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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Fogo Digestivo

Por dr. José Ruguê Júnior

Agni é a capacidade de transformação dentro do nosso organismo. É o elemento fogo que tem o poder digestivo e metabólico. Este fogo digestivo é essencial para o processo de conversão da comida em nutrientes, é ele quem transforma o “não-eu” em “eu”, ou seja, transforma e metaboliza todas as refeições em nutrientes que possam ser assimilados pelas nossas células e fazer parte do nosso organismo.

A vida é dependente da existência da comida, da água e do ar que respiramos, mas para a sua utilização na geração a vida, eles precisam ser processados bioquimicamente. O Ayurveda considera o agni a raiz da saúde humana e, quando em desequilíbrio, é a causa de qualquer doença.

O brilho da pele, força, saúde, vigor, crescimento, desenvolvimento, digestão, vitalidade dependem do estado normal e saudável de nosso fogo digestivo.

Se o agni torna-se fraco, o processo digestivo e metabólico é prejudicado. A digestão incompleta ou anormal induz à formação de substâncias tóxicas no organismo chamadas ama, que provêm do alimento parcialmente digerido. Ama infecta os doshas aumentados e os torna tóxicos em natureza. Quando tratamos qualquer doença severa, ama deve ser eliminada primeiramente. Para isto, aumentamos a função do agni até o seu nível saudável e então o tratamento é direcionado para reduzir a quantidade aumentada do dosha relacionado com a doença.

Formado em 1981 em Medicina pela Universidade Federal de Uberlândia, com título de especialista em Terapia Intensiva pela AMIB em 1985. Chefe da UTI do Hospital Santa Genoveva de Uberlândia de 1985 a 1999, Dr. Ruguê foi diretor clínico desse hospital por vários anos. Conviveu com seu mestre, Sri Vájera Yogui Dasa (grande erudito da ciência védica e yóguica) no Brasil e no Chile, de 1973 a 1984. Membro do corpo docente da International Academy of Ayurveda, Presidente do Movimento Mundial de Ayurveda, com sede em Milão – Italia e membros em todo o mundo. Dá cursos por todo Brasil, Portugal, Itália. http://www.suddha.net


segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Sobre Rituais – Parte I

Por Carlos Eduardo Gonzales Barbosa

Se observado com atenção, o ritual é uma dessas necessidades que nos tornamos incapazes de reconhecer, mas cuja falta intensifica o impacto do estresse e prejudica a nossa saúde física e mental.

O ritual tem sido, desde tempos imemoriais, praticado de conformidade com regras herdadas dos antepassados, e sempre foi capaz de produzir o conforto psicológico de estarmos fazendo aquilo que se espera que seja feito. A ideia de ritual normalmente envolve práticas padronizadas que são realizadas regularmente em razão de uma prescrição religiosa ou apenas em obediência a uma convenção do protocolo social. Ao cumprir essas ações predeterminadas, o ritualista espera obter resultados práticos em seu próprio benefício ou no interesse de outros.

No entanto, é preciso compreender que o que mais caracteriza o ritual não é a obtenção dos resultados desejados, mas sim a sua capacidade de organizar e orientar a dimensão “tempo” em nossa vida. Um ritual típico é sempre a celebração que assinala o final ou o início de um período – único ou cíclico – pelo qual passamos. O ritual está vinculado e é regido pelo tempo. Sua importância é trazer para a consciência as características próprias daquela fase da vida, cujo começo ou término ele representa.

Ao longo de milênios, a humanidade foi orientada por rituais, dos quais talvez o mais importante tenha sido aquele que sinalizava o ingresso na vida adulta. Na língua sânscrita, com a qual foram construídos os fundamentos do hinduísmo, há duas palavras que expressam a ideia de ritual: karma e ritu. A primeira palavra indica toda a ação que tem o potencial de produzir frutos (resultados), aos quais o hinduísmo recomenda que se renuncie. A outra expressa o correr das estações do ano, a passagem do tempo, e é sobre ela que nos debruçamos nesta reflexão.


Carlos Eduardo Gonzales Barbosa é mineiro de Juiz de Fora, dedica-se ao estudo das culturas da Índia desde 1972. Cursou sânscrito na Universidade de São Paulo e, desde 1975, ministra cursos e palestras sobre temas relacionados à Índia, ao hinduísmo e ao Yoga. Em 2010, Carlos dará um curso de sânscrito falado pela internet. editor@yogaforum.org


quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Rituais

Por Lygia Lima

Os rituais são ações que nos conectam com o Divino, um meio de comunicação com outros planos. Suas diversas formas, tais como dança, comida, austeridades, sempre estiveram presentes na história da humanidade.

Na loucura da vida de hoje, a intenção ritualística em pequenas ações do dia a dia pode nos ajudar a “aterrar”, nos dar chão para aguentar o ritmo de vida.

Desta forma, acredito que o ritual não deve ser diferente das nossas atividades diárias, se fizéssemos de nossas vidas um ritual teríamos outro ritmo interno, mesmo com a velocidade que o mundo exterior anda.

Para alterar nosso ritmo interno precisamos colocar presença em nossas ações, fazer de nosso cotidiano uma meditação em movimento mantendo a atenção e intenção na atividade que estamos fazendo AGORA, sem esperar ou criar expectativas pela próxima ação.

Lygia Lima é carioca, bailarina, estuda e pratica Yoga há 28 anos e fará um Yoga Ritual Manipura Chakra dia 12 de dezembro no Yoga Flow em São Paulo.
http://nacaoyoga.blogspot.com
www.yogaflow.com.br


quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Yoga Hormonal

Por Eliane Calado Carvalho

O Yoga é uma prática importante em todas as fases na vida da mulher e pode - especialmente na fase da menopausa - auxiliar no equilíbrio e ativação dos hormônios.
Os ovários, as suprarrenais, tireoides e para-tireoides, são glândulas que têm um funcionamento "normal" até mais ou menos os 35 anos. Depois desta idade, pode haver baixas hormonais, que podem ter sintomas conhecidos como ondas de calor, atrofia das mucosas gênito-urinárias, osteoporose etc.

