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terça-feira, 31 de maio de 2011

5 Ritos Tibetanos


Cursos relacionados:
Aula de Surya e Chandra Namaskar e Ritual de Kundalini Mantras
Data: 12 de outubro
Horário: 10h as 12h30
Local: YogaFlow CIYMAM (SP)
Informações AQUI
Prática dos 5 Ritos Tibetanos ao som de Luciano Sallun
Data: 15 de outubro
Horário: 10h30 as 12h30
Local: Yoga Shivalaya (SP)
Informações AQUI

Parmatma Cris é hatha iogue e foi bailarina pela Royal Academy de Londres até a adolescência. Há 15 anos Cris se aprofunda no caminho do Yoga, dança, antropologia e meditação. Shakti yogini iniciada em diversas vertentes do Yoga, foi professora residente do ashram Parmarth Niketan, de Rishikesh (Índia), onde conduziu práticas de Hatha e Kundalini Yoga, Cinco Ritos Tibetanos e Advaita Vedanta sob a orientação da Yogacharia Sadhavi Adha Saraswati. Recebeu os ensinamentos de Kalachakra Lagutantra diretamente de SS o Dalai Lama após períodos de silêncio em retiros de Vipassana em Dharamsala. Há três anos residindo no Brasil, após ter se aprofundado nos conhecimentos e técnicas dos Cinco Ritos Tibetanos com monges, iogues, amigos e mestres na Tailândia, Índia, EUA e Europa, Parmatma Cris vem desenvolvendo uma linguagem única à prática dos Cinco Ritos Tibetanos e Vinyasa Flow.


quinta-feira, 26 de maio de 2011

Sequências Flow and Let Go

Por Fernanda Cunha

Veja um vídeo com a prática completa AQUI.


Prática de Yoga Nidra
1. Prepare seu corpo e mente para o relaxamento, deite confortavelmente e leve sua mente a cada parte do seu corpo. Quando acabar, concentre-se na respiração.
2. Coloque uma intenção (sankalpa) em sua prática. Saiba mais sobre sankalpa AQUI.
3. Leve sua mente para sensações curtas de opostos (calor e frio, dor e prazer, alegria e tristeza).
4. Foque em uma visualização que te traga alegria.
5. Volte a repetir seu sankalpa.

Workshop de Yoga Dance
Data:06 de Novembro
Local: Espaço Nirvana (Rio de Janeiro – RJ)
Infos: AQUI

Aula especial de Yoga Dance
Data: 19 de Novembro
Local: Studio Terra Yoga e Meditação (Alphaville – SP)
Infos: AQUI

Primeira Formação de professores em Yoga Dance do Brasil
Data: 05 a 18 de Dezembro
Local: Centro de Yoga Montanha Encantada (Garopaba – SC)
Infos: AQUI

Fernanda tem levado a prática do Yoga Dance e criado uma grande diversidade de práticas para diferentes populações nos EUA. Também oferece muitos workshops para todas as idades. Atualmente morando em São Paulo, ministra workshops por todo o Brasil sendo precursora da prática no Brasil. Em dezembro ministrará a primeira formação para professores de Yoga Dance no Brasil no centro de Yoga Montanha Encantada em Garopaba – SC. Para mais informações sobre seus programas e horários, visite: www.fernandacunhayoga.com


quarta-feira, 25 de maio de 2011

Flow and Let Go



Veja um resumo das posturas e sequência de Yoga Nidra AQUI.
Leia mais sobre Yoga Nidra AQUI.


Workshop de Yoga Dance
Data:06 de Novembro
Local: Espaço Nirvana (Rio de Janeiro – RJ)
Infos: AQUI

Aula especial de Yoga Dance
Data: 19 de Novembro
Local: Studio Terra Yoga e Meditação (Alphaville – SP)
Infos: AQUI

Primeira Formação de professores em Yoga Dance do Brasil
Data: 05 a 18 de Dezembro
Local: Centro de Yoga Montanha Encantada (Garopaba – SC)
Infos:AQUI


Fernanda tem levado a prática do Yoga Dance e criado uma grande diversidade de práticas para diferentes populações nos EUA. Também oferece muitos workshops para todas as idades. Atualmente morando em São Paulo, ministra workshops por todo o Brasil sendo precursora da prática no Brasil. Em dezembro ministrará a primeira formação para professores de Yoga Dance no Brasil no centro de Yoga Montanha Encantada em Garopaba – SC. Para mais informações sobre seus programas e horários, visite: www.fernandacunhayoga.com


Diversidade no Yoga


Enquanto a prática do Yoga se torna cada vez mais popular pelo Brasil, os métodos que aparecem por aqui continuam se diversificando.

A cultura tibetana tem muito a oferecer para os iogues curiosos, que se alimentam da diversidade que a prática pode tomar. A prática dos Cinco Ritos Tibetanos pode complementar a prática regular de Hatha Yoga e oferecer novas ferramentas para a saúde do corpo e da mente.

