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quarta-feira, 30 de junho de 2010

Uma Visão Ayurvédica da Dor no Parto

Por Maíra Duarte

O sistema nervoso é responsável pelo processo de sentir a dor. Existem vários tipos de dor e cada uma requer cuidados diferentes. A dor pode ser quente e latejante, aguda e migratória ou pesada e constante. Os três principais fatores que geram dor são: bloqueios (emocional, fisiológico ou mental), alimentos mal digeridos e excesso do elemento ar no corpo. Toda dor, independente do tipo, indica excesso do elemento ar que governa o sistema nervoso e sensorial. O ar é frio, leve e instável e é equilibrado pelas qualidades quente, úmido e pesado.

Segundo o Ayurveda, é fundamental compreender o que gera desequilíbrio e, ao aliviar os sintomas, não perder de vista a fonte geradora do problema. Muitas vezes aliviar a dor pode ser apenas esconder o que a está gerando e assim o organismo perde a capacidade de reação. Imagine um tornozelo torcido: a pessoa toma um analgésico para eliminar a dor e, sem ela, usa o tornozelo normalmente sem esperar a recuperação dos músculos e ligamentos. Ou alguém que tenha um problema digestivo, como, por exemplo, acidez e toma antiácido com frequência, aliviando o sintoma, mas não cura a origem da doença.

Os tratamentos ayurvédicos para aliviar a dor visam equilibrar o elemento ar e digerir toxinas. Massagens aplicadas com óleos vegetais aquecidos, emplastros, terapias de suor, bastis externos (procedimentos com aplicação de óleo local) e estímulo dos pontos marma (pontos vitais do organismo) que auxiliam no desbloqueio dos canais. Existem algumas ervas para uso interno que aquecem o organismo, digerem toxinas, dilatam os canais e auxiliam no alívio da dor.

A dor no trabalho de parto
Existem alguns aspectos que favorecem o trabalho de parto: equilíbrio dos cinco elementos no corpo, toxinas digeridas, equilíbrio do vento descendente (apana) e boa elasticidade dos tecidos. O acompanhamento pré-natal é fundamental para garantir estes aspectos.

Durante o trabalho de parto, o calor local, o uso de óleos específicos para nutrir os tecidos, a respiração e a música ansiolítica são as principais formas de aliviar a dor. O uso interno (via oral) de infusões de manjericão e canela tem efeito suave no alívio da dor. Todas essas medidas devem ser aprovadas e acompanhadas pelo profissional responsável pelo parto.

Gemido em casal ou dupla com doula
Com o início das contrações, é importante que a mulher mantenha-se relaxada e entregue para que o útero esteja maleável para a dilatação. Quanto menos tensa e enrijecida a mulher estiver, mais facilmente lidará com a dor. Uma boa forma de relaxar no início do trabalho de parto é com o gemido em casal (ou em dupla com a doula). Apoie-se no seu acompanhante de parto relaxando toda a pelve. Ele pode dar sustentação por trás enquanto você segura no pescoço dele. Respirem juntos e soltem o ar junto com um "ahhhhh" bem profundo ou outro som que faça sentido para você. O som vem lá de dentro e não da garganta e deve ser direcionado para baixo, como se fosse sair pela vagina. Fazer junto com o pai do bebê o insere dentro do trabalho de parto, traz uma participação mais íntima e ativa como se estivessem “parindo juntos”. Também é uma boa forma de trabalhar o “nascimento” do pai, seu rito de passagem que muitas vezes fica camuflado pela intensidade da força feminina que envolve a situação.

Massagem
A massagem nos pés é considerada por muitas gestantes extremamente relaxante e prazerosa. Durante o trabalho de parto, ajuda a relaxar suavizando na dor. Todas as partes do pé podem ser massageadas.

Alguns especialistas não indicam o recebimento de massagens no primeiro trimestre da gestação, mas este não é um consenso. Caso a gestante sinta sua pele ressecada ou acúmulo de líquido em certas partes do corpo, pode receber uma oleação e drenagem suave se houver permissão médica.

Após o terceiro mês, a gestante pode receber massagem suave em todo o corpo com regularidade. A partir do oitavo mês é aconselhado que receba oleação diariamente, principalmente na barriga para prevenir estrias. Quando completar nove meses de gestação, o estímulo suave dos marmas que controlam o apana pode ser associado às oleações, e a gestante pode ir a uma clínica ayurvédica receber a massagem abhyanga, uma ou duas vezes por semana.


Maíra é terapeuta ayurvédica formada pela Escola Yoga Brahma Vidyalaya e no Curso Avançado de Ayurveda pela Academia Internacional de Ayurveda, na Índia. Especializou-se nos cuidados ayurvédicos com a gestante (Perfect Pregnancy Program). Doula formada pelo Gama (Grupo de Apoio à Maternidade Ativa) e pela ONG Amigas do Parto, Maíra realiza acompanhamento de gestantes durante a gravidez, trabalho de parto e pós-parto. mairaduarte@gmail.com, (11) 8415-8222.


