participará do Yoga pela Paz 2011. Para mais informações consulte www.sattvayoga.cl


Apenas uma gota d'água

Por Fávia Lippi

Todos nós já atravessamos desertos. Nesta travessia nos sentimos perdidos, sem norte, obstruídos pelas poeiras e ventanias do caminho. Os desertos internos de nossa alma são a geografia de nosso coração naquele momento, meio peregrino, solitário e inseguro.

Mas o deserto não é apenas um lugar de angústia e de sofrimento. É também um lugar de grandes descobertas. Um momento especial da alma e do coração que necessita de apenas uma gota d’água para viver.

Saint Exupéry escreveu com amor: “Todo deserto esconde um poço, em algum lugar”. Toda dor tem a sua dimensão pedagógica. Quando conversamos claramente e humildemente com nossas atitudes limitantes, percebemos que o sofrimento é uma oportunidade de mudança de hábitos e atitudes, o que nos leva a valorizar nossas virtudes e reconhecer nossas debilidades diante da vida. Ao encontrarmos nossas almas eternamente sinceras, limpamos a interioridade do orgulho fatal, do egoísmo doentio, da amargura inútil e de sentimentos mesquinhos e opressores.

Nesta jornada são reveladas preciosidades dos bons relacionamentos. Quem perde amigos e amores verdadeiros fica mais pobre dentro de si. O caminho do deserto com uma gota d’água nos leva para os verdadeiros tesouros da vida, as pessoas que amamos.

Flávia Lippi é Master Coach pelo Behavioral Coaching Institute – EUA, Trainer pelo Instituto Integral de Coaching y Desarrollo Personal – Espanha, Busines Coach e Personal & Professional Coach pelo International Coaching Council – ICC. Membra emérita da SBC. Terapeuta Ayurvédica pela Fundação Sri Vájera (Escola Yoga Brahma Vidya, ligada à Sudda Dharma Mandalam International, Índia). Trainer e Speaker Internacional. Docente em instituições nacionais e internacionais. Diretora do Instituto Idemap – Brasil – México e Instituto IDHL – Brasil – Londres. Autora dos livros Coaching in a Box e Guia de Beleza Natural pela Matrix Editora do Brasil. Autora convidada do livro Ferramentas de Coaching, publicado em Portugal e com previsão de publicação no Brasil. www.idhl.com.br / www.institutoidemap.com

(11) 9638-9637

flavialippi@flavialippi.com.br



quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Yoga é saúde

Por Sylvia Freire

A saúde do corpo é algo que se constrói. É preciso nutrir o corpo com alimentos naturais, verdadeiramente nutritivos. A alimentação deve ser saudável todos os dias e não alguns dias da semana, ela deve fazer parte da sua rotina, da sua vida. É assim que adquirimos saúde e nos prevenimos contra as doenças.

Exercitar o corpo também é fundamental para manter a saúde. A prática dos asanas, que são as posturas do Yoga, é uma forma inteligente de se adquirir saúde e tem ação preventiva contra doenças.

De uma maneira geral, os asanas tonificam e promovem maior circulação sanguínea por todo o corpo, revitalizam todos os sistemas, fortalecem os músculos, ossos, articulações, deixam o corpo forte, alongado e flexível.

Os movimentos básicos das posturas são os alongamentos, movimentos da coluna em todas as direções (para frente, para trás, para os lados e torções) e posturas invertidas.

Efeitos terapêuticos
As posturas de flexão do tronco (curvar-se para frente) estimulam a digestão, aumentam a flexibilidade da coluna dorsal e acalmam o organismo. As posturas de extensão do tronco (curvar-se para trás) promovem maior mobilidade e flexibilidade da coluna, alongamos e expandimos a região torácica, além de ser revigorante. As posições de torção ajudam na digestão, na eliminação e tonificam a coluna vertebral, enquanto que as posturas invertidas estimulam o sistema endócrino e melhoram a circulação.

