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quarta-feira, 30 de junho de 2010

A Prática de Yoga e o Assoalho Pélvico Feminino

Por dra. Jacqueline Leme Lunardelli e dra. Mara de Abreu Etienne

A prática de Yoga presume o exercício do autoconhecimento físico, mental e espiritual. Promove o alinhamento corporal e seu equilíbrio por meio de exercícios respiratórios e posturas especiais, envolvendo os músculos profundos abdominais e do assoalho pélvico.

O conhecimento da anatomia e de suas funções pode potencializar a consciência e os benefícios obtidos com a prática de Yoga. Dessa forma, a saúde pode ser preservada ou restaurada quanto mais a mulher tiver consciência de si, de seu corpo e possibilidades.

A pelve feminina possui funções essenciais como a continência urinária e fecal, a micção e a defecação e a função sexual. Os músculos pélvicos exercem ações de contração e de relaxamento ou de expulsão como, por exemplo, no parto.

Ao longo da vida, por diversas razões, a mulher pode experimentar alterações conhecidas como "disfunções do assoalho pélvico": incontinência urinária (qualquer perda involuntária de urina), aumento da frequência urinária, urgência para urinar, nictúria (acordar duas ou mais vezes à noite para urinar), dificuldade para esvaziar completamente a bexiga ou gotejamento pós miccional. Em relação à função anal, a mulher pode apresentar desde a perda involuntária de gazes, constipação ou a perda de fezes.

É importante citar que muitas vezes a mulher pode perceber a flacidez da parede vaginal após dois ou mais partos vaginais. Um dos sintomas pode ser o escape de ar pela vagina, com ou sem ruído.

Todas essas disfunções podem ser consequentes dos prolapsos de órgãos pélvicos, entre eles a cistocele (bexiga caída), retocele (herniação do reto) ou prolapso uterino.

Disfunção sexual significa a incapacidade frequente para completar o ciclo de resposta sexual, seja na fase de desejo, excitação, orgasmo ou resolução. Disfunções se apresentam também como: dispareunia (dor ao ato sexual) ou vaginismo (contração excessiva da vagina).

Todo o exposto até aqui são situações clínicas passíveis de serem cuidadas por profissionais especializados na área de uroginecologia.

A promoção da saúde é benefício direto da prática de bons autocuidados. A prática da Yoga redireciona, ativa e libera a energia que circula pelo corpo estimulando os centros cerebrais, os nervos e os órgãos, beneficiando o sistema neuromuscular e glandular.

Na Yoga, mula bandha é a contração dos esfíncteres do ânus e da uretra. Trata-se de técnica de elevação e contração do assoalho pélvico. Contrai-se primeiramente a musculatura dos esfíncteres do ânus e da uretra. Depois, eleva-se verticalmente o assoalho pélvico, em direção ao plexo solar. Esta contração pode ser acompanhada pelo recolhimento dos músculos do baixo-ventre e dos glúteos. Estimula-se assim o sistema nervoso central e o chakra básico.


Dra. Jacqueline Leme Lunardelli – Ginecologia/Uroginecologia jackieluna@uol.com.b
Dra. Mara de Abreu Etienne – Fisioterapia do Assoalho Pélvico/Uroginecologia maraetienne@uol.com.br


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