Havendo uma necessidade dessas glândulas se ativarem, as posturas do Yoga (asanas) e exercícios respiratórios (pranayamas) podem ser direcionados para ativar a energia prânica latente nestas glândulas. Além de beneficiar todo o corpo com fortalecimento da musculatura e dos ossos, aumento da flexibilidade e leveza de movimentos.

Sua Prática

A prática apropriada para esta fase está ligada à necessidade de cada mulher. Quando há baixa hormonal seguida de estresse, corpo cansado, dificuldade de concentração, a prática deve ser conduzida com posturas restaurativas, com uso de props, posturas e respiratórios que irriguem bem as glândulas e que ensinem ao corpo que é possível relaxar.

Quando o corpo está muito inerte, com falta de vitalidade, a baixa hormonal pode se manifestar de forma depressiva, com baixa autoestima e desânimo. Nestes casos a prática de posturas e respiratórios estimulantes (como bastrika durante a postura) ativa a energia nas glândulas.

O corpo de cada mulher tem os seus ciclos. A prática nos mostra quando o corpo precisa de mais movimento ou apenas de relaxar.

Dicas

- Escolha uma prática de Yoga que lhe traga vitalidade, mas que também seja restauradora.
- Encontre disponibilidade para a sua prática. Permita-se sentir-se bem.
- Combine a sua prática com uma alimentação própria para auxiliar o equilíbrio hormonal.
- Desenvolva a sua intuição para reconhecer as coisas que realmente lhe fazem bem.
- Combine a sua prática de Yoga com práticas esportivas ou hobbies.
- Faça todo dia uma prática meditativa.


Eliane é praticante de Yoga desde 1990, tem vasta formação em Yoga e Ayurveda, com professores do Brasil, Índia e EUA.
www.yogadinamica.com.br
yd@yogadinamica.com.br


terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Vata: ao sabor do vento

Este dosha controla todo o movimento biológico, como a inspiração e a expiração, a circulação sanguínea, os impulsos nervosos, os batimentos cardíacos, a comida que entra e sai, o fluxo dos pensamentos. Vata é responsável por começar as coisas – por isso, quando em desequilíbrio, a pessoa deste dosha fala muito sem chegar a nenhuma conclusão, gasta dinheiro à toa, compra demais sem, no entanto, adquirir nada necessário.

A energia de vata controla o sistema nervoso e concentra-se na região do cólon (intestino grosso), pélvis, juntas sacro-ilíacas e lombar. Quando o dosha entra em desequilíbrio, esses são os primeiros órgãos a apresentar problemas.

Características físicas

São pessoas altas ou baixas, porém sempre magras, de estrutura corporal pequena e angulosa. Têm ombros e quadris estreitos.

Podem comer muito e não engordar. No entanto, seu peso pode flutuar durante a vida e, ao envelhecer, às vezes ganham alguns quilos. O apetite é irregular e podem ter fome a qualquer hora, bem como pular refeições.

As juntas são secas, barulhentas e protuberantes. Os dentes são pequenos e também protuberantes. Têm mãos e pés gelados e sentem muito frio. Em geral têm olhos pequenos e cabelos finos e encaracolados. A pele é seca.

Dormem pouco – normalmente seis horas são suficientes – e em horários diversos. De sono leve, acordam com qualquer barulho. São superativas, mas se cansam com facilidade, podendo chegar à exaustão. Isso gera sensação de fraqueza, sobretudo se têm dificuldade para dormir. Necessitam de muito repouso e se beneficiam com rotinas e hábitos regulares.

Características psicológicas

Tendem a ser alertas, com uma mente rápida e ativa. Aprendem novos conceitos e ideias num piscar de olhos, mas tendem a esquecer o que aprenderam com igual rapidez. Como o vento, pensam, falam, andam e movem-se depressa, geralmente sem parar. Gostam de movimento e de novidades. Mudam de ideia e de humor o tempo todo. Amam a liberdade.


Texto retirado do livro Ayurveda, Cultura de Bem Viver, de Márcia De Luca e Lúcia Barros.


Pitta: pode vir quente que ele está fervendo

Dinamismo e paixão caracterizam as pessoas de pitta. O dosha do fogo representa o metabolismo, sendo responsável por todas as transformações químicas que ocorrem no organismo. Pitta faz a digestão, traz luminosidade para o olhar, regula a temperatura e é fonte de energia.

Este dosha se concentra na região abdominal: intestino delgado, parte baixa do estômago e fígado. Quando o dosha entra em desequilíbrio, esses são os primeiros órgãos a sofrer.

Características físicas

Pessoas de estrutura e constituição corporal média. Mantêm o peso sem flutuações importantes.

A pele é clara ou avermelhada, muitas vezes com sardas e com tendência a manchar. Como a temperatura do corpo é alta, transpiram e ruborizam com facilidade. Também por isso são avessas ao calor e à exposição prolongada ao sol.

Têm olhos penetrantes, de tamanho médio. Cabelo fino e sedoso, normalmente loiro, castanho claro ou ruivo. A tendência é ficarem com os cabelos grisalhos precocemente, e, no caso dos homens, carecas.

Têm excelente digestão e grande apetite. Ficam irritadas se pulam ou atrasam uma refeição. O intestino também funciona com regularidade. Costumam acordar no meio da noite com fome, sede ou calor. Dormem profundamente, por curtos períodos de tempo. Têm forte impulso sexual.