Com a prática dos asanas ganhamos saúde, mantemos a forma, adquirimos um corpo firme e flexível, mas isto é apenas um bom ponto de partida. O verdadeiro objetivo dos asanas é ter um corpo forte e sadio para que você possa ir em direção à sua jornada espiritual. Sem a saúde do corpo físico é difícil caminhar em direção a libertação, objetivo final do Yoga. O Hatha Yoga enxerga o corpo como um templo, ele é divino e por isso deve ser tratado como tal!

Sylvia Freire é editora do blog Infinityoga, foi executiva durante muitos anos e depois que descobriu o Yoga, sua vida tomou uma nova direção. O Yoga é a sua filosofia de vida, seu trabalho, maneira como cuida de seu corpo, da alimentação, da sua mente e do seu espiritual. É praticante de Hatha Yoga e eterna estudante.


A essência das posturas


Por Sylvia Freire

Asana (postura do Yoga) quer dizer assento e sua principal característica deve ser a permanência em uma condição de conforto e estabilidade, dois atributos fundamentais. Ao executar um asana, seja qual for – desde uma torção até uma postura de equilíbrio – se você estiver estável e confortável, é possível aquietar a mente. Quando fizermos as posturas com a mente quieta, tranquila, com o foco da atenção no corpo, estaremos realizando um asana. Se a mente estiver dispersa, estaremos fazendo uma simples pose. O importante é ter consciência do corpo durante a realização do asana, estar com a atenção no momento presente. Aí poderemos, através da observação do corpo, buscar o alinhamento correto, fazer ajustes necessários para que haja conforto e estabilidade na posição.

Aqui vão algumas considerações para estar sempre estável e confortável na sua prática de Yoga:

1 – As posturas devem ser feitas lentamente: os movimentos devem ser lentos para construir a postura, para desfazê-la e na sua transição para a postura seguinte. Tudo feito de uma maneira tranquila, agradável, sem pressa.

2 – Nunca forçar demais o corpo. Faça o máximo que você consegue, mas sempre respeitando seus limites. Vá até onde acha que pode chegar, o alongamento é gradativo, conquistado prática após prática. Lembre-se que asana não é ginástica e nem acrobacia, é conforto na posição. Se respeite sempre.

3 – A respiração deve fluir naturalmente. Nunca prenda a respiração ou tente controlá-la de qualquer maneira, ela deve ser sempre fluida e tranquila. Você deve ter a consciência da sua respiração durante a permanência no asana e na sua transição para a postura seguinte. A respiração consciente ajuda a manter o foco da atenção no momento presente. Com a respiração consciente observamos melhor a postura e nos beneficiamos melhor dela.

4 – Tônus correto. Quanto mais colocamos a atenção na postura, menos esforço desnecessário despenderemos. Deve-se contrair apenas a musculatura solicitada para manter a postura, enquanto outras partes do corpo permanecem relaxadas.

5 – A mente presente. A mente deve estar focada no que você está fazendo. O foco da atenção deve estar no corpo e na respiração.

6 – A roupa deve ser confortável.

7 – Acessórios são bem-vindos: blocos, bolster, almofada, fita, cadeira, manta, ajudam a manter o conforto e a estabilidade.

8 – O local de prática deve ser tranquilo e ventilado.

Boa prática!

Namastê.

Sylvia Freire é editora do blog Infinityoga, foi executiva durante muitos anos e depois que descobriu o Yoga, sua vida tomou uma nova direção. O Yoga é a sua filosofia de vida, seu trabalho, maneira como cuida de seu corpo, da alimentação, da sua mente e do seu espiritual. É praticante de Hatha Yoga e eterna estudante.


Peso perfeito

Por Márcia De Luca

Os seres humanos estão, em geral, extremamente preocupados com o problema do excesso de peso.

Para alguns de nós existem realmente boas razões para esta preocupação e para outros não. Mas mesmo quando alguém tem preocupações válidas sobre seu peso, as ações tomadas como resultado são muitas vezes ineficazes e até mesmo perigosas para a saúde.

Existe uma confusão de atitudes que nos deixam incrédulos quanto às possibilidades para mudanças positivas: dietas de ataque, exercícios extenuantes, desordens alimentares, tais como anorexia e bulimia e o efeito "ioiô" que segue às dietas podem ser um perigoso risco para sua saúde.