Saiba mais nessa entrevista com a professora Parmatma Cris:


1. O que são e qual a origem da prática dos cinco ritos tibetanos? Os cinco ritos tibetanos são cinco séries de kriyas-vinyasa realizadas a partir de cinco posturas de Yoga (asanas). Essas sequências são executadas em movimentos simples, equilibrando nossos sete centros de energia vital (chakras) e todo o sistema hormonal a partir do estímulo às glândulas pineal, pituitária, tireoide/paratireoide, timo, pâncreas, adrenais e gônadas.


Essa expansão do fluxo da energia vital se dá a partir da respiração, força geradora de cada movimento em cada exercício (kriya).


Essas sequências têm origem em um mosteiro no antigo Tibet. Embora não fossem guardadas como secretas, o difícil acesso geográfico as tornava inacessíveis à maioria das pessoas. Muitos passaram a acreditar que os conhecimentos capazes de retroceder o envelhecimento natural do corpo fossem uma lenda.

Tendo ouvido muito sobre esse lugar nos anos em que vivera na Índia, um coronel inglês, já aposentado, resolveu encontrar o monastério e viver com esses monges para aprender a antiga prática milenar de rejuvenescimento e expansão de vitalidade e saúde.


Após alguns anos no monastério, e tendo ele próprio se tornado um exemplo vivo do poder da prática dos ritos, o coronel inglês retornou ao ocidente, onde começou a compartilhar a prática hoje conhecida como os cinco ritos tibetanos.


2. O que são kryas? Quais são os kryas utilizados nessa prática? Um uso comum da palavra kriya denota ação, esforço ou movimento completo com um objetivo específico.


Na prática dos cinco ritos tibetanos, os kriyas são os cinco exercícios que executamos, os quais nos levam a um caminho de purificação e elevação através do não esforço, resultante da combinação entre respiração, movimento e atenção plena.


Os kriyas dos ritos tibetanos são sempre executadas sob o princípio de vinyasa, onde a respiração conduz cada movimento desde a postura da montanha, até os asanas de camelo, mesa, cachoro espreguiçando e cobra, em movimentos repetidos de 3 a 21 vezes, com integração em relaxamento profundo para absorção dos benefícios da prática.


3. Quais os benefícios dessa prática? A prática dos cinco ritos tibetanos restabelece expande a capacidade de manifestação de energia vital nos sete centros de energia, transmutando as energias densas que geram cansaço e estresse, gerando fortalecimento interior, muscular, alongamento, equilíbrio e leveza.


Uma vez que o corpo esteja com maior vitalidade, o apetite se torna mais leve, o sono mais profundo e aumento da conexão com a própria intuição. Processos criativos naturais também se abrem, já que há menos desgaste psicofísico com a busca de atingir o equilíbrio e encontrar a própria vitalidade.


4. Como ela complementa uma prática regular de Hatha Yoga? A sequência dos cinco ritos é uma prática curta, que pode ser executada tranquilamente em 20 ou 30 minutos, sejam quais forem as adaptações para quem sente dificuldade em um ou outro kriya durante o desenvolvimento da prática.


A prática contínua purifica todos os canais de energia vital, expandindo o seu fluxo pelo sistema endócrino de maneira direta e equilibrada, o corpo fica mais forte e mais leve e há mais espaço interno para poder absorver melhor os benefícios da prática do Hatha Yoga.


Cursos relacionados:

Aulão 5 Ritos Tibetanos

28 de maio, das 9:30 as 11:00

Local: Yoga Flow

Mais informações clique AQUI.


Parmatma Cris é hatha iogue e bailarina pela Royal Academy de Londres desde a adolescência. Há 15 anos Cris vem se aprofundando no caminho do Yoga, dança, antropologia e meditação. Shakti yogini iniciada em diversas vertentes do Yoga, foi professora residente do ashram Parmarth Niketan, de Rishikesh (Índia), onde conduziu práticas de Hatha e Kundalini Yoga, Cinco Ritos Tibetanos e Advaita Vedanta sob a orientação da Yogacharia, Sadhavi Adha Saraswati. Recebeu os ensinamentos de Kalachakra Lagutantra diretamente de SS o Dalai Lama após períodos de silêncio em retiros de Vipassana em Dharamsala. Há três anos residindo no Brasil, após ter se aprofundado nos conhecimentos e técnicas dos Cinco Ritos Tibetanos com monges, iogues, amigos e mestres na Tailândia, Índia, EUA e Europa, Parmatma Cris vem desenvolvendo uma linguagem única à prática dos Cinco Ritos Tibetanos.



quarta-feira, 18 de maio de 2011

Viver em Ahimsa: a lei da não violência


Por Maya Tiwari (Extraído do livro Living Ahimsa Diet: Nourishing Love & Life)
Tradução: Madu Cabral

É um impulso divino dentro de nós buscar a paz – sentir-se bem, ter comida abundante, rir e prosperar na plenitude da vida. Nossa tendência natural é levar uma vida de não violência, que minha tradição chama de ahimsa. Viver em ahimsa é cultivar uma consciência pessoal e tornar isso, de forma consciente, um objetivo primário no dia a dia. É uma forma de viver que inclui tudo, do modo como pensamos à maneira que comemos; a forma que respondemos a tudo em nossa volta, de modo geral e específico.