Características psicológicas

É o dosha de maior inteligência e também raiva. O raciocínio é rápido, enquanto a mente tem poder de foco e organização. São pessoas ordeiras, enérgicas e competitivas, além de corajosas e independentes. Têm a fala articulada e precisa. Têm iniciativa e costumam dominar as situações. Costumam julgar os outros.


Texto retirado do livro Ayurveda, Cultura de Bem Viver, de Márcia De Luca e Lúcia Barros.


Kapha: devagar e sempre

Representa estabilidade e pé no chão. É o dosha responsável por nossa estrutura e sistema linfático. Também é kapha que dá suporte e nutre o sistema nervoso, lubrifica o trato digestivo, as articulações e o trato respiratório, regula água e gordura.

Sua energia se concentra na parte alta do estômago e nos pulmões e vias respiratórias – os primeiros órgãos a adoecer quando kapha entra em desequilíbrio.

Características físicas

As pessoas de kapha têm uma estrutura corporal sólida, ganham peso com facilidade e têm tendência à obesidade e muita dificuldade para emagrecer.

A pele clara é lustrosa, suave e sedosa, e apresenta certa palidez. Têm lábios carnudos, dentes brancos e fortes, bochechas fofas e olhos grandes, de cílios longos. Cabelos grossos, pretos e brilhantes.

De digestão lenta, podem sentir-se pesadas após comer. Não têm muito apetite e toleram bem pular refeições. A eliminação é regular. Precisam de um período maior de descanso e seu sono é pesado e profundo. Transpiram pouco e detestam tempo frio e úmido. Têm tendência a acúmulo de muco.

Características psicológicas

São lentas em todos os aspectos, como movimentos e raciocínio. Aprendem devagar, mas têm excelente memória. Amáveis, cheias de compaixão, conciliadoras e de bom senso, as pessoas de kapha costumam ser excelentes como amigos e pais.

O apego a gente e coisas, bem como ao passado, faz parte de sua natureza. Não se preocupam nem ficam bravas com facilidade. Emocionalmente estáveis, são agradáveis e carinhosas. Pensam muito antes de tomar qualquer decisão.


Texto retirado do livro Ayurveda, Cultura de Bem Viver, de Márcia De Luca e Lúcia Barros.


A Força da Intenção

Por Márcia De Luca

Todos os vícios estão arraigados em nossa memória celular. São hábitos nefastos que fazem parte da nossa vida. Só conseguimos eliminar um mau hábito quando o substituímos por um hábito saudável.

Um imenso poder de realização e concretização dos nossos desejos está onde colocamos nossa atenção e intenção. Devemos determinar o que queremos e colocar intenção forte para conquistar nossos objetivos. Essa intenção é conhecida, dentro da filosofia do Yoga, como sankalpa.

Essa intenção, quando acompanhada de disciplina (tapas) é uma dobradinha infalível! Com essas duas práticas evoluímos como seres humanos e, aos poucos, percebemos que podemos absolutamente TUDO e a cada dia nossa autoestima estará mais elevada e nosso autocontrole mais presente.

Temos que ter intenção, determinação e disciplina para manter a prática por tempo suficiente, até que aconteça a troca dos hábitos.

Márcia De Luca é fundadora do CIYMAM (Centro Integrado de Yoga, Meditação e Ayurveda) em São Paulo. Há 29 anos dedicada aos estudos de Yoga e Ayurveda. Apresenta os boletins diários “Filosofia de Bem Viver” na Rádio Eldorado de São Paulo (92,9FM); é uma das organizadoras do evento Yoga Pela Paz e autora de 2 livros: A Idade do Poder (Editora Tornado) e Ayurveda: Cultura de Bem Viver.


segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Yoga Contra o Cigarro

Por Madu Cabral

O Yoga tem algumas ferramentas eficientes para ajudar a nos livrar dos vícios. A prática de asanas espalha mais consciência por nosso corpo e nos ensina quais hábitos não nos fazem mais saudáveis, ou pior, quais deles nos fazem mal.

Depoimentos de pessoas que pararam de fumar depois que começaram a praticar Yoga são comuns. A professora Regina Shakti explica que o Yoga ajuda muito nesse processo porque tira ansiedades, traz bem-estar, equilibra a mente e o emocional. Uma aula com asanas, pranayamas, relaxamento e meditação tem um efeito extraordinário. “Um ambiente favorável é fundamental, sempre recomendo que quem quer parar de fumar precisa ficar num ambiente que não fumem pelo menos por um tempo”, acrescenta a professora que recebe em seu ashram em Campos do Jordão (SP) muitas pessoas que querem se livrar do vício.

Ajuda ancestral

Pranayamas são fundamentais porque recuperam a força dos pulmões e dão uma sensação de limpeza que a pessoa não quer perder.

A meditação é também uma ferramenta poderosa, porque a pessoa tem oportunidade de mentalizar os hábitos que deseja ter e os que deseja eliminar. Organizar-se internamente é muito eficiente para conseguir abandonar um hábito indesejável.

Cuidar de si é uma tarefa básica e intransferível e para quem se cuida é PROIBIDO FUMAR.


quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Yoga Restaurativa

Por Marilene Cardeal

A aula de Yoga restaurativa é uma prática suave, destinada a pessoas que estejam se recuperando de lesões, cirurgias, tratamento quimioterápico e outros que, embora necessários, deixam o paciente muito debilitado. Pessoas que preferem uma prática mais tranquila e gestantes também se beneficiam deste tipo de prática.

