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terça-feira, 15 de março de 2011

Yoga contra o câncer


Por Madu Cabral


Os benefícios comprovados das práticas de Yoga na recuperação de pacientes de câncer são cada vez maiores. Estudos realizados pelo mundo admitem que os pacientes podem se beneficiar das práticas com uma melhora significativa na qualidade de vida.

O professor de Yoga Tibetano, Alejandro Chaoul, participa desses estudos como professor Assistente no Centro Médico Doutor John P. McGovern da Universidade do Texas em Houston, com uma posição adjunta no Centro para o Câncer Doutor Anderson, onde ele pesquisa o uso de técnicas de mente-corpo tibetanas no tratamento de apoio para pacientes com câncer. Alejandro, que estará em São Paulo essa semana com uma programação de cursos e palestras sobre Yoga Tibetano, fala sobre os benefícios da prática em entrevista exclusiva para o Yoga pela Paz.


1. Segundo o ponto de vista da tradição tibetana, quais as possíveis causas do câncer? É muito difícil falar sobre as causas já que podem ser múltiplas: do ambiente à genética, passando pelas ações individuais, comportamento e estilo de vida.


2. Como o estilo de vida ocidental pode agravar o número de casos de câncer? Mesmo pela perspectiva ocidental, sabemos hoje que o estilo de vida tem um forte impacto em nossa saúde. É difícil dizer a causa do câncer, mas certamente isso contribui. Estudos em animais, por exemplo, comprovaram o impacto do estresse na proliferação das células cancerígenas. Sabemos o quanto o estresse impacta em nosso sistema imunológico e, por tanto, nos deixa enfraquecidos mesmo aos efeitos dos tratamentos do câncer. Existem também evidências da relação inversa entre estresse e qualidade de vida.


3. Qual é o papel de nossa mente no desenvolvimento desse tipo de distúrbio? Eu diria não apenas a mente, mas a relação integra também corpo-mente.

As práticas que enfatizam essa relação e nos trazem a experiência de desenvolver um estado relaxado, porém alerta, do corpo e mente, são importantes para nossa saúde.

Pesquisadores como David Servan-Schreiber e Dean Ornish demonstraram a importância de quatro aspectos de nossa saúde: dieta e nutrição, exercícios, corpo-mente e suporte social. Em nosso Programa de Medicina Integrativa na Universidade do Texas M. D. Anderson Cancer Center enfatizamos aos nossos pacientes a importância desses quatro aspectos, assim como as suas famílias para agirem como apoio.


4. Como o Yoga tibetano pode ajudar na prevenção e recuperação? Nossas pesquisas têm demonstrado que ele pode melhorar a qualidade do sono, assim como sua quantidade e latência (tempo da hora que você quer dormir até que durma), diminuindo assim a quantidade de ingestão de remédios para dormir. Existem também melhoras na qualidade de vida, diminuição de pensamentos agressivos e diminuição de sintomas como fadiga e náuseas.


5. Quais os benefícios da meditação para esses pacientes?

Estudos mostram que a meditação pode diminuir o estresse, melhorar a qualidade de vida e existe impacto até no nível cerebral (incluindo neuroplasticidade capacidade dos neurônios de formarem novas conexões).

Nosso último estudo estava particularmente interessado em melhorar problemas cognitivos em mulheres com câncer de mama em tratamento de quimioterapia e o resultado foi uma melhora significativa na memória de curto-prazo, habilidades mentais e espiritualidade.

Apresentarei esse e alguns outros estudos sobre o Yoga Tibetano em uma palestra para médicos no Hospital Albert Einstein (SP).


Participe dos cursos:

16/3 às 20h

Vivência dos Yogas Tibetanos
Teatro do Sesc Pompeia
Gratuito

18/3 às 19h
Conferência: Tsa Lung & Trul Khor
Espaço YogaFlow
Investimento: R$ 90,00

19 e 20/3 – 9h às 18h
Tsa Lung e Trul Khor
Espaço YogaFlow
Investimento: R$ 300,00


Alejandro “Alex” Chaoul: Ph.D. completou seu doutorado com foco em Religiões Tibetanas na Universidade de Rice, um dos mais importantes centros de ensino superior dos EUA. Tem ensinado meditação tibetana e técnicas mente-corpo sob os auspícios do Instituto Ligmincha em várias partes dos Estados Unidos, México e Polônia desde 1995.

Ele completou o programa de sete anos de estudo da tradição do Budismo Bön do Tibet no Instituto Ligmincha, vindo a abrir o discurso das tradições Bön do Yoga Tibetano no meio acadêmico ocidental de idioma inglês com sua tese na Universidade de Rice. Em seu trabalho, faz referência a um famoso e antigo mestre Dzogchen Bönpo, Shardza Tashi Gyaltsen, revelando sua capacidade em absorver estes antes secretos métodos espirituais talhados por milhares de anos e demonstrar sua eficácia também no nível físico, na saúde do indivíduo.



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