Quando nos acostumamos a essa realização notável de conscientização, essa consciência imediatamente transforma nossos pensamentos, fala e ações, além de nos impedir de causar ferimentos, dor ou machucar outra pessoa ou qualquer ser vivo a qualquer momento. Em troca nossa saúde física é assegurada. Enxergamos beleza apenas pela mente imaculada de ahimsa: a mente de paz. Para experimentar essa realidade precisamos explorar a vida como seres conscientes. A forma védica de viver está enraizada no sistema de dharma ou lei cósmica.

Desde o princípio minha tradição preconiza a harmonia entre todas as pessoas e formas de vida e essa consciência levou às virtudes éticas que formam a base do estilo de vida hindu de não violência e compaixão – reverência a todas as formas de vida e proteção aos recursos da natureza. Mas, com o tempo, essa noção de harmonia se deteriorou dramaticamente dentro da minha própria tradição, assim como aconteceu em outras tradições também.

Influenciados como somos pela sempre mutante e instável paisagem da modernidade
– acompanhada pela ignorância e consciência aflita – a maioria das pessoas aprendeu a viver por meio de seus sentidos e desejos. Adotamos a ideia de que compaixão, harmonia e saúde podem existir separadamente da comida que comemos, do ar que respiramos, da água que bebemos e dos pensamentos que pensamos. Ignoramos o fato de que a comida sagrada da natureza para sustento da humanidade é um profundo presente de vida, de nutrição – ponto axial de toda a graça que se propaga. Comida nos dá a vida, portanto, devemos levar nossa atenção em preservar a harmonia e saúde da fonte de alimento da natureza. É hora de despertamos para a sabedoria do espírito humano e reconhecermos que a comida é o sustento primário da humanidade; sem comida o corpo acaba, a respiração desiste, a vida termina e o planeta morre.

Viver em ahimsa significa a vida de não violência em vez de uma vida violenta. Se o karma supremo da humanidade é manifestar harmonia durante essa época de transformações, então precisamos primeiro entender o que significa viver saudavelmente e em paz. Se estivermos seguros nesse conhecimento, podemos facilmente conseguir saúde e harmonia. Precisamos mudar nossos pensamentos e crenças. Para encontrar o tesouro do coração e colher saúde e prosperidade abundantes, precisamos nos comprometer a cultivar harmonia interna como prioridade. Fazendo isso, nos tornamos conscientes dos grandes desafios enfrentados pela mãe natureza, nossa fonte de luz, água e comida.

Essa mudança básica nos pensamentos nos guiará a mudanças em nossas vidas pessoais. Cada um de nós pode fazer mudanças significativas para preservar a paz, saúde e harmonia: tudo começa na consciência do ser.

A prática revolucionária de viver em ahimsa, que também chamamos de sadhanas no Ayurveda, desperta os sentidos e nossa habilidade para conectarmos com as energias maiores do universo. Você aprenderá a experimentar a sensação de completude pela arte de celebrar o corpo, a mente e a alma com amor e harmonia. Celebrando, você aprenderá a ouvir os sons de seu ser interno e ganhará acesso à sua medicina interna para curar a si mesmo, a natureza e todas as coisas que te rodeiam, sem remédios! Esse trabalho é de festejar a natureza, nutrindo pensamentos, fala e ação, e nutrir o corpo, a mente e o espírito em absoluta harmonia.

(Copyright2011 – Maya Tiwari Excerpt from Living Ahimsa Diet: Nourishing Love & Life)

Maya Tiwari (Mother Maya), participante confirmada do Yoga pela Paz 2011, serviu por mais de 25 anos como monja védica, pertencente da renomada linhagem védica de Vyasa, foi proclamada Líder de Paz Mundial pelo Parliament of the World’s Religions (Parlamento Mundial de Religiões) por seu proeminente trabalho em criar harmonia interna, saúde e bem-estar no mundo. Saiba mais AQUI.



quarta-feira, 11 de maio de 2011

...::: Ctrl+Alt+Del ......com PRANA MUDRA:::...


Por Marlei Caroli

Também conhecido como shanti mudra – O gesto da Paz.


Sente-se numa postura confortável e relaxe todo o corpo, especialmente abdômen, braços e mãos (direita sobre a esquerda).

Depois de uma exalação pratique mula bandha (fecho da raiz - saiba mais AQUI) e retenha o ar fora dos pulmões por alguns instantes. Comece a inspirar, sinta o prana (energia vital) subir do chakra básico ao chakra do plexo solar.

Continue inalando e sentindo o prana subir, passar pelo chakra do plexo solar e pelo chakra do coração enquanto expande o peito. Simultaneamente eleve as mãos pelos lados abrindo os braços e una-as à frente do peito em anjali mudra. Faça uma leve pausa na inspiração.