A aula se baseia na necessidade individual do praticante, apesar de ser em grupo. É comum um aluno fazer uma sequência de surya namaskar (saudação ao sol), enquanto outra que sente enjoos devido ao início da gravidez está em uma posição passiva, suportada por almofadões, cobertores e blocos; ao mesmo tempo em que outro ainda faz um pranayama (exercício respiratório) para acalmar o sistema nervoso. Aos exercícios são associados respiração, visualizações e relaxamento consciente.
O objetivo desta prática é levar autoconhecimento ao praticante e ajudá-lo a assumir responsabilidade sobre seu processo de cura, a se lembrar que sua verdadeira natureza é felicidade plena e isso inclui também a saúde física, emocional, mental.

Alguns efeitos das técnicas utilizadas são:
- melhorar o funcionamento das articulações;
- estimular a circulação sanguínea;
- restaurar o tônus muscular;
- conectar corpo físico, mente e emoções;
- equilibrar o fluxo de energia vital;
- ajuda a prevenir o desânimo e ansiedade que acompanha os processos de recuperação, o medo do desconhecido.

Para quem quiser experimentar esses efeitos em um simples pranayama, recomendo o nadi sodhana pranayama (respiração das narinas alternadas). Ele ajuda a equilibrar os hemisférios cerebrais e assim percebemos que existem momentos em que precisamos de atividade e outros em que precisamos de passividade, como dia e noite se sucedem constantemente. Mesmo que tenhamos preferência por um período e nos sentimos aborrecidos com o outro, ambos são necessários, se complementam.

Pode-se somar ao exercício uma visualização:
Imagine-se sentado sobre um lótus branco que flutua no meio de um lago. Ao seu lado esquerdo o lago é iluminado pela luz da lua, ao seu lado direito o lago está iluminado pela luz do sol. Quando a narina esquerda está aberta, inspirando ou exalando você recebe todos os benefícios da lua; repouso, tranquilidade, passividade. Quando a narina direita está aberta você recebe todos os benefícios do sol; energia, alegria, atividade.


Marilene Cardeal ensina Yoga desde 1997.
www.arunayoga.com.br
www.marilenecardeal.com.br


terça-feira, 24 de novembro de 2009

Contribuição do Professor Shimada para o Yoga no Brasil

por Marcos Rojo Rodrigues

O Yoga no Brasil começou em grande estilo. Quatro nomes fizeram escola e um bom número de seguidores com quatro diferentes vertentes. São eles:

· Professor Caio Miranda - desenvolveu o interesse pelo estudo dos textos clássicos. Fez a primeira tradução do Hatha Pradipika e Gheranda Samhita no Brasil.
· Professor Hermógenes - enfatizou a importância do comportamento e de atitudes na vida do praticante de Yoga.
· Professora Celeste Castilho - desenvolveu o trabalho nos principais clubes de São Paulo, adaptando o Yoga para uma clientela não específica.
· Professor Shimada - enfatizou a importância do Yoga científico.

Podemos dizer que o professor Shimada foi um grande estimulador da aproximação do Yoga da área da saúde. Patrocinou a ida de professores para a Índia, a fim de estudarem em escolas onde o Yoga era pesquisado científica e literariamente. Sempre foi a favor de um estudo sistemático e criterioso em Yoga. Com todo seu conhecimento, nunca perdia a oportunidade de aprender, se inscrevendo como aluno em vários cursos ligados à área da filosofia e medicina.

Assim como os outros professores acima citados, o professor Shimada vivia o que ensinava, era a humildade em pessoa. Fazia de cada situação um motivo de aprendizagem, basta ver o título do livro que relata sua vida: “A Yoga do Mestre e do Aprendiz”.

Hoje, com sua ausência, percebo muito mais a sabedoria de suas palavras e atitudes. Procuro ficar com o privilégio de tê-lo conhecido e não com a tristeza de ter perdido um amigo.



segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Tonturas

Por Gerson D’Addio

Tonturas durante a prática de Yoga são comuns e podem ter inúmeras causas, tais como labirintites, episódios hipoglicêmicos e alterações no pH sanguíneo (que pode ser causado pela prática de kapalabhati).

Contudo, creio que a razão mais comum para tonturas durante as práticas são as reduções da pressão arterial, principalmente pelas alterações súbitas de posição ou após longos intervalos de tempo executando posturas em pé, com exigência de contrações isométricas dos membros inferiores.

Nos casos de tonturas associadas às variações de pressão, a sugestão é fazermos transições lentas, principalmente quando saindo das posições deitadas, recomendando-se o realinhamento da coluna gradualmente a partir da sua base e elevando-se por último a cabeça.

Em uma prática com longa permanência em pé, é interessante intercalar com outras posturas alguma variação em flexão onde haja melhor irrigação da cabeça, como padahastasana (posturas dos pés nas mãos) ou uttanasana (postura de alongamento intenso para frente), lembrando de também voltar destas com os mesmos critérios de realinhamento gradual da coluna.


Gerson D'Addio da Silva é educador físico, professor de Yoga, com especialização em anatomia e fisiologia. Atualmente Gerson organiza um curso de aperfeiçoamento a distancia (www.phorte.com) e uma viagem para estudos na Índia (www.raidho.com.br).


quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Dança e Yoga

Por Madu Cabral

O professor certificado de Iyengar Yoga e de dança, Laurrent Dauzou, mudou-se para o Brasil, onde soma o conhecimento e experiência nas duas práticas em aulas dinâmicas que espalham consciência pelo corpo de seus alunos.

