Por Madu Cabral
Foto: Rosangela Castelari
Entre as linhas de Hatha Yoga hoje praticadas, o Ashtanga Vinyasa Yoga é uma das mais populares. O estilo ficou famoso por ser considerado como a mais intensa das linhas de Yoga e hoje tem mais 1,5 milhão de praticantes espalhados pelo mundo.
O nome faz referência aos oito membros do Yoga descritos no famoso Yoga Sutra de Patanjali. O método foi desenvolvido pelo indiano Pattabhi Jois (veja biografia em inglês AQUI) e seu mestre Krishnamacharya e foi amplamente divulgado pelo ocidente por Pattabhi e seu filho Manju Jois, que estará pela terceira vez no Brasil em abril (mais informações AQUI).
A prática de asanas (posturas do Yoga), que pode parecer contorcionismo aos olhos dos desinformados, foi organizada por Sri Pattabhi Jois e seu mestre em seis séries fixas de posturas, cada qual com uma finalidade específica e em dificuldade crescente, portanto, o praticante deve dominar uma postura antes de passar para a próxima:
- primeira série (Yoga Chikitsa) desintoxica e alinha o corpo (veja vídeo em inglês AQUI);
- série intermediária (Nadi Shodhana) purifica o sistema nervoso limpando os canais de energia do corpo (saiba mais AQUI);
- séries avançadas A, B, C e D (Sthira Bhaga) integram a força e leveza da prática e requerem alto nível de flexibilidade e humildade.
Como as séries são fixas, o praticante deve decorar a sequência e praticá-la de acordo com seu nível e ritmo. Dessa forma, as pessoas conscientes podem evitar lesões e excessos, além da possibilidade de praticar sozinho quando não houver um professor por perto. Essa organização dos asanas também permite que a prática seja ensinada da forma conhecida como estilo mysore (nome da cidade em que Pattabhi morava e ensinava): o aluno faz sua sequência em seu ritmo e o professor passa instruções e faz ajustes individualmente.
O método tem outras particularidades:
Vinyasa: as posturas e movimentos são feitos sempre em sincronia com a respiração. A prática dessa forma aquece e limpa o sangue, melhorando sua circulação, além de remover toxinas dos órgãos internos.
Ujjaiy pranayama: a prática deve ser inteira acompanhada por essa forma de respiração sonora, feita pelas narinas, ela é o coração da prática. A respiração longa e estável também aumenta o calor interno, além de fortalecer e purificar o sistema nervoso (veja vídeo relacionado AQUI).
Bandhas: contrações de determinadas áreas do corpo. No Ashtanga devemos mantê-las durante a prática, especialmente o uddiyana bandha (contração do abdome) e o mula bandha (contração do assoalho pélvico). Essas contrações, além de protegerem o corpo físico e aquecê-lo, evitam a dispersão de energia (saiba mais AQUI e veja vídeo relacionado AQUI).
Drishti: técnica de fixação ocular (no caso do Ashtanga, normalmente na ponta do nariz – naságra – ou entre as sobrancelhas – bhrumadhya) que purifica e estabiliza o funcionamento da mente (saiba mais AQUI).
Calor e disciplina
Tradicionalmente a prática deve ser feita todos os dias, de preferência no mesmo horário, desenvolvendo o autoesforço (tapas), outra ferramenta importante na prática de qualquer tipo de Yoga.
Os praticantes de Hatha Yoga mais tradicionais acabam julgando a prática do Ashtanga Vinyasa como algo apenas físico, uma "ginástica" que muitas vezes lesiona os praticantes. Mas isso depende exclusivamente da vontade de quem está em cima do mat. A opção por ficar apenas com os benefícios físicos dessa prática, que são muitos, é do praticante, que nesse caso perde uma infinidade de outros benefícios.
O calor e suor abundantes produzidos pela prática têm como objetivo a purificação do corpo, mantendo-o saudável e muitas vezes ajudando a perder peso. Mas o objetivo da prática é comum a todas as linhas de Yoga: a estabilidade de mente para a libertação do iogue.
Fontes:
http://kpjayi.org
www.ashtangayoga.info
Madu estuda e pratica Yoga e Ayurveda (sistema de cura indiana) e ajuda a organizar o Yoga pela Paz, um evento sem fins lucrativos que reúne todos os anos o máximo de pessoa
Show de bola
ResponderExcluir