Encha mais os pulmões e sinta o prana subir do chakra do coração até alcançar o chakra do terceiro olho, retenha a respiração levemente sentindo a energia vital. Simultaneamente, eleve as mãos pelos lados abrindo os braços e una-as à frente do terceiro olho.


A partir daí sinta o prana expandir do ajna chakra (terceiro olho) para bindu e sahasrara e visualize uma aura de pura luz emanando do topo de sua cabeça. Eleve as mãos em anjali mudra acima do sahasrara (coroa).

Sinta todo o seu ser irradiando vibrações de paz para todos os seres vivos.


Retenha o ar e a postura o quanto for confortável.


Exale, descendo os braços pelos lados e volte à postura inicial. Durante a exalação, sinta o prana descer progressivamente através de cada chakra, lembre-se sempre de retornar o prana ao chakra básico.
Respire naturalmente, sinta a coluna alinhada e relaxe todo o seu corpo.

Mais sobre os chakras:
Chakras: centros de desenvolvimento psicoespiritual (Por Rosana Biondillo)


Marlei Caroli dará aula no Yoga pela Paz 2011, dedica-se ao estudo das filosofias do oriente, em particular o Yoga, hinduísmo e budismo. Formada instrutora de Yoga no curso de pós-graduação da FMU-SP e Kaivalyadhama Yoga Institute – Lonavla (Índia) participou de vivências meditativas e yógicas em ashrams e monastérios. Utiliza várias fontes de conhecimento, abordagens tradicionais e contemporâneas em seu trabalho de equilíbrio integral. Influências que resultam numa linguagem afinada com corpo, mente e espírito; um olhar amoroso onde os opostos se complementam, criando uma proposta de estilo de vida que traduz seu ideal: liberdade!


quinta-feira, 5 de maio de 2011

A importância do vegetarianismo para a prática de Yoga

Por Marly Winckler

A palavra Yoga vem do sânscrito yuj, que significa união. Segundo a filosofia hindu, a alma humana, ou Jivatma, é uma faceta ou expressão parcial da superalma, ou Paramatma, a Realidade Divina, fonte do universo manifestado. Embora, em essência, os dois sejam o mesmo e indivisíveis, ainda assim, Jivatma tornou-se subjetivamente separado de Paramatma e está destinado, depois de atravessar um ciclo evolutivo no universo manifestado, a unir-se outra vez com Ele, em consciência. Este estado de unificação dos dois, bem como o processo mental e a disciplina por intermédio da qual esta união é atingida, são ambos chamados de Yoga1.

Patanjali foi o grande compilador da tradição milenar da Yoga – e o fez de maneira magistral. O sistema delineado por Patanjali constitui-se de oito partes, denominado Ashtanga Yoga. O sistema contempla oito angas ou membros, concebidos como estágios que se sucedem numa sequência natural. São eles: yama, niyama, asana, pranayama, pratyahara, dharana, dhyana, samadhi.

Construção do caráter

Os dois primeiros angas do Yoga, yamas e niyamas destinam-se a prover uma base moral adequada para o desenvolvimento do Yoga. Para os propósitos desse artigo ficaremos apenas com yamas, o primeiro aspecto.

Yamas são os votos de autorrestrição ou abstenções e compreendem cinco partes: ahimsa (abstenção da violência), satya (verdade), asteya (abstenção de roubar) brahmacharya (abstinência sexual), aparigraha (abstenção da cobiça). Para os propósitos desse artigo, nos concentraremos tão somente no primeiro tópico de Yama, ahimsa.

Ahimsa é a abstenção de todo e qualquer tipo de violência. Não significa apenas não matar, mas não infligir voluntariamente qualquer dano, sofrimento ou dor a qualquer ser vivo, por palavras, pensamentos ou ações. Significa o mais alto grau de inofensividade.

Ahimsa é parte da preparação preliminar para a prática do Yoga, base para a construção do edifício de muitos andares que é. Sem esta base moral não é possível avançar muito no Yoga integral, ficando o praticante restrito a posturas físicas (asanas) e respiração (pranayama), e não dispondo, portanto, dos elementos indispensáveis para o Yoga superior constituído pelos estágios mais avançados: pratyahara, dharana, dhyana e samadhi. Tão somente a prática das posturas já traz benefícios, mas Yoga é bem mais do que isso.

Não causar violência ou dano a nenhum ser vivo é parte integral de ahimsa. Alimentar-se de uma forma que não cause violência ou dano a nenhum ser vivo é um de seus requisitos. O vegetarianismo, não por acaso, está indissoluvelmente ligado à prática do Yoga e, não por acaso, a Índia, berço do Yoga, é também um país tradicionalmente vegetariano. Isso desde tempos imemoriais, quando as condições com que os animais eram tratados e abatidos não chegavam nem perto das barbaridades e crueldades com que hoje isso acontece.