A Prática de Yoga e o Assoalho Pélvico Feminino

Por dra. Jacqueline Leme Lunardelli e dra. Mara de Abreu Etienne

A prática de Yoga presume o exercício do autoconhecimento físico, mental e espiritual. Promove o alinhamento corporal e seu equilíbrio por meio de exercícios respiratórios e posturas especiais, envolvendo os músculos profundos abdominais e do assoalho pélvico.

O conhecimento da anatomia e de suas funções pode potencializar a consciência e os benefícios obtidos com a prática de Yoga. Dessa forma, a saúde pode ser preservada ou restaurada quanto mais a mulher tiver consciência de si, de seu corpo e possibilidades.

A pelve feminina possui funções essenciais como a continência urinária e fecal, a micção e a defecação e a função sexual. Os músculos pélvicos exercem ações de contração e de relaxamento ou de expulsão como, por exemplo, no parto.

Ao longo da vida, por diversas razões, a mulher pode experimentar alterações conhecidas como "disfunções do assoalho pélvico": incontinência urinária (qualquer perda involuntária de urina), aumento da frequência urinária, urgência para urinar, nictúria (acordar duas ou mais vezes à noite para urinar), dificuldade para esvaziar completamente a bexiga ou gotejamento pós miccional. Em relação à função anal, a mulher pode apresentar desde a perda involuntária de gazes, constipação ou a perda de fezes.

É importante citar que muitas vezes a mulher pode perceber a flacidez da parede vaginal após dois ou mais partos vaginais. Um dos sintomas pode ser o escape de ar pela vagina, com ou sem ruído.

Todas essas disfunções podem ser consequentes dos prolapsos de órgãos pélvicos, entre eles a cistocele (bexiga caída), retocele (herniação do reto) ou prolapso uterino.

Disfunção sexual significa a incapacidade frequente para completar o ciclo de resposta sexual, seja na fase de desejo, excitação, orgasmo ou resolução. Disfunções se apresentam também como: dispareunia (dor ao ato sexual) ou vaginismo (contração excessiva da vagina).

Todo o exposto até aqui são situações clínicas passíveis de serem cuidadas por profissionais especializados na área de uroginecologia.

A promoção da saúde é benefício direto da prática de bons autocuidados. A prática da Yoga redireciona, ativa e libera a energia que circula pelo corpo estimulando os centros cerebrais, os nervos e os órgãos, beneficiando o sistema neuromuscular e glandular.

Na Yoga, mula bandha é a contração dos esfíncteres do ânus e da uretra. Trata-se de técnica de elevação e contração do assoalho pélvico. Contrai-se primeiramente a musculatura dos esfíncteres do ânus e da uretra. Depois, eleva-se verticalmente o assoalho pélvico, em direção ao plexo solar. Esta contração pode ser acompanhada pelo recolhimento dos músculos do baixo-ventre e dos glúteos. Estimula-se assim o sistema nervoso central e o chakra básico.


Dra. Jacqueline Leme Lunardelli – Ginecologia/Uroginecologia jackieluna@uol.com.b
Dra. Mara de Abreu Etienne – Fisioterapia do Assoalho Pélvico/Uroginecologia maraetienne@uol.com.br


A Cura pelo Olfato

Por Márcia De Luca

Lembre-se por um momento do cheiro da terra depois da primeira chuva de primavera, do cheiro de uma refeição preparada por sua avó ou do cheirinho de um bebê recém-nascido. Nosso sentido do olfato conecta-nos diretamente com nossas emoções, lembranças e instintos. Por meio de um processo conhecido por condicionamento neuroassociativo, podemos ligar uma reação de cura à experiência de um odor em particular. Por exemplo, se cada vez que sentarmos para meditar usarmos uma fragrância de sândalo, logo aprenderemos a associar a sensação de relaxamento com o aroma. Outras vezes, simplesmente sentindo o cheiro da fragrância, provocará a sensação de relaxamento tranquilo.

Descubra um aroma que você goste muito e inale profundamente sua essência sempre que estiver se sentindo relaxado, em paz ou desfrutando de um dia particularmente agradável. Gradualmente seu corpo vai associar esses sentimentos agradáveis com o uso do aroma. Em pouco tempo, simplesmente o cheiro da essência provocará um estado elevado de bem-estar.

Consulte o quadro abaixo para determinar que aromas podem equilibrar seu atual elemento psicofísico ou experimente diversos aromas para descobrir qual o que mais lhe agrada.