Inteligência natural
Segundo Ayurveda, o sistema de cura mais antigo do mundo, nossos corpos não são só estruturas sólidas como parecem, mas sim rios de inteligência, informação e energia, constantemente se renovando. O corpo humano é muito mais um processo do que uma “coisa” propriamente dita e o que importa então é o seu funcionamento. Nosso corpo está constantemente mudando e existe dentro de nós uma inteligência que controla esta mudança, a mesma inteligência que controla as mudanças da natureza.

Você consegue perceber como a natureza é perfeita e organizada? Se você observá-la e seguir seus sábios ensinamentos, o resultado será o mesmo em você: perfeição e organização.

Portanto é importantíssimo aqui reorganizar o conceito de “ponto de referência”, tirá-lo de fora e transferi-lo para dentro. Os “pré-conceitos” determinados pela sociedade sobre o padrão ideal de beleza não devem ser mais importantes do que esta inteligência que existe e governa o ser humano. A partir de agora usaremos então a “autorreferência”. Devemos aprender a ouvir os sinais de conforto e desconforto que esta mesma inteligência nos manda. Utilize então quatro palavrinhas mágicas: atenção, intenção, conforto e desconforto. Estas atitudes gerarão uma ação espontânea que será a correta para você. Em outras palavras, você deve ouvir a sabedoria da sua própria natureza.

Atenção e intenção
Uma dica eficiente é começar a prestar atenção no medidor do seu “nível de fome”. Tome o sério compromisso de obedecer este conceito: imagine que o seu estômago é um tanque de gasolina mensurável de zero a dez.

O conceito básico é que você coma apenas e somente quando estiver com o estômago vazio. Qualquer alimento que for ingerido sem fome estará automaticamente sendo metabolizado como ama (que em sânscrito quer dizer toxina) e não como energia.

Portanto, preste atenção nos sinais da sua inteligência interior e coma quando você estiver realmente com fome, ou seja, quando o nível do seu tanque de gasolina estiver no nível dois. Com o tempo você sentirá prazer com a sensação de estar com o estômago levemente vazio.

Pare de comer quando o marcador estiver no nível sete, permitindo assim que os alimentos tenham espaço suficiente para serem devidamente metabolizados.

Coma realmente quando você estiver com fome, mesmo que seja em horários diversos. Com o tempo o seu corpo acostumará e você terá fome nas horas certas. O ideal é, no futuro, comer nos mesmos horários todos os dias.


Curso Peso Perfeito com Márcia De Luca
Data: 21 e 24 de fevereiro
Horário: das 19h30 às 21h30
Informações: (11) 3168-5096


Márcia De Luca é praticante, estudante e professora de Yoga e Ayurveda, autora de diversos livros sobre o assunto e idealizadora do Ciymam – Centro Integrado de Yoga, Meditação e Ayurveda.


Yoga anti-TPM

Se você já tem uma prática regular de asanas (posturas do Yoga), a professora Helena Guimarães sugere que diminua o ritmo e intensidade da prática durante o período de TPM. "A prática de cada mulher é muito diferente, depende se é iniciante, se já pratica há mais tempo. A dica é partir da onde você está e diminuir um pouco a intensidade", aconselha Helena, que indica a sequencia abaixo para esses dias. Experimente permanecer de 1 a 3 minutos em cada postura (sempre mantendo o conforto), respirando lentamente pelas narinas:

Supta baddha konasana (postura deitada do ângulo).

Janu sirsasana (postura da cabeça em direção ao joelho).

Upavistha konasana (postura do ângulo sentado) e variações.

Baddha konasana (postura entrelaçada do ângulo) e variações.

Balasana (postura da criança).

Savasana
(postura do cadáver): experimente, durante a postura, colocar as mãos em cima do baixo abdômen e visualizar a energia que foi produzida durante a prática indo para as suas mãos e transmiti-la para essa região. Se você tem outro tipo de desconforto ou dor, pode fazer o mesmo na região que sentir necessidade.