Tipos de alimentos

Segundo a tradição hindu, a construção do corpo físico resulta do alimento e da bebida que ingerimos e, naturalmente, a qualidade de seus elementos constituintes depende, em grande medida, da qualidade deste alimento. O conhecimento da natureza das diferentes espécies de alimentos e a experiência possibilitaram aos estudiosos indianos classificá-los em diferentes categorias. A classificação mais familiar é a divisão em três grupos: tamásico, rajásico e sátvico. Alimentos tamásicos são aqueles que estimulam a inércia, rajásicos os que produzem atividade, e sátvicos os que produzem harmonia e ritmo. É no último grupo que o praticante de Yoga tem de basear, tanto quanto possível, a sua alimentação2. A carne está classificada no primeiro grupo.

Os grãos de onde sairão novas plantas e que estão cheios das substâncias mais nutritivas, os frutos, todos os produtos cujo próximo desenvolvimento, no decurso do ciclo vital, é o crescimento, são alimentos rítmicos, saturados de vida, próprios para constituírem um corpo ao mesmo tempo sensível e vigoroso, mais apropriado ao praticante de Yoga3.

Impactos da alimentação centrada na carne

A alimentação centrada na carne além de impor enormes sofrimentos aos animais também gera fortes impactos para o meio ambiente. Por outro lado, a saúde humana se beneficia muito com a alimentação vegetariana. Um bom praticante de Yoga deve gozar de boa saúde, pois, como diz Rohit Mehta, com um corpo enfermo e uma mente doentia não é possível avançar na senda do Yoga4.

Saúde

Várias organizações internacionais de renome como a American Heart Association (AHA), a Food and Drug Administration (FDA), o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a Kids Health (Nemours Foundation), o College of Family and Consumer Sciences (University of Georgia) e a Associação Dietética Americana têm parecer favorável ao vegetarianismo, esta última afirmando inclusive que os profissionais da área da nutrição têm o dever de incentivar aqueles que expressam intenção de se tornarem vegetarianos.

O vegetariano tem risco reduzido de doenças crônicas e degenerativas, como cardiopatias, câncer, diabetes, obesidade, osteoporose, doenças da vesícula biliar e hipertensão. O vegetariano tem 31% a menos de cardiopatias, 50% a menos de diabetes, vários cânceres a menos, sendo 88% a menos de câncer de intestino grosso e 54% a menos de câncer de próstata, só para citar alguns5.

Meio ambiente

O impacto ambiental causado pela criação de quantidades exorbitantes de animais para suprir (e estimular) a demanda por carne é colossal. Só no Brasil são criados anualmente cerca de 200 milhões de bovinos e cerca de um bilhão de frangos, galinhas, suínos etc.6

De acordo com a FAO, a pecuária está entre as três principais causas de qualquer problema ambiental significativo, incluindo a degradação da terra, mudanças climáticas e poluição do ar, escassez e contaminação de água e perda de biodiversidade.

O consumo de carne bovina é a principal causa das queimadas, do desmatamento, do assoreamento dos rios e da perda de biodiversidade, do uso e da contaminação das águas, entre outras mazelas ambientais, como a geração de quantidades exorbitantes de dejetos animais. O consumo de outras carnes (frango, porco, peixe etc.) e produtos de origem animal (laticínios e ovos) igualmente gera enormes impactos.

Alguns fatos

Desmatamento

A indústria da carne é a principal responsável pela derrubada das florestas (80% da destruição da Amazônia deve-se à pecuária e à soja, para virar ração para animais). A criação de gado é responsável pelo desmatamento de 93% da Mata Atlântica, 80% da caatinga, 50% do cerrado e 18% da Amazônia7.

Aquecimento global

No relatório A grande sombra da pecuária, a FAO afirma que os gases emitidos pelos excrementos e flatulências, pelo desmatamento para abrir pastagens, somados à geração de energia gasta no manejo do gado respondem por 18% dos gases-estufa emitidos anualmente no mundo. Segundo este relatório, a pecuária agrava mais o efeito estufa do que o setor de transportes, responsável por 13% das emissões8.

Uso e contaminação da água

A indústria da carne é responsável por mais da metade da água consumida para todos os fins. São necessários cerca de 15 mil litros de água para gerar um quilograma de carne bovina, ao passo que são necessários apenas 195 litros para se obter 1 quilograma de feijão, 42 litros para se obter 1 quilograma de batata etc.

Cada quilograma de carne gerado em sistema de confinamento deixa para trás 7 a 9 litros de excrementos, que não têm como ser absorvidos pela terra. Esses resíduos vão diretamente para córregos, poços e lençóis freáticos.

Oceanos

A pesca industrial é extremamente predatória. Os oceanos estão entrando em colapso rapidamente. Até 2006, 29% das espécies de peixes e frutos do mar já haviam entrado em colapso. O camarão rende apenas 2% do montante global pescado anualmente, mas responde por 35% do desperdício total. O “descarte” está hoje avaliado em 27 milhões de toneladas anuais, de peixes e outros organismos marinhos considerados “do tipo ou tamanho errado”9.