Márcia De Luca escreveu esse texto para seu curso de Formação de Professores. É autora do livro Ayurveda – Cultura de Bem Viver (Editora de Cultura) e apresenta na Rádio Eldorado os Boletins Filosofia de Bem Viver. www.ciymam.com.br


Óleos Essenciais

Por Puja Punita

Os óleos essenciais podem trazer muitos benefícios físicos e energéticos ao nosso corpo, além de agir em nossa memória olfativa, que é a capacidade de estimular lembranças e sensações pelo cheiro. Diferentes das essências (que são sintéticas), esse óleos essenciais, como o próprio nome diz, são a essência da planta.

Com diversas aplicações, os óleos podem ser usados como spray de limpeza e aromatização de ambientes, aromatizadores com fins terapêuticos ou, quando diluídos em óleo vegetal, direto no corpo também para terapia.

Três deles não devem faltar em sua farmácia natural: eucalipto, tea tree e lavanda. Além de não custarem muito caro (o óleo essencial de rosas, por exemplo, é mais caro que ouro!), têm muitas aplicações terapêuticas.

Eucalipto
Para tosses, dores de garganta e outros problemas do sistema respiratório, experimente:
- Tomar duas gotas de óleo essencial misturado a uma colher de sopa de mel.
- Fazer inalação como antigamente: respire o vapor de uma bacia de cinco litros de água fervente e três ou quatro gotas de óleo essencial. Para aumentar a eficiência, experimente cobrir a cabeça com uma toalha.
- Fazer uma massagem simples no peito ou nas costas com o óleo essencial diluído em óleo vegetal ou creme.

Tea tree
É fungicida e bactericida e, junto com a lavanda, é o único óleo essencial que pode ser aplicado diretamente na pele, sem diluir.
- Aplicar diretamente em frieiras e outras micoses de unhas.
- As mulheres podem prevenir candidíase pingando duas ou três gotas na calcinha ou em um protetor diário.

Lavanda
É ótimo anti-inflamatório e cicatrizante.
- Pingar uma gota em pequenos cortes (como às vezes acontece na manicure), em espinhas e pequenas queimaduras.
- Em casos de dores de cabeça, experimente pingar uma gota em cada lado da têmpora e fazer uma leve massagem circular na região.
- Para insônia, experimente pingar uma gota no travesseiro.


Puja Punita é terapeuta especializada em Yoga Massagem e dá cursos de formação de terapeutas.
www.yogamassagem.com.br
(11) 9601-8016


terça-feira, 22 de junho de 2010

Vrksasana - Alinhamentos e anatomia



Alinhamentos
Por Pedro Bara

A partir de tadasana (postura da montanha), firme o pé esquerdo contra o chão e flexione o joelho direito, com a mão direita no tornozelo traga o calcanhar direito em direção ao períneo e apoie a sola do pé direito na parte interna da coxa esquerda.

Mantenha o peso na parte interna do pé de base, que deve estar firme e estendida. O pé direito deve pressionar a coxa, que deve resistir como se a coxa externa fosse em direção a interna.

Com as mãos na cintura, alinhe os dois lados do quadril na mesma altura. Depois una as palmas em frente do peito e eleve os braços estendidos (urdhva namaskarasana) com as mãos acima da cabeça.

Estenda a coluna verticalmente para cima e leve o cóccix para dentro. A partir da extensão dos braços estenda mais as duas laterais do tronco para cima. O pescoço deve manter-se relaxado, cabeça entre os braços e o olhar para frente.



Anatomia
Por Carolina Langowski

Por ser uma postura de equilíbrio, trabalha bastante o apoio da musculatura da sola do pé. Ao flexionar a perna direita, alonga-se a musculatura adutora da coxa (1). A contração do quadríceps da perna de apoio (elevando a patela) aumenta a estabilidade na articulação do joelho (2).

Se não puxar com a mão a perna flexionada para cima, utilizará mais a musculatura do quadríceps para manter a posição.

Contraindicações: dor ou fraqueza nas pernas.





Pedro Bara Zanotto graduado em Esporte pela USP. Praticante de Iyengar Yoga há 11 anos e certificado pela Associação Brasileira de Iyengar Yoga no nível Intermediate Junior 2. Professor e coordenador do Centro Iyengar Pôr-do-Sol. Ministra curso de formação de professores em Iyengar Yoga. www.centroiyengar.com.br

Carolina Martins Langowski é formada em fisioterapia pela PUC-PR, com especialização em Medicina Tradicional Chinesa. Fez sua formação em Yoga com Pedro Kupfer e Camila Reitz, dá aulas de Yoga a oito anos em Mariscal SC, onde vive. A quatro anos vem se dedicando a estudar anatomia aplicada ao Yoga, com o grande objetivo de evitar que pessoas se machuquem praticando Yoga. Ministra as aulas de anatomia nos cursos de Formação de Pedro Kupfer, Camila Reitz, Unipaz, Rô Pacheco, David Lurrey, Lygia Lima.