Pranayama: após a prática acima (ou em outro momento, se preferir) sente-se por alguns minutos em uma postura confortável e comece a inspirar e expirar profundamente. A inspiração e a expiração devem ter a mesma duração, devem ser lentas e profundas, sem ser estressante para o organismo. Essa prática promove calma e equanimidade.


Ilustrações: Madu Cabral
Helena Guimarães é psicóloga clínica formada pela PUC-SP e atende em seu consultório crianças, adolescentes e adultos. Dá aulas de Yoga particulares e para pequenos grupos. Pratica e pesquisa Yoga há mais de dez anos com Regina Ehlers, Gustavo Ponce e diversos professores.
Contato: ahelenaguimaraes@yahoo.com.br
Consultório: (11) 23058113
Celular: (11) 73925848


Massagem anti-TPM

Por Puja Punita

O hábito de receber massagem (mesmo que seja automassagem) desenvolve uma conexão e sensibilidade com o próprio corpo, principalmente na região da barriga.

A massagem no abdome deveria ser, principalmente para as mulheres, um hábito diário. Os movimentos devem ser circulares grandes, abrangendo todo o abdome. Essa automassagem também pode ser complementada com movimentos com mais pressão, circulares menores, em cada um dos órgãos.

Durante a TPM, os óleos essenciais mais indicados são de gerânio e laranja doce e você pode experimentar a seguinte receita para a massagem descrita acima:

100 ml de gergelim
25 gotas de óleo de gerânio
20 gotas de óleo de laranja doce

Outra dica importante durante todo esse período é manter a região abdominal e lombar coberta e quentinha. Mesmo no calor não é bom descobrir essa região!


Puja Punita é terapeuta especializada em Yoga Massagem e dá cursos de formação de terapeutas.
 www.yogamassagem.com.br 
(11) 9601-8016


Corpo e mente

Entrevista com Helena Guimarães sobre tensão pré-menstrual

1. Por que as mulheres ficam tão sensíveis durante o período pré-menstrual?
Podemos dar muitas explicações físicas, hormonais sobre a TPM. Pode ser excesso de estrogênio, falta de progesterona, ou alguma disfunção glandular que acentue os sintomas. É sempre bom se certificar de que nosso organismo está bem e se os sintomas que acontecem todo mês não estão excessivos por alguma causa diretamente orgânica.

Mas, acredito que o nosso corpo é um todo com as nossas emoções e também com tudo aquilo que nos cerca. O ciclo menstrual e a TPM nos lembram isso todo mês, podemos ficar irritadas, com dores, extremamente sensíveis, carentes, bravas, isso depende de cada mulher e da fase de sua vida. Mas o ciclo menstrual nos lembra também que estamos conectados com a natureza, é um ciclo lunar. Assim como a lua cresce fica cheia e reluz o sol, temos uma fase do mês que estamos mais extrovertidas, mais comunicativas, com mais desejo sexual. Quando a lua está nova, está na sombra, visitamos aquelas nossas partes que não queremos ver muito, que estão ali de lado, que são difíceis de encararmos de frente. Durante a menstruação, temos a tendência a ficar recolhidas, sentimos que não temos forças para ir para o mundo lá fora porque o nosso mundo interno está pedindo para ser olhado.

O ciclo de muitas mulheres coincide com o ciclo lunar e muitas tradições ritualizam o período da menstruação: as mulheres se reúnem, ficam isoladas e cuidam de assuntos individuais e coletivos que pedem esse recolhimento. Nós que vivemos na cidade, às vezes não temos tempo, ou não nos damos tempo, para esse recolhimento necessário. Se não olhamos para essa necessidade ela pode pedir passagem e nos obrigar a parar com cólicas, mal-estar, mau humor, sensibilidade à flor da pele.

2. Quais medidas podem ser tomadas no decorrer do mês para evitar essa sensibilidade?
Seguindo esse modo de pensar, durante o mês temos que olhar também para o nosso lado escuro da lua. Não deixarmos acumular tudo para esse curto período e sim dissolvê-lo durante todo o ciclo. A TPM nos dá indícios do que não está legal e pode dar-nos dicas preciosas do que devemos olhar durante o resto do mês. Devemos cuidar disso também durante nosso período de luz, seguindo a ideia do ciclo lunar.