A maior parte dos peixes e outras criaturas marinhas capturadas anualmente não é consumida diretamente pelos seres humanos, mas dados como ração aos animais. São necessários 45 quilogramas de peixes selvagens para criar um quilograma de salmão criado em cativeiro10.

Insustentabilidade e ineficiência

Metade de toda a terra boa do mundo é destinada a pastagens. Metade da colheita mundial de grãos é consumida pelo gado no mundo todo. Criar gado é uma forma muito ineficiente de utilização dos recursos. São necessários em média 7 a 9 quilogramas de cereais e grãos para produzir um quilograma de carne de boi. A relação para carne de porco e frango é de 3,5 e 1,7 quilogramas, respectivamente.

Num mundo onde a fome é uma realidade, comer carne é eticamente inaceitável.

Impactos sociais

Além da pegada ecológica, os problemas sociais gerados pela indústria da carne são também muito graves. A maior parte das denúncias sobre mão de obra escrava realizadas no Ministério do Trabalho no Brasil vem da pecuária. Outro grande problema é o abate clandestino, responsável por aproximadamente 50% do mercado nacional, onde o trabalho infantil também é recorrente.

As condições de trabalho nos frigoríficos são degradantes e geram problemas físicos e psicológicos nos trabalhadores. Acidentes são corriqueiros. Nos frigoríficos os processos produtivos são agressivos. Ou o calor é excessivo, acima de 40 graus, chegando a 95 graus em vários pontos, ou muito frio, abaixo de doze, atingindo até 35 negativos nas câmaras frias. O barulho é ensurdecedor e os protetores auriculares reduzem pouco o nível de ruído.

A umidade está em todo lugar, proveniente dos vapores ou das mangueiras que incessantemente são acionadas para limpar o sangue do chão. O odor é desagradável, chegando a níveis insuportáveis em alguns setores como da triparia e bucharia. O ritmo da produção é alucinante, ditado pela velocidade das roldanas com ganchos que carregam nos trilhos os pedaços do animal, que vai sendo dissecado a cada seção11.

Crueldade com os animais

Inúmeras crueldades são cometidas na criação de animais ditos “de consumo”, ou seja, abatidos para virar comida. O sofrimento inerente ao abate não é o único aspecto a considerar. Imagens idílicas de fazendas onde os animais vivem felizes e contentes, junto à sua prole, povoam nosso imaginário, mas o agronegócio está tornando isso coisa do passado. A tendência hoje é criá-los em granjas industriais, onde vivem confinados e submetidos a tratamento cruel. Praticamente 100% dos porcos e frangos são criados hoje em regime de confinamento, e o gado e o peixe caminham para isso.

Os filhotes são separados da mãe assim que nascem e criados em condições abomináveis, totalmente artificiais, gerando muito estresse e doenças, combatidos com medidas ainda mais execráveis: corte do bico, do rabo, dos dentes e da genitália, tudo sem anestesia. Só saem dessa situação penosa para o abate. Ali, eles são depenados, esfolados, escaldados e esquartejados, na maior parte das vezes, ainda vivos.

Nunca na história da humanidade animais foram tão desrespeitados e maltratados como acontece agora em pleno século XXI nas granjas industriais. Como afirma Peter Singer Os animais são tratados como máquinas que convertem forragem de baixo preço em carne de preço elevado, e qualquer inovação será utilizada se resultar em uma ‘taxa de conversão’ mais baixa12”.

De acordo com a FAO, mais de 52 bilhões de animais são mortos para comida por ano no mundo.

Comer carne e outros produtos de origem animal é um hábito bastante arraigado, sobretudo nas sociedades ocidentais. Muitos praticantes de Yoga no ocidente acreditam que precisam comer carne para ter a força exigida na prática das posturas. K. Pattabhi Jois, o criador do estilo de Yoga que mais exige aptidão física, o Ashtanga Vinyasa Yoga, afirmou claramente que a dieta vegetariana é uma exigência para a sua prática. O mesmo fez seu filho, Manju Jois, em recente visita ao Brasil. Pattabhi Jois inicialmente relutava em ensinar Yoga a ocidentais porque comiam carne. Somente abriu as portas para alunos ocidentais quando percebeu que estes poderiam se tornar vegetarianos, mesmo não tendo nascido vegetarianos13.

A humanidade clama por paz, mas a paz não será possível enquanto ela se associar todos os dias aos atos sangrentos e cruéis indissoluvelmente ligados à criação e ao abate de milhares e milhares de seres indefesos que, como nós, também sentem dor e terror.

Toda a crueldade e os demais impactos associados à carne e outros produtos animais não é compatível com o primeiro preceito do Yoga: ahimsa. A alimentação vegetariana é parte fundamental e integral de um mundo sem violência, saudável, sustentável e que respeita todas as formas de vida. É a dieta do praticante de Yoga.