carollangowski@gmail.com
Ilustrações: Madu Cabral


Vrksasana - Mitologia

Por Carlos Eduardo Barbosa

Ao pé e à sombra de uma árvore frondosa o shikshaka (professor) ministra a aula para seus chatras (alunos). Esse é um quadro típico da educação hindu tradicional. A imagem da árvore sempre esteve vinculada, na Índia, à ideia de aprendizado e sabedoria. A Bhagavad Gita menciona, no início do capítulo 15, uma árvore imensa que desde o alto lança seus galhos para baixo, cujas folhas são os versos dos Vedas, a fonte da sabedoria. Essa árvore é o ashvattha, a figueira sagrada, cujo nome significa literalmente “onde estão os cavalos”.

O cavalo é frequentemente usado como emblema do fogo na tradição hindu. Acreditam os sacerdotes que a madeira do ashvattha possui um princípio de fogo muito puro dentro de si, que eles extraem por fricção – a única maneira aceita pelo ritual védico para acender o fogo sagrado. Esse fogo presente na árvore tem o poder de promover a purificação do corpo, que é o tapas (queimação). Talvez por essa razão seja este o asana predileto dos ascetas (tapasvinas).

Kundalini, o fogo interno que se aloja junto à raiz da coluna vertebral, faz o prana (energia vital) subir por nosso corpo como o deus Soma faz a seiva subir pelo tronco da árvore. O soma era um princípio de ascensão presente nos vegetais que os sacerdotes extraíam ritualmente para oferecer ao deus Indra e para beber, em busca da elevação do pensamento e da inspiração poética. O fogo na árvore também é entendido como igual à inteligência dos sábios, que contavam suas histórias diante de fogos rituais mantidos permanentemente acesos durante os festivais religiosos.

Poeta e sábio eram palavras sinônimas usadas para designar os autores dos hinos védicos. Na língua sânscrita eles são chamados de rishi, mas que o povo também chamava de riksha, (urso), talvez porque muitos viveram reclusos em grutas nas montanhas – uma palavra que está a uma letra de distância de vriksha, a nossa árvore.

Ascensão, purificação e sabedoria são três atributos desse asana que o praticante deve tomar em consideração quando faz dele o modelo para a postura de seu corpo. Cultivando esses atributos em sua mente, ele assegura bons resultados para a saúde e o bem estar de seu corpo e de sua alma.


Carlos Eduardo Gonzales Barbosa dá aulas de Sânscrito e de Culturas da Índia desde 1982, desde 2004 tem foco no Sânscrito falado. Dedica-se ao estudo da tradição do Yoga, em especial dentro da perspectiva dos Nathas.
Contato: carlos.eduardo@mais.com
site: www.yogaforum.org


Vrksasana - Ayur-Yoga

Ayur-Yoga
Por Márcia De Luca

Essa postura é excelente para as pessoas de constituição vata porque trás estabilidade e aterra essas pessoas que têm muito ar. A insegurança de vata é equilibrada pela consciência de que somos como uma árvore: aparentamos fragilidade, mas de nossos pés saem raízes que nos sustentam e estabilizam nossas vidas.

Também é excelente postura para os de constituição Pitta, pois ajuda a aquietar, a acessar seus corações e trazer esse sentimento de amor e compaixão às nossas vidas.

Em pouca permanência é também boa postura para os de predomínio kapha, que devem manter a atenção na abertura do esterno e o peito sempre aberto durante a permanência da postura.

Márcia De Luca é professora, praticante de Yoga e especializada em Ayur-Yoga. Dá um Curso de Formação de Professores sobre o assunto. É autora do livro Ayurveda – Cultura de Bem Viver (Editora de Cultura) e apresenta na Rádio Eldorado os Boletins Filosofia de Bem Viver. www.ciymam.com.br


Vrksasana - Como praticar

Quando Usar
Por Analu Matsubara

O vrksasana é uma postura de equilíbrio que desafia nossa atenção e nosso poder de foco. As posturas de equilíbrio exigem uma habilidade de introspecção física e mental, de maneira a minimizar as nuances de movimentos que surgem no exercício da permanência. Vrksasana pode e deve seu usado entre as posturas em pé, especialmente para acalmar o alvoroço de uma aula em grupo. Essa postura traz a perfeita tradução do jargão "raízes e asas": a partir da perna de base (uma boa raiz) podemos evoluir na postura ascendendo com o tronco e expandindo o tórax para as laterais (as asas).

Para Preparar
Por Greta Hill

Experimente praticar essas posturas antes de fazer o vrksasana completo:

1) Baddha konasana (postura do ângulo entrelaçado)
Sentado, com as pontas dos dedos apoiadas atrás de você, leve o sacro para dentro e para cima, mantendo a coluna alongada. Nessa variação, pressione as solas dos pés juntas enquanto alonga ativamente da pélvis até os joelhos. Continue estendendo as coxas e os joelhos para baixo e para fora. Essa postura ajuda a abrir e prepara o quadril.