Como Yoga está ligado à dança? A tradição teológica da Índia traz resposta a essa pergunta com a figura de Shiva. Ele simboliza vínculo entre a dança e o Yoga na realidade universal. Tara Michael, na introdução do livro Hatha Yoga Pradipika, descreve Shiva como o ponto de concentração suprema do yogi em sua prática. Quando este ponto é atingido, a energia livre, a dança, se libera da postura, livre de qualquer constrangimento; é o movimento do Amor. Evocando minha própria experiência, diria que a dança confere a graça ao yogi e que o Yoga traz força ao dançarino. A dança é uma expressão, o Yoga é um movimento de impressão. A dança vai do interior para o exterior, o Yoga funciona do exterior para o interior. O dançarino expressa suas emoções sublimando-as. O yogi não deixa nenhuma emoção transparecer e concentra em seu movimento. O dançarino dança em harmonia com o outros enquanto o yogi é solitário na sua prática.

O dançarino ocupa o espaço quando se desloca, ele o transforma como quer, podendo torná-lo imenso ou estreito, resistente ou fluido. Ele pode conceber curvas no espaço ou linhas retas, ser rápido ou lento e deformar o tempo. Ele troca de cara ou de corpo permanentemente, martela a cadência ou se abandona ao silêncio infinito. O dançarino é plástico, orgânico e místico, ele corre, salta, brinca com os outros dançarinos numa harmonia frequentemente perfeita. O yogi deve integrar todos esses elementos da dança na sua própria prática até um silêncio interior profundo. Ele também deve vivenciar na sua postura todos esses estados, os transcender até o ponto focal absoluto: a origem do todo.

Como as atividades físicas influenciam na prática de Yoga e vice-versa? Penso que qualquer esporte, atividade física, ou até mesmo desenhar, cozinhar, ou a atividade de pedreiro, trazem à prática do Yoga uma matéria ao movimento, uma gestalt à prática. A atividade física proporciona uma qualidade ao corpo. Se você é nadador terá o prazer de se encontrar na fluidez do trabalho do Yoga. Se for atleta de corrida vai prezar encontrar as sensações corporais da corrida, do salto, do voo e da queda. Isso vai lhe permitir ganhar distancias interiores e matérias interiores. Seu interior não é diferente do exterior. O corpo é uma ideia material. A prática física é preparação para a busca da sua própria alma, uma espécie de simulação sobre a terra antes da partida para o astral.

Qual é a importância dos alinhamentos na prática? Os alinhamentos no Yoga são ações do pensamento sobre si. Quando alinhamos uma perna, dos artelhos até os quadris, existe uma fusão entre o corpo e o pensamento. Esse alinhamento corporal é bom para a saúde, e a linha mental é um excelente suporte para o autocontrole. Essas linhas são meios de construir formas simples no mental, de arquitetar o pensamento que é o substrato da alma. Quando os pioneiros dos Estados Unidos construíram o telégrafo, passaram por paisagens imensas e difíceis para passar as linhas. Mas o essencial foi que, uma vez conectados de leste a oeste, cada um podia enviar sua mensagem. E, acredite, só as mensagens eram importantes para as famílias: “estou bem, te amo, chego em breve …” e todos esqueceram logo as linhas e as dificuldades para construí-las!

Quando criamos uma linha de pensamento, o espírito pode se apoiar sobre ela, como a gota de chuva no fio da teia de aranha…

O que te traz paz? Yoga me traz paz, porque me conecta com o Divino e me relaxa… A família e os amigos me trazem paz. A natureza me traz paz. A ação me traz paz.


Laurent Dauzou é professor certificado no método Iyengar, pratica há mais de 18 anos e é professor de dança. Depois de dirigir o Centro de Yoga Anjaliom em Paris desde 2002, Laurren decidiu instalar-se no Rio de Janeiro com sua esposa em 2009.


Curso relacionado:
Workshop de Yogastral
Data: 23 e 24 de julho
Local: Yoga Flow CIYMAM (SP)
Mais informações AQUI!


terça-feira, 17 de novembro de 2009

O Yoga do Som

Por Krucis

A música na Índia está intimamente ligada à filosofia e à religião e o som pode ser classificado como a vibração do éter e a vibração do ar. O primeiro corresponde à música das esferas de Pitágoras, é o som inaudível aos homens, o som não tocado onde os deuses se deleitam; e o segundo é a matéria prima da música feita pelo homem, o som tocado.

A palavra nada significa som, vibração. A palavra Yoga significa união. A prática Nada Yoga nos coloca em um estado de receptividade onde o não ego se manifesta colocando-nos em contato com o aspecto mais profundo de nosso Ser. A partir desse estado, o efeito curativo da vibração sonora se manifesta em nosso corpo e ao nosso redor. Com isso aprendemos que a saúde é uma condição de ritmo e tons perfeitos e a vibração necessária à nossa saúde é produzida no nosso corpo.

Juntamente com a prática dos asanas (posturas do Yoga), tendo a música como mediadora, conseguimos chegar a um estado de relaxamento muito profundo e podemos experimentar o êxtase da quietude interna e externa.

“O que todos precisamos e tudo o que o mundo precisa é de Deus. Tudo o que necessitamos alcançar, tudo o que precisamos ganhar, a fim de abençoar nossas vidas, através da música, da harmonia, do amor, da ciência na sintonia certa ou por uma vida dedicada ao Bem, é Deus. Este é o tema central de tudo o que é bom”. (Hazrad Ianayat Khan)

Precisamos a aprender a ouvir o silencio entre as notas.


Krucis participou do evento Yoga pela Paz 2009 e dará um workshop em Porangaba (SP) de 4 a 6 de dezembro.


segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Yoga do Som

Por Madu Cabral

Os efeitos terapêuticos do som são utilizados pelo Yoga e pela medicina ayurvédica há séculos. Recentemente o ocidente começou a utilizar algumas dessas práticas como tratamento complementar aos males do corpo, mente e espírito. O músico Krucis, que toca sitar e faz o Canto dos Harmônicos da tradição Sufi, explica melhor como é e quais são os benefícios da prática do Nada Yoga, o Yoga do som.

