Por Guy Donahaye
Tradução: Marina Lito
O Ashtanga Vinyasa Yoga é um dos métodos de Hatha Yoga mais
praticados no mundo. Reconhecido por ser uma prática fisicamente exigente, o
Ashtanga teve a origem de seu nome inspirada na filosofia clássica do Yoga.
O professor americano Guy Donahaye, que dará um workshop em São Paulo em novembro, explica a aplicação ainda atual dessa filosofia milenar.
O Ashtanga
Yoga é constituído de oito membros ou etapas que estão descritos nos sutras de Patanjali (importante texto
clássico do Yoga).
Esses oito membros são divididos em duas partes – os cinco primeiros podem ser chamados de membros exteriores, que são:
Yama (sugestões de comportamentos sociais: não violência; ser verdadeiro no viver, agir e pensar; não roubar; comportamento sexual apropriado e não cobiçar).
Niyama (são sugestões de disciplinas pessoais: cultivar a pureza no pensar, agir, falar, contentamento, autodisciplina, autoestudo, entrega à filosofia do Yoga).
Asanas (posturas físicas).
Pranayamas (exercícios respiratórios).
Pratyahara (não identificação com os nossos sentidos).
Os três membros interiores se chamam:
Dharana (concentração em um foco).
Dhyana (meditação).
Samadhi (o estado último do Yoga, onde a verdade é experienciada).
No momento em que os cinco membros externos estiverem sob o domínio do praticante, os membros interiores começam a desdobrar-se naturalmente.
As primeiras duas partes do Ashtanga Yoga (yama e niyama) são muito difíceis de ser praticadas. A não violência é quase impossível de ser vivida com total integridade. A verdade em conjunto com a não violência também é muito difícil. Por isso, a prática dos asanas (posturas físicas) é sugerida para ser a primeira prática. As posturas ajudam a fortificar o corpo e clarear a mente para que as outras etapas de yama e niyama se desenvolvam mais facilmente.
As escrituras nos dizem para falarmos a verdade que seja doce; e não falar a verdade que machuque. Mas não minta, mesmo se parecer muito doce de sua parte. Isso é muito difícil, portanto, temos que construir uma base sólida com asana e pranayama, para que o corpo, a mente e o sistema nervoso estejam todos trabalhando; depois praticamos o ahisma (não violência), satya (verdade) e os outros yamas e niyamas.
Ao começar a praticar Yoga é possível observar que essas oito etapas não são separadas, mas integradas. Com a prática física das posturas, o praticante se torna consciente da necessidade dos yamas e niyamas. É espontâneo entrar num estado de meditação e contentamento quando a energia vital é controlada, os sentidos não identificados e com um aprimoramento da concentração.
Cursos relacionados:
Ashtanga
Yoga, com Guy Donahaye
Datas: 12
de novembro (aula conduzida)
de 13 a
16 de novembro (retiro em Igaratá)
Infos:
cauhemotta@gmail.com, (11) 9203-1792 e (11) 9491-9115
Guy encontrou seu professor Sri. K Pattabhi Jois
em 1991 e manteve seus estudos com ele na Índia (Mysore) até a data de sua
morte em 2009, tornando-se integrante do seleto grupo de 40 estudantes a
receberem de Pattabhi a certificação para ensinar o método. Teve particular
interesse em estudar as técnicas de ajustes, passando muitas horas assistindo
Jois e seu neto Sharath ajustarem os estudantes durante as classes. Em 1998,
começou a entrevistar os mais antigos estudantes de Guruji na busca de divulgar
seus ensinamentos a um púbico ainda maior. Essas entrevistas culminaram em um
livro: ''Guruji'', uma coleção de 30 entrevistas que publicou com Eddie Etern
em 2010.
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