2) Urdhva Hastasana (postura dos braços para cima, com os dedos entrelaçados)
Em tadasana (postura da montanha), com os pés afastados na largura do quadril, entrelace os dedos das mãos com os braços estendidos para frente e então os eleve. Mantenha a energia muscular ativa nas pernas enquanto estende da pélvis para cima, pelos braços e mãos. Mantenha os ombros para trás e respire profundamente! Essa postura abre os ombros e o peito enquanto alonga a coluna.

3) Preparação para vrksasana (postura do joelho no peito)
Em tadasana, trabalhe ativamente os músculos dos pés puxando-os na direção da pélvis. Eleve uma perna e segure o joelho com as duas mãos. Ative o pé e mantenha os dedos afastados enquanto eleva o joelho flexionado em direção ao peito. Repita com a outra perna. Essa preparação para vrksasana ajuda a construir coordenação e equilíbrio em preparação para a postura completa.

Analu Matsubara formou-se pelo Studio Surya e é certificada internacionalmente pelo Ramamani Iyengar Yoga Institute em Puna, Índia. Hoje dá aulas regulares e uma Formação de Professores em Iyengar Yoga. http://tinyurl.com/yhwhmws

Greta Hill é a única professora certificada em Anusara Yoga no Brasil.
Greta ensinou extensamente em Los Angeles, Califórnia, onde foi co-criadora do primeiro programa de formação de professores do estúdio Black Dog Yoga. Seu ensino é fortemente influenciado por seus extensos estudos com seus professor e mentor John Friend. http://www.gretahill.com/


Mais espaço

Por Madu Cabral

Algumas práticas de Yoga podem exigir muito das articulações do corpo. Punhos, ombros, joelhos e coluna podem precisar de uma ajuda para relaxar melhor em savasana (postura do cadáver).

A massagista Puja Punita ensina como um professor pode ajudar seu aluno a descomprimir essas articulações para um relaxamento mais profundo:

Lombar: antes do relaxamento final, peça para seu aluno fazer a postura da criança (balasana). Com os joelhos apoiados no quadril do aluno, coloque as duas mãos na altura da torácica (do meio das costas para cima) e pressione-as para baixo e em direção ao pescoço. Repita essa ação algumas vezes e depois peça para o aluno deitar em savasana.

Punho: ajude a abrir mais espaço nos punhos do aluno, com uma das mãos segurando seu punho direito e, com a outra, os dedos da mesma mão. Puxe os dedos para cima e o punho para baixo e segure por alguns segundos. Repita mais duas vezes e faça com o punho esquerdo.

Pés: Uma massagem final nos pés é muito relaxante e agradável. Aperte, sem preocupação com alguma técnica, a sola do pé direito do aluno. Dê especial atenção para a região do calcanhar e dos metatarsos, principalmente para o espaço entre os ossos dos dedos dos pés.


Puja Punita é terapeuta especializada em Yoga Massagem e dá cursos de formação de terapeutas.
www.yogamassagem.com.br
(11) 9601-8016


terça-feira, 15 de junho de 2010

Para Jogadores

Por Madu Cabral

O esporte mais popular do Brasil é unanimidade nas conversas nesses dias de copa. Mas os jogadores de fim de semana, inspirados pelo campeonato mundial, devem tomar cuidado, pois o jogo exige muito preparo físico e consciência corporal para não ir além dos limites.

Veja o que se precisa para ser um jogador seguro nesta entrevista com o professor André Oliveira de Araujo, graduado em Licenciatura Plena e Bacharelado em Educação Física na Universidade Paulista – Unip.

1. Quais são os músculos que precisam ser fortalecidos para quem joga futebol regularmente? A prática de futebol exige muitos movimentos por parte dos atletas e, para tal, alguns músculos necessitam de uma atenção especial como parte de um programa de treinamento muscular. Entre eles: gastrocnêmico (panturrilha), músculos da coxa, glúteo, costas e abdome.

2. Qual a importância do alongamento nesses casos? Quais músculos devem ser especialmente alongados? O alongamento propicia ao jogador uma melhora na flexibilidade, além de prevenir lesões. Quem joga futebol deve dar especial atenção ao alongamento dos músculos da coxa e panturrilha.

3. Como a prática exercícios respiratórios pode auxiliar o desempenho em campo? Os exercícios respiratórios auxiliam na melhora do nível de Vo2 o que aumenta a capacidade física e auxilia na prevenção de doenças cardiovasculares.

4. Quais articulações são mais forçadas? As articulações que precisam de mais atenção na prática desse esporte são joelhos e tornozelos.