O que é Nada Yoga
? Nada Yoga é uma antiga ciência do som usada para limpar nosso sistema emocional, para clarear a nossa vida.

Qual o objetivo da prática?
O objetivo da prática é entrar em contato com a escuta interna em qualquer situação da vida e pode ser feita junto com a prática dos asanas (posturas do Yoga).

Quais seus benefícios?
O beneficio principal é criar um hiato em nosso Ser, uma pausa na turbulência, a “calma no olho do furacão”.

Como seria um exercício desta prática?
A prática que recomendo é entrar em contato com o silêncio entre os pensamentos, procurar a pausa entre as notas musicais. Especialmente ao ouvir a música clássica indiana, no final o que sobra é o Nada que em sânscrito significa som. Nesse momento, o que vivenciamos é chamado de Nada Brahma que quer dizer "Deus é som". Ninguém consegue ver Deus, assim como ninguém consegue ver o som, mas aquela vibração toca a sua alma e então você pode sentir.

Krucis participou do evento Yoga pela Paz 2010 e dará um workshop em Porangaba (SP) de 4 a 6 de dezembro.



sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Entrevista com Jai Uttal

O músico Jai Uttal conduz kirtans pelo mundo há mais de trinta anos. “Esses cantos ancestrais contêm um poder de transformação, podemos acessar uma fonte de consciência e devoção que flui há séculos”, esclarece Jai. Presença confirmada no Yoga pela Paz de 2010, Jai conta um pouco mais sobre essa prática.

1. Como a repetição de mantras pode modificar nosso estado emocional? Essas palavras e frases ancestrais abrem nossas portas internas de transformação e conexão com o divino. Quando cantamos, nossas emoções - que são normalmente restringidas - conectam-se com a energia divina e passam a fluir como um vasto rio.

2. Como este canto afeta nosso ser? Quando nossas emoções são libertadas e nossas mentes se aquietam com a prática de repetição, abrimos espaço para transformações e cura.

3. Como essa prática contribui para a paz? Conforme nutrimos nossa própria paz interna e nossas ações passam a refletir isso, pouco a pouco ajudamos a criar um mundo pacífico ao nosso redor.

Para saber mais sobre o trabalho de Jai Uttal acesse http://jaiuttal.com/


quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Rotinas de saúde

Hábitos saudáveis são a base do equilíbrio, segundo o Ayurveda, o que fazemos por nós mesmos, em nossa vida diária, é muito mais importante e eficiente para manter a saúde do que o que é feito por um médico ou terapeuta.
Devemos observar como os doshas (biótipos do Ayurveda) nos influenciam e, com base nessa observação, determinar alguns hábitos e rotinas. A praticante de Ayurveda Cristina Chiang dá dicas específicas para pessoas com predominância dos diferentes doshas (descubra qual seu dosha aqui):

Despertar:
Vata: às seis da manhã, com certa tolerância.
Pitta: às seis da manhã.
Kapha: antes das seis da manhã.

Purificando e cuidando do corpo:
Escovar os dentes e raspar a língua.

Ingerir água morna com gotas de limão:
Vata: com sal.

Pitta: com sal.
Kapha: com mel.

Eliminações (bexiga e intestino)
Banho: 

Vata: duchas suaves, mornas mais quentes.
Pitta: duchas suaves, mornas.
Kapha: duchas fortes, quentes.

Automassagem – começando pelos pés até a cabeça - e uso de óleos:
Vata: com óleo de gergelim aquecido. Aplicar também nos ouvidos e narinas.
Pitta: com óleo de coco.
Kapha: com óleo de gergelim aquecido.

Sequência de asanas da saudação ao sol para todos os doshas:

Vata: movimentos suaves, lentos.
Pitta: movimentos moderados.
Kapha: movimentos fortes, rápidos.

Pranayamas (respiração completa e respiração polarizada), oração e meditação.

Nutrindo-se
Café da manhã:
Kapha: Alimentos mais secos e aquecidos após as dez da manhã, evitar laticínios e sucos.
Vata: alimentos nutritivos, úmidos e aquecidos, como mingaus de grãos com castanhas, chás, leite com especiarias, pães com ghee (manteiga clarificada).
Pitta: frutas ou derivados de leite exceto iogurte ou coalhada (mas nunca juntos), pães de grãos, ghee, sucos.

Almoço:

Antes das 14 horas, em ambiente tranquilo em silêncio e pouco estímulo. Refeição com seis sabores, predominando os sabores equilibrantes de cada dosha.
Vata: doce, salgado, ácido (muitos grãos, alimentos cozidos e úmidos, raízes).
Pitta: amargo, doce, adstringente (alimentos crus e pouca carne vermelha).
Kapha: amargo, adstringente, picante (alimentos cozidos, brotos e comida mais seca).

Jantar:
Antes das 21 horas com alimentos leves, de fácil digestão, cozidos, preferencialmente sopas.
Kapha: devem optar por sopas com pouco caldo
Pitta: podem comer saladas se o dia estiver muito quente.

Atividades e Compromissos:
Durante este período, tomar chás digestivos e água em temperatura ambiente. As pessoas pitta podem tomar sucos e bebidas resfriadas e água de coco.

Recolhimento:
Evitar leituras técnicas ou que causem tensão, evitar discussões e estímulos intensos. Ouvir música suave, fazer leituras edificantes. Caminhar ao ar livre por alguns minutos.

Sono:
Dormir antes das 22 horas.

Cristina Chiang é praticante de Ayurveda especializada em beleza e alimentação (swasthawritta), atende no Ciymam (SP) e Kalayasa (MG).