Marly Winckler Coordenadora para a América Latina e Caribe da União Vegetariana Internacional, com sede na Inglaterra (www.ivu.org) e Presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira (veja o site AQUI)

Notas

1. Taimni, I.K. A Ciência do Yoga. Editora Teosófica, 1996, p. 20.

2. Taimni, I.K. Self-Culture in the light of Ocultism. TPH: Madras, Índia, 1976, p. 56.

3. Annie Besant. Introdução ao Yoga, Círculo do Livro, p. 160
4. Rohit Mehta. Yoga a arte da integração. Editora Teosófica, 1995, p. 106

5. Posição da Associação Dietética Americana (ADA) sobre dietas vegetarianas. http://goo.gl/CacpD

6. IBGE, 2010.

7. João Meirelles Filho. Você já comeu a Amazônia hoje? http://goo.gl/twmKK

8. Livestock's long shadow: environmental issues and options, FAO, 2006. http://goo.gl/MQIXE

9. Paul Watson. Consider the Fishes, VegNews, março-abril, 2003:27

10. Impactos sobre o Meio Ambiente do Uso de Animais para Alimentação. SVB, 2007 p. 12. http://goo.gl/gn7Ty

11. Frigorífico deve adequar condições de trabalho. Repórter Brasil. http://goo.gl/G5n6w

12. Singer, Peter. Libertação Animal, Editora Lugano, Porto Alegre, 1990. p. 110.

13. Sharon Gannon. Yoga and Vegetarianism, p.26.

Mais sobre:

Yamas e Niyamas



terça-feira, 3 de maio de 2011

OM


Por Patrick van Lammeren (Artigo publicado no livro Cânticos e Versos – Vidya Mandir)

De todos os mantras, Om é o mais importante. Um mantra é, literalmente, "aquilo que protege a mente". Uma vez cantados e repetidos, a mente é disciplinada e como consequência obtemos uma capacidade de observá-la, compreendendo como ela funciona, o que a faz reagir e como podemos fazer para lidar melhor com ela. O termo mantra é usado, rigorosamente, apenas para os versos dos Vedas, e tem sempre uma conotação devocional, descrevendo e elogiando este Todo que é Isvara, "aquele que tudo governa".


Por este motivo, os mantras também protegem, porque são um meio para enfraquecer nossos gostos e aversões; uma vez que entoamos os mantras
não para satisfazer os desejos da mente, e sim nos relacionarmos com Isvara, aqueles gostos e aversões perdem aos poucos sua força, e as reações por não obter os objetos de desejo também diminuem. E desta forma, o ego, com todas as suas projeções, se dobra, nos permitindo questionar sobre a verdade de nós mesmos.

Além de tudo isso, os mantras são muito bem feitos, tendo sido recebidos pelos rsis (sábios) do passado e transmitidos oralmente até os dias de hoje. De modo a mantê-los intactos, os mantras devem ser cantados rigorosamente na métrica correta. Os efeitos de tais métricas são vários, que incluem uma absorção da mente no canto, contribuindo para uma mente meditativa. Os mantras, quando corretamente entoados, eliminam papam (demérito) e os obstáculos são dissolvidos, abrindo caminho para uma mente discriminativa e preparada para o autoconhecimento.


Om também é chamado pranava, e deriva da raiz av, “proteger”. Dentre todos os mantras, Om é aquele que mais protege. Todo mantra tem início com o Om; o próprio Veda tem como primeira sílaba o Om. Ele é considerado um bija mantra, ou seja, um mantra semente, guardando em potencial outros mantras. Por exemplo, o bija mantra gam está associado a Ganesha, e guarda seus mantras em potencial. Da mesma forma, o bija shrim, com Laksmi, e aim, com Sarasvati. Mas, dentre todos, o Om é o maior bija mantra. Ele guarda em potencial todo o Veda, com todos os seus mantras, e todo o conhecimento contido neles. É dito que o Om guarda todo o universo em potencial, sendo o primeiro som entoado por Brahma, o criador, no momento da manifestação do Universo.


Por ser o maior bija mantra, é dito que não se deve fazer japa, a repetição em múltiplos de 108, com o Om. A consequência é um enorme impulso pela renúncia de tudo. Uma vez que vivemos em um mundo onde temos nossas obrigações, não seria adequado tal impulso, e por este motivo, a repetição de Om é recomendada apenas para os renunciantes. Para todos os demais, é dito que se deve sempre repetir outro mantra que, naturalmente, incluirá o Om no início, como, por exemplo, Om namah sivaya.

Om é formado por três letras: A - U - M. Entretanto, quando unimos a letra A com a letra U, em sânscrito, ambas se fundem na letra O. Por este motivo, escrevemos e entoamos OM, e não AUM.


Estas três letras originais carregam todo o ensinamento contido nos Vedas. A primeira letra, A, representa o início, o ato de criar, e por isto está associada ao Brahma; a segunda letra, U, representa o meio, o ato de manter e sustentar, e por isto está associado ao Visnu; a terceira, M, representa o final, o ato de dissolver e destruir, estando associado ao Shiva. Desta forma, temos um primeiro significado do Om, representando Isvara na forma da conhecida Trimurti, a trindade hindu. A repetição do Om, então, representa o processo constante de manifestação e dissolução do universo.