5. Como proteger essas articulações? É essencial controlar o peso para não sobrecarregar essas articulações, além de fortalecer os músculos que as envolvem. Também é muito importante não realizar movimentos além do limite articular.

6. Quais são as lesões mais comuns em quem joga bola? Fraturas (de ossos dos membros inferiores), entorses, rompimento de ligamentos, inflamações (tendinites por excesso de movimentos repetitivos), estiramento muscular e contratura muscular.


Prof. André Oliveira de Araujo
Graduado em Licenciatura Plena e Bacharelado em Educação Física na Universidade Paulista – Unip
Contato: andreoliveiraaraujo@hotmail.com


Intenção na Prática

Por Kathy Lobos

Depois de alguns anos explorando e investigando várias linhas de Yoga e praticando em diferentes lugares do mundo, percebi que algo está mudando.

Meus gurus são super disciplinadores e rígidos em aula para que todos os alunos aprendam, se concentrem, prestem o devido respeito a esta filosofia milenar e principalmente evitem erros que possam causar uma lesão.

Nas cidades grandes, com a correria do estilo de vida, o objetivo do aluno que procura a aula de Yoga é, entre outras coisas, aproveitar um momento com ele mesmo, sentir o corpo e a respiração, alongar, meditar... E com isso sair de sua aula mais conectado, feliz e leve!

E é essa leveza que ás vezes falta na condução da aula de Yoga, pois temos como referências gurus com cara de bravos, que falam grosso e tratam os alunos com um contato "meio seco".

Esse comportamento pode criar uma sensação estranha para quem já passa todo o dia e um ambiente corporativo pesado e competitivo. Além disso, o corpo normalmente cria uma reação de tensão durante a prática, o que a deixa pesada e com grandes possibilidades de lesão ou dores no corpo no dia seguinte.

Leveza na prática pode significar respirar com carinho, se movimentar num ritmo, ouvir seu corpo, sentir-se feliz por estar naquele momento se dedicando um pouquinho ao seu ser!

Devemos sempre lembrar que o Yoga nos faz bem e que estamos todos buscando paz, amor e felicidade e não há nada de errado nisso.

Namastê!


segunda-feira, 14 de junho de 2010

Para Antes do Jogo

Veja algumas posturas do Yoga para substituir o alongamento tradicional antes de entrar em campo. Experimente de 20 a 30 segundos de permanência em cada uma das posturas.

Janusirsasana (postura da cabeça no joelho)
Upavishta konasana (postura sentada do ângulo)
Upavishta konasana (postura sentada do ângulo) lateral
Marichyasana (postura do sábio Marichi), variação
Halasana (postura do arado)
Ekapada rajakapotasana (postura do pombo real com uma perna)

Felipe Amorim é professor de Yoga, terapeuta Ayurvédico e já viu alguns alunos perderem mais de 10 kg com essas práticas.
www.yogaflow.com.br
(11) 3849-6857


Yoga no Treino

Por Gerson D’Addio

O Yoga pode ser um coadjuvante importante no treino de futebolistas, pois auxilia na concentração, no ganho de flexibilidade, de equilíbrio e um pouco no próprio condicionamento aeróbio.

A prática de Yoga pode ajudar o jogador a estar preparado nos seguintes aspectos necessários para esse esporte:

- Ter um bom condicionamento aeróbio, o que confere resistência e evita fadiga, hipersolicitação ou súbitas alterações cardiovasculares.

- Ter seus grupos musculares mais importantes fortalecidos, principalmente de membros inferiores, o que previne lesões articulares e auxilia o rendimento.

- Ter boa flexibilidade muscular, também com ênfase em membros inferiores, o que previne lesões musculares e permite movimentos mais amplos e econômicos.

Porém, os futebolistas não devem exigir amplitudes extremas em articulações estabilizadoras, tais como joelhos e tornozelos, que estão sujeitas a sobrecargas e movimentos súbitos e imprevistos em situações de jogo, sendo comumente lesionados.

Assim, sugiro que evitem as posturas meditativas que exigem "inversões" nos tornozelos ou forcem os joelhos, tais como a postura de lótus (padmasana). Outros asanas devem ser evitados, ou ao menos feitos com cuidados redobrados, tais como a postura do herói ou raio deitado (suptavirasana ou supta vajrasana).

Além da necessidade de evitar amplitudes de movimento excessivas em algumas articulações, também ressalto a necessidade de utilizar-se de outros sistemas para um trabalho de velocidade e de fortalecimento mais eficaz.