Kapalabhati

Esse pranayama, (literalmente respiração do crânio brilhante) limpa as fossas nasais, promove uma purificação dos condutos energéticos e por isso é considerado um krya (exercício de purificação).
A descrição deste pranayama
segundo o manual clássico de Hatha Yoga, o Hatha Yoga Pradipika, é a seguinte:

"Kapalabhati consiste em fazer rechaka (inspiração) e púraka (expiração) rapidamente, como o fole de um ferreiro. Esta técnica denomina-se kapalabhati e elimina todos os males atribuídos à fleuma (kapha dosha)." – II:35 (tradução por Pedro Kupfer: http://www.yoga.pro.br/artigos/77/3035/hatha-yoga-pradipika-capitulo-ii)

Esse exercício é de extrema eficiência para a limpeza da fleuma – a ponto de deixar o crânio brilhante –, além de energizar e dinamizar. Pode ser feito todos os dias durante o banho e é muito recomendado as pessoas com predominância de dosha kapha, apesar de poder ser feito por vata e pitta com moderação. A prática pode começar com cinco dessas respirações vigorosas e aumentar até 30 repetições, sempre mantendo o conforto.



Prana para os hormônios

Por Márcia De Luca

Os pranayamas (exercícios respiratórios) podem ser mais uma ferramenta para manter o equilíbrio dos nossos hormônios. O kumbhaka bandha é um respiratório que equilibra o sistema endócrino como um todo, é simples e pode ser feito em qualquer lugar. É especialmente recomendado para as mulheres na fase da menopausa.

Sente-se com a coluna ereta, pernas cruzadas e olhos fechados. Esvazie o ar dos pulmões. Inspire profundamente inclinando a cabeça para trás. Retenha o ar com os pulmões cheios, coloque a ponta da língua no palato mole e o olhar focado no ponto entre as sobrancelhas. Permaneça com a cabeça para trás enquanto puder manter os pulmões cheios. A compressão craniana estimula as glândulas pituitária e pineal e o estiramento do pescoço estimula a tireoides e paratireoides.

Ao expirar, volte a cabeça, pressione o queixo na base do pescoço, comprimindo tireoides e paratireoides (esse feixe é conhecido como jalandhara bandha). Mantenha os pulmões vazios e pratique também uddiyana bandha (contração do abdome para dentro e para cima) e mula bandha (contração dos esfíncteres). A pressão do pescoço trabalha tireoides e paratireoides, a contração do abdômen e dos esfíncteres estimulam pâncreas, ovários, gonadas e suprarrenais.

Aqui termina um ciclo completo de kumbhaka bandha. Comece com cinco ciclos e vá aumentando até completar dez minutos.



Yoga para maturidade



Por Lucia Sandri

A mulher madura, que inicia sua fase de pré-menopausa, já enfrenta um problema psicológico, pois executa muitas funções, trabalha de 8 a 10 horas por dia, tem família, filhos, cuida de todos, administra a casa, precisa ser polivalente. Quando precisa e quer procurar tempo para ser mulher, começa a ansiedade, pois isso gera uma sobrecarga e estresse e faz com que o desequilíbrio hormonal apareça com sintomas fortes.

Muitas mulheres nessas fases aparecem para praticar Yoga com fortes sintomas como irritabilidade, desequilíbrio emocional generalizado, insônia, surtos de calor e suores noturnos, secura vaginal e problemas urinários reincidentes, flutuação de peso e obesidade acentuada

Os ciclos de nosso corpo são grandes professores e, na medida em que a medicina alternativa e a filosofia oriental tornaram-se mais populares no ocidente, fica mais fácil adotar abordagens naturais para minimizar os problemas desse período. O Yoga tem se mostrado excelente para ajudar a equilibrar os hormônios. A prática com exercícios de alongamento, respiração adequada e relaxamentos com meditação equilibra o sistema endócrino, suavizando as mudanças hormonais e glandulares que ocorrem neste período.

Além disso, o Yoga é uma ciência da mente e vai ensinar a tranquilizar as ondas mentais e a nos aproximar de nossa essência, nosso poder pessoal e nossa fonte de saúde.

Existem certos exercícios de respiração (pranayamas) e posturas (asanas) que são excelentes para equilibrar o sistema endócrino, dar força e equilíbrio.

A prática diária de pranayamas mantém o sangue alcalino, a saúde e os hormônios em equilíbrio.

Dentro da sequência dos exercícios de Cyita Rama, destaco o movimento lateral das fotos acima, que com sua respiração pausada e concentrada, trabalha o sistema endócrino, a flexibilidade e fortalece a coluna, excelente para o equilíbrio hormonal.

Energização do chakra laríngeo

Deite-se de costas, com as pernas para cima e os glúteos colados na parede (se esta posição causar desconforto afaste os glúteos alguns centímetros) e relaxe.

Feche os olhos, solte os braços ao lado do corpo e preste atenção ao ritmo suave de sua respiração. Imagine, na palma da mão esquerda, uma bola dourada de luz e energia. Ao inspirar imagine-a subindo pelo braço até garganta. Ao expirar, leve-a pelo braço até chegar à palma da mão, iluminando-a. Procure parar com a luz no pulso, palma da mão e garganta. Repita o processo alternando os lados de duas a três vezes.

Dinâmicas especiais na terapia hormonal

Para equilíbrio físico e psíquico aconselho a prática de mukta pranayama.

Mukta quer dizer liberar, soltar amarras, desfazer grilhões.

Para começar, vamos usar a contagem 4-2-4-2, que é mais fácil:

Sentada com a coluna reta e olhos semicerrados, inspire em quatro tempos, retenha durante dois tempos, expire em quatro tempos e permaneça sem ar nos pulmões por dois tempos.

