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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Filosofia Aplicada

Por Guy Donahaye
Tradução: Marina Lito

O Ashtanga Vinyasa Yoga é um dos métodos de Hatha Yoga mais praticados no mundo. Reconhecido por ser uma prática fisicamente exigente, o Ashtanga teve a origem de seu nome inspirada na filosofia clássica do Yoga. 

O professor americano Guy Donahaye, que dará um workshop em São Paulo em novembro, explica a aplicação ainda atual dessa filosofia milenar.
O Ashtanga Yoga é constituído de oito membros ou etapas que estão descritos nos sutras de Patanjali (importante texto clássico do Yoga).

Esses oito membros são divididos em duas partes os cinco primeiros podem ser chamados de membros exteriores, que são: 

Yama (sugestões de comportamentos sociais: não violência; ser verdadeiro no viver, agir e pensar; não roubar; comportamento sexual apropriado e não cobiçar).

Niyama (são sugestões de disciplinas pessoais: cultivar a pureza no pensar, agir, falar, contentamento, autodisciplina, autoestudo, entrega à filosofia do Yoga).

Asanas (posturas físicas).

Pranayamas (exercícios respiratórios).

Pratyahara (não identificação com os nossos sentidos).

Os três membros interiores se chamam:

Dharana (concentração em um foco).

Dhyana (meditação).

Samadhi (o estado último do Yoga, onde a verdade é experienciada). 

No momento em que os cinco membros externos estiverem sob o domínio do praticante, os membros interiores começam a desdobrar-se naturalmente.

As primeiras duas partes do Ashtanga Yoga (yama e niyama) são muito difíceis de ser praticadas. A não violência é quase impossível de ser vivida com total integridade. A verdade em conjunto com a não violência também é muito difícil. Por isso, a prática dos asanas (posturas físicas) é sugerida para ser a primeira prática. As posturas ajudam a fortificar o corpo e clarear a mente para que as outras etapas de yama e niyama se desenvolvam mais facilmente.

As escrituras nos dizem para falarmos a verdade que seja doce; e não falar a verdade que machuque. Mas não minta, mesmo se parecer muito doce de sua parte. Isso é muito difícil, portanto, temos que construir uma base sólida com asana e pranayama, para que o corpo, a mente e o sistema nervoso estejam todos trabalhando; depois praticamos o ahisma (não violência), satya (verdade) e os outros yamas e niyamas.

Ao começar a praticar Yoga é possível observar que essas oito etapas não são separadas, mas integradas. Com a prática física das posturas, o praticante se torna consciente da necessidade dos yamas e niyamas. É espontâneo entrar num estado de meditação e contentamento quando a energia vital é controlada, os sentidos não identificados e com um aprimoramento da concentração. 

Cursos relacionados:
Ashtanga Yoga, com Guy Donahaye
Datas: 12 de novembro (aula conduzida)
            de 13 a 16 de novembro (retiro em Igaratá)
Infos: cauhemotta@gmail.com, (11) 9203-1792 e (11) 9491-9115
Guy encontrou seu professor Sri. K Pattabhi Jois em 1991 e manteve seus estudos com ele na Índia (Mysore) até a data de sua morte em 2009, tornando-se integrante do seleto grupo de 40 estudantes a receberem de Pattabhi a certificação para ensinar o método. Teve particular interesse em estudar as técnicas de ajustes, passando muitas horas assistindo Jois e seu neto Sharath ajustarem os estudantes durante as classes. Em 1998, começou a entrevistar os mais antigos estudantes de Guruji na busca de divulgar seus ensinamentos a um púbico ainda maior. Essas entrevistas culminaram em um livro: ''Guruji'', uma coleção de 30 entrevistas que publicou com Eddie Etern em 2010.


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