Gerson D'Addio da Silva é comunicador social e educador físico formado pela USP, pratica Yoga há 19 anos e leciona há 14. Formado em Yoga pela UniFMU e Kaivalyadhama Institute de Lonavla – Índia – é mestre em ciências pela FMUSP. Coordena o curso livre de formação da Humaniversidade e é professor no Colégio Marista Arquidiocesano e em vários cursos na área.


quinta-feira, 10 de junho de 2010

Partner Yoga

Por Madu Cabral

A professora carioca radicada em São Paulo, Lygia Lima, sugeriu uma opção mais criativa para celebrar o dia dos namorados: uma aula de Partner Yoga. A aula que surgiu nos Estados Unidos pode ajudar o praticante a evoluir em sua prática pessoal, avançando um pouco em seus limites além de aprofundar o relacionamento. Saiba mais sobre essa prática.

1 – O que Partner Yoga?

É a arte de compartilhar sua prática de Hatha Yoga com outra pessoa, somando forças, consciência e criatividade. Usa as posturas mais clássicas do Hatha Yoga criando um sistema de trações e alavancas onde se consegue mais equilíbrio, alongamento e simetria nas posturas.

2 – Como é a prática?

Começamos com uma meditação, com os parceiros encostados de costas, para sentirem a respiração um do outro e começarem a se conectar. Seguimos com os pranayamas (exercícios respiratórios) para aprofundar a concentração porque a dispersão é mais forte em uma aula como essa. Passamos para as posturas, incluindo alguns vinyasa (fluidez entre uma postura e outra) que criam maior sincronia, não só entre o movimento e a respiração, mas principalmente entre os partners. Desta forma, os praticantes criam um equilíbrio entre o dar e o receber.

3 – Quais os benefícios dessa prática?

Com certeza trabalhamos mais o alongamento do que em aulas comuns, pois com esse sistema de alavancas e trações vamos um pouco além do que iríamos sozinhos. Temos o benefício da troca sem competição entre os praticantes. Dentro do relacionamento uma prática como essa pode trazer maior cumplicidade, entendimento, comunicação e respeito pelos limites do outro e mais diversão. Essa prática pode ser benéfica a todos os tipos de relacionamentos.

Lygia é professora de Vinyasa Flow e editora do blog http://nacaoyoga.blogspot.com/.


quarta-feira, 9 de junho de 2010

A Cura pelo Toque

Por Márcia De Luca

Quando estimulada mediante toque ou massagem terapêutica, a pele libera uma incrível farmácia de elementos químicos que possuem efeitos curativos e agem sobre a fisiologia. Além de causar bem-estar, a massagem feita regularmente e o toque amoroso desintoxicam os tecidos do corpo, acalmam a mente e aumentam a resistência contra as doenças.

Massagear seu corpo diariamente com óleo é um aspecto importante de sua rotina diária. A massagem nutre os tecidos, melhora a circulação, aumenta o estado de alerta, facilita a desintoxicação e melhora a imunidade.

Especial para Você

A técnica de massagem pode ser mais delicada ou mais vigorosa dependendo do seu tipo físico. O tipo de massagem e o óleo que a acompanha podem ser personalizados de modo a equilibrar sua fisiologia psicofísica:

- Para aqueles que estão com o elemento ar em desequilíbrio, a massagem deve ser relativamente suave, utilizando óleos quentes e pesados como o de gergelim ou de amêndoas.

-Os que têm excesso de fogo se beneficiarão de massagens mais profundas e óleos como o de coco, de girassol ou de oliva.

- Ao tentar atenuar o elemento terra, faça uma massagem estimulante e vigorosa, que empregue óleos mais leves como de açafrão, girassol ou óleos mais quentes como de mostarda. Por acelerar a circulação e produzir um efeito revigorante, uma massagem seca, utilizando pós de ervas ou luva de seda, também é benéfica para equilibrar terra.

Automassagem

Deve-se tomar uma pequena quantidade de óleo, colocá-lo em um recipiente plástico fechado e deixá-lo sob a água quente da torneira para aquecê-lo ou aquecê-lo em banho-maria. É melhor fazer esta massagem no banheiro, pois não importa quanto cuidado você tome, ele pode pingar. Enquanto massageia seu corpo, mantenha uma atitude de amor e respeito, pois seu estado de espírito é tão importante quanto a técnica para obter os benefícios do toque de amor.

Comece pela cabeça: coloque uma colher de sopa de óleo quente no couro cabeludo e massageie vigorosamente com pequenos movimentos circulares, como se estivesse passando xampu.

Passe a massagear suavemente o rosto e as orelhas. Ponha uma pequena quantidade de óleo nas mãos e massageie o pescoço, frente e atrás e depois os ombros. Use a palma das mãos e os dedos.

Massageie vigorosamente os braços, fazendo movimentos circulares nas articulações (ombros, cotovelos e pulsos) e movimentos para cima e para baixo, nas partes longas.

Massageie o tronco fazendo movimentos circulares mais suaves e amplos sobre o peito, estômago e ventre. Faça movimento reto, de baixo para cima, sobre o externo. Depois de aplicar um pouco mais de óleo nas mãos e, sem se esforçar, massageie as costas e a coluna com movimentos para cima e para baixo, da maneira que puder.