Cuidados com a alimentação são bem vindos também. A vontade incontrolável de comer doce acontece e, a princípio, parece ser reconfortante comer um bolo de chocolate delicioso... Mas o açúcar piora muito os sintomas da TPM, assim como o café e os estimulantes também.

3. Como a prática de Yoga e meditação podem ajudar nesses sintomas?
A prática de Yoga e meditação durante todo o período ajuda a equilibrar nosso corpo e nossas emoções. Se nos mantermos mais equilibradas, com um corpo mais forte, sentiremos menos os efeitos desagradáveis da TPM e poderemos desfrutar desse nosso ciclo interno. Se tivermos tranquilidade e equanimidade, poderemos sentir as oscilações de humor e nos beneficiar delas, deixando o que precisa ir embora e fortalecendo o que precisa ficar. Aproveitando cada ciclo para viver uma transformação interna e ficar mais consciente do que está realmente acontecendo conosco, já que a TPM amplia nossas emoções.


Helena Guimarães é psicóloga clínica formada pela PUC-SP atende em seu consultório crianças, adolescentes e adultos. Dá aulas de yoga, particulares e para pequenos grupos. Pratica e pesquisa Yoga há mais de dez anos com Regina Ehlers, Gustavo Ponce e diversos professores.
Contato: ahelenaguimaraes@yahoo.com.br
Consultório: (11) 2305-8113
Celular: (11) 7392-5848


Vida sem TPM

Por Madu Cabral

Tudo parece ir bem, damos conta dos nossos trabalhos, filhos, companheiros e de nós mesmas, quando de repente, sem nenhuma explicação racional, a vida acorda muito mais difícil: vontade de chorar, quilos a mais, irritação e a certeza de que nada vai dar certo! A tensão pré-menstrual (TPM) pode acabar com nosso dia e com o das pessoas a nossa volta.

O ginecologista e obstetra, Dr. Eliezer Berenstein, explica em seu site que a TPM ainda não tem uma causa conhecida, apesar das inúmeras teorias para explicá-la. "É o modelo típico de doença psicossomática, surgida a partir das modificações dos hábitos menstruais neste século" explica o especialista. "Pode estar relacionada às alterações bioquímicas nos níveis dos hormônios sexuais: estrogênio, progesterona, hábitos alimentares, estilo de vida ou estresse."

Yoga nelas!
As praticantes de Yoga podem confirmar os benefícios que a prática traz nesses dias mais difíceis. O relaxamento, um dos benefícios mais comprovados do Yoga, reduz o estresse e desacelera o ritmo causado pelo estilo de vida que levamos hoje.

"A prática de Yoga e meditação, durante todo o período pré-menstrual, ajuda a equilibrar nosso corpo e nossas emoções", explica Helena Guimarães, psicóloga-clínica formada pela PUC-SP, professora e praticante de Yoga. Helena acrescenta que, se nos mantemos mais equilibradas, com um corpo mais forte, sentiremos menos os efeitos desagradáveis da TPM e poderemos desfrutar e aprender com nosso ciclo interno (clique aqui para a entrevista completa).

O autoconhecimento, principal meta do Yoga, também pode ajudar nesses períodos. A terapeuta de Yoga Massagem, Puja Punita, observa em suas clientes que poucas delas se observam durante os dias de TPM. "Poucas mulheres adaptam seus dias para incluir esse período em suas vidas, pelo contrário, elas tentam excluir e "fingir" que nada está mudando no corpo", explica Puja, que também é estudante de aromaterapia.

Algumas soluções
Então, para o bem de nossa saúde física e mental, incluir asanas, exercícios respiratórios e uma automassagem em nossas rotinas, principalmente durante o período que antecede a menstruação, pode amenizar os desconfortos e tornar nossos dias mais fáceis.


Madu estuda e pratica Yoga e Ayurveda (sistema de cura indiana) e ajuda a organizar o Yoga pela Paz, um evento sem fins lucrativos que reúne todos os anos o máximo de pessoas possível em uma meditação coletiva pela paz no Parque do Ibirapuera.