A letra A é o som mais básico para começar a falar; representa o ato de abrir a boca, e por isto está associada ao início de qualquer palavra. O M representa o ato de fechar a boca, ao terminar de falar, e por isto está associado ao final de qualquer palavra. A letra U representa todas as outras letras existentes. Desta forma, Om inclui todas as palavras possíveis, que necessariamente começam com o abrir da boca e terminam com o fechar da boca. Porém, a tradição ensina que todos os objetos nada mais são que nomes e formas; desta maneira, todos os objetos estão inclusos no Om. E o que é o Universo senão todos os objetos, todos os nomes e formas? Assim, Om representa este Universo, o Todo, Isvara.


As três letras também significam os três gunas: sattva, rajas e tamas. O primeiro refere-se a conhecimento e discriminação; o segundo a ação e movimento; o terceiro a inércia e ignorância. A combinação destas três tendências constitui todo o Universo, com suas constantes modificações. Desta forma, o Om novamente representa este Isvara, na forma dos três gunas.


Complementando o significado, temos que A - U - M representam os três períodos de tempo – passado, presente e futuro; os três mundos – Bhuh, Bhuvah, Suvah; os três "corpos" de Isvara, que são o universo físico, o sutil e o causal. De fato, o número três surge constantemente dentro do simbolismo védico, se manifestando de forma grandiosa no Om. Todos estes significados nos remetem a Isvara, o Todo.


Porém, o Om também nos remete a Jiva, o indivíduo, que também é constituído dos três gunas; também tem três corpos, o grosso, o sutil e o causal; e que vive os três estados de experiência – acordado, sonhando e dormindo.


Qual a relação fundamental entre Jiva, o indivíduo, e Isvara, o Todo? Os Vedas nos oferecem o conhecimento sobre esta relação, que também é representado no Om. A - U - M são os três Vedas, Rg, Sama e Yajur, que contêm todo o conhecimento (Atharva, sendo um Veda um pouco diferente dos demais, tradicionalmente é omitido da lista simbólica). Também representam as três etapas do ensinamento – sravanam, o escutar as palavras dos Vedas a partir de um mestre versado; mananam, o questionar estas palavras de modo a eliminar todas as dúvidas, conduzindo a um entendimento claro; e nididhyasana, a contemplação daquilo que foi entendido, para que o conhecimento seja estabelecido na mente do estudante com firmeza. E, finalmente, representam o estudante (A), o guru (M) e a conexão entre ambos (U), que é o processo de ensinamento.


E no que consiste este conhecimento? Os Vedas ensinam que o indivíduo e o Todo são o mesmo. Como isto é possível? Na repetição do Om, o mantra surge, permanece um tempo e se dissolve. Depois, surge novamente, se mantém e se dissolve. Este ciclo, assim como a manifestação e dissolução do universo, é constante, não tendo início nem fim. Entretanto, o que existe entre duas repetições? Uma ausência do som?


Quando repito um mantra, este mantra é pensamento. No momento do pensamento, estou presente. Isto é claro, porque normalmente nos identificamos com nossa mente. Mas e entre as duas repetições? Neste momento só há silêncio. Nenhum pensamento está presente, mas ainda assim eu estou presente. Desta forma, concluímos facilmente que eu não sou pensamento, não sou a mente, uma vez que na ausência de pensamento eu ainda estou presente.


Se estou presente no momento do silêncio, então o silêncio não é uma mera ausência de pensamentos, mas sou eu mesmo. O silêncio é aquilo que é livre das formas, livre de limitação, livre de qualidades. Se antes de uma repetição há silêncio, e depois também há silêncio, o que me diz que durante a repetição não há silêncio? Se estou presente durante o silêncio, e sei que estou presente durante o pensamento, então estou presente todo o tempo.


Este silêncio, portanto, existe sempre, sendo eterno, sem início e sem fim; dele os pensamentos surgem, nele os pensamentos se dissolvem. Todo o universo é nome e forma, mas todo nome e forma é pensamento. Portanto, todo o universo surge do silêncio, e se dissolve no silêncio. Assim, este silêncio é a verdade de Isvara, o Todo, e a verdade de Jiva, o indivíduo. O conhecimento que os Vedas transmitem é que este Isvara e eu somos o mesmo, livre de limitação, eterno; Sat, Cit, Ananda – Existência, Consciência, Plenitude. Este Absoluto, chamado Brahman, é Om, e este Om sou eu.

Desta forma, Om carrega todo o conhecimento. Meditando sobre ele, o indivíduo é capaz de descobrir a verdade sobre si mesmo.


Om Tat Sat


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Patrick van Lammeren é professor de Vedanta, simbolismo védico e sânscrito, estudante de física pela UFF e estudante de Vedanta desde 2004, além de fazer parte da equipe do Centro de Estudos Vidya Mandir, dirigido pela professora Gloria Arieira.

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