Da mesma maneira que você massageou os braços, massageie as pernas, com movimentos circulares nas articulações e movimentos para baixo e para cima nas partes longas.

Com o restante do óleo, massageie vigorosamente os pés. Dê atenção especial aos artelhos.

Deixe ficar uma camada de óleo quase imperceptível no corpo, pois se acredita que seja muito benéfico para tonificar a pele e manter os músculos quentes durante o dia. Para finalizar a massagem, portanto, lave-se com água morna e sabonete suave.


Márcia De Luca escreveu esse texto para seu curso de Formação de Professores. É autora do livro Ayurveda – Cultura de Bem Viver (Editora de Cultura) e apresenta na Rádio Eldorado os Boletins Filosofia de Bem Viver. www.ciymam.com.br


Rotina Saudável

Por Felipe Amorim

Quem precisa perder alguns quilos para conseguir um corpo mais equilibrado pode encontrar um grande aliado nas massagens. Sessões regulares dessa terapia acalmam e diminuem a impulsividade pela comida.

O Ayurveda considera que uma massagem que trabalhe os pontos marmas (pontos de energia semelhantes aos da acupuntura) pode ser eficiente para estimular e regular o sistema endócrino.

Além disso, é importante que a massagem seja acompanhada de uma mudança de hábitos, receitas simples, mas extremamente eficientes são:

- Tomar um copo de água morna com gotas de limão e um pouco de mel ao acordar.

- Tomar pequenos goles de chá de gengibre durante todo o dia.

- Fazer a última refeição do dia mais cedo (antes das 19 horas, se possível) e mais leve.

- Prática regular de Hatha Yoga que, além de ser uma atividade física, diminui o estresse.

Com uma combinação entre disciplina e esforço o corpo encontra o equilíbrio e os quilos em excesso somem com menos sofrimento.


Felipe Amorim é professor de Yoga, terapeuta Ayurvédico e já viu alguns alunos perderem mais de 10 kg com essas práticas.
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Uma Visão Natural da Obesidade

Por Célia Mara

A obesidade tornou-se uma epidemia e é um problema que acontece cada vez mais entre os jovens e crianças. É uma disfunção em que a pessoa acumula gordura com consequente aumento de peso e uma série de sintomas decorrentes deste processo, como fadiga, disfunções cardiovasculares, obesidade, hipertensão arterial, irritabilidade variações de humor, problemas respiratórios entre outros.

Sua principal causa é, sem dúvida, o aumento de ingestão sem o gasto devido, ou seja, as pessoas comem mais do que deveriam e ainda não gastam parte da energia ganha. Pelo contrário, por viverem sedentárias cooperam para o armazenamento de gordura gerando energia estagnada! Além disso, a ansiedade, comer rápido e processos como depressão e tristeza, muitas vezes levam às pessoas ao consumo desenfreado e compulsivo de alimentos como tentativa de anestesiar sua dor, medos ou traumas vividos.

Os principais vilões são:

- O consumo excessivo de alimentos refinados (açúcar, farinha branca, doces no geral, refrigerantes).

- Alteração do pH do sangue causado por predominância de alimentos que geram reação mais ácida e, por consequência, desmineralização no organismo (má assimilação de nutrientes importantes como magnésio, cromo, zinco, cálcio, selênio).

- Falta de alimentos frescos e vivos como hortaliças orgânicas (sem pesticidas), frutas e alimentos integrais.

Entre as causas também devemos citar possíveis disfunções glandulares como hipotireoidismo ou alterações das suprarrenais que podem promover um ganho excessivo de peso. Os corpos das pessoas se organizam para sobreviver ao impacto das emoções, esticando, inchando as células e o corpo assim vai se moldando para dar conta do recado!

Yoga

As técnicas de Yoga podem e ajudam de fato, pois todas as posturas (asanas) promovem uma ativação do metabolismo e cooperam no equilíbrio das nossas glândulas e sistema nervoso. Todas as posturas em pé cooperam muito para o emagrecimento, segundo o mestre Iyengar.

A respiração durante a prática, os exercícios de pranayamas e a meditação possibilitam ao indivíduo não somente o processo de ativação da eliminação das toxinas, mas também promovem um estado de calma e tranquilidade. Como consequência a pessoa diminui o estresse e ansiedade bem como a compulsão por alimentos. Até mesmo uma maior capacidade de escolha e seleção dos alimentos acontece como resultado da ampliação de consciência que o Yoga promove!


Célia Mara é nutricionista, naturopata e iridologista. Atua há mais de 20 anos na área de medicina preventiva e aconselhamento nutricional, com base na medicina chinesa e antropossófica.

Tel.: (11) 3088-3877
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