Depois que se sentir confortável nesta prática, permaneça quatro tempos em cada um dos estágios. O ciclo deve ser repetido por sete vezes diariamente.

Cardíacos e hipertensos não devem reter de pulmões cheios.



Sem TPM

Por Rosana Seligmann

A prática de asanas (posturas do Yoga) pode ajudar de várias maneiras no alívio dos desconfortos pré-menstruais.
No corpo físico, relaxa o sistema nervoso, equilibra o sistema endócrino, aumenta o fluxo de sangue e oxigênio nos órgãos reprodutores, purifica o fígado e fortalece os músculos em torno desses órgãos.

A prática também reduz o estresse e promove o relaxamento, de modo a permitir que o hipotálamo regule os hormônios com mais eficiência. Os asanas
(posturas) também fazem com que a praticante entre em contato consigo mesma e respeite o que sente neste período.

Esta sequência simples é um exemplo de posturas recomendadas para este período. As posturas podem ser mantidas de cinco a dez respirações, enquanto confortáveis:

1- supta badakonasana (postura deitada do ângulo)

2- supta padangustasana, lateral com cinto (postura deitada lateral com cinto)

3- prasarita padotanasana (postura do alongamento intenso com os pés afastados)

4- sirsasana (invertida sobre a cabeça)

5- sarvangasana (invertida sobre os ombros)

6- ardha halasana (meia postura do arado)

7- setu bandha sarvangasana (postura da ponte)

8- viparita karani (postura das pernas na parede com com suporte de almofadão sob o quadril)

9- savasana (postura do morto)

Já durante o período de menstruação, as posturas invertidas devem ser evitadas. Segundo a Ayurveda, colocar-se na postura invertida durante esse período confunde o corpo e restringe o fluxo de sangue pra baixo (apana vayu). De uma perspectiva fisiológica ocidental, as inversões puxam o útero em direção à cabeça, o que faz com que os ligamentos se distendam.

Rosana Seligmann é professora certificada em Iyengar Yoga e diretora do Centro de Iyengar Yoga São Paulo (www.centroiyengaryoga.com.br)



Fim da violência

Para amenizar a violência, algumas escolas de Fortaleza realizam projetos envolvendo o tema paz
A violência nas escolas é algo que já faz parte da rotina de muitos professores e estudantes. Para reverter esse quadro, algumas escolas públicas de Fortaleza estão desenvolvendo projetos que disseminam a cultura de paz. A prática da meditação em sala de aula e programas que envolvem valores humanos são algumas das iniciativas.
Rodner Santos do Nascimento, de 18 anos, aluno do 2º ano da Escola Estadual de Educação Profissional Joaquim Antônio Albano, no bairro Dionísio Torres, conta que é ex-usuário de droga e que a escola e a prática de meditação aliada a outros projetos mudaram sua vida. "A gente acorda estressado com tantos problemas e violência na rua. Chegar na escola e poder meditar, orar e compartilhar os problemas com a turma muda tudo", garante o adolescente.
A prática da meditação é um dos projetos que faz parte do Programa de Cultura de Paz da EEEP Joaquim Antônio Albano. O projeto foi implantado em maio deste ano, mas já está gerando resultados. A escola tem 420 alunos com idade entre 14 e 18 anos, que praticam diariamente meditação.
Sentados confortavelmente em uma cadeira, eles colocam as mão fechadas com as palmas voltadas para cima e trabalham a respiração. Durante a atividade, o professor fala frases de incentivo e conforto, além de passar muita afetividade, fazendo uma oração sobre a cabeça de cada estudante.
O professor doutor Harbans Lal Arora, responsável pela meditação nas escolas, aplica a técnica gratuitamente. Ele destaca que a ação possui força transformadora, comprovada em mais de 60 estudos científicos ao redor do mundo.

"O objetivo é diminuir a violência em Fortaleza e demonstrar que o poder da meditação, mentalização e oração produz resultados concretos", ressalta.
Ele explica que a meditação deve ser realizada diariamente por até 15 minutos. Ele destaca que a técnica, além de contribuir para uma respiração adequada, melhora a qualidade do sangue gera ondas de paz. Os professores são capacitados e orientados sobre como seguir com a prática em sala de aula.


Matéria publicada no jornal Diário do Nordeste, Fortaleza - 21/10/2009



Cantos de Paz

Por Madu Cabral

O tablista, cantor e compositor indiano Ananda Jyothi, escolheu o Brasil para viver há dez anos. Ele viaja pelo país cantando mantras, lendo mãos e espalhando paz. Com alguns parceiros, montou o grupo Espiritualistas, que abriu o Yoga pela Paz no Ibirapuera em 2009. Jyothi conta um pouco do que a prática de mantras pode fazer por uma vida melhor.

1. Qual o efeito que a repetição de mantras tem em nós? Essa prática traz uma vibração positiva para nossa mente e para o ambiente em que estamos, além de força fisiológica e psicológica. A vibração sutil dos mantras tem efeito calmante no sistema nervoso e rejuvenesce as células. Essa vibração sonora tem um poder psíquico que traz força e coragem, neutralizando as forças negativas. Somente quem pratica o mantra conseguirá entender essa força.

2. Como a prática de mantras pode beneficiar nossa saúde? O primeiro benefício da prática diária é mais autoconfiança, serenidade e melhor discernimento. Isso ajuda a diminuição da ansiedade e do estresse. A repetição de mantras também ajuda a melhorar a respiração e a circulação sanguínea, pois conseguimos criar um ritmo harmonioso para nossa respiração enquanto entoamos mantras repetidamente. No corpo sutil, a prática ajuda a abrir os canais de energia, nossos chakras (centros de energia), para que o prana (energia vital) flua adequadamente. O som do mantra tem um potencial imenso de influenciar nossa consciência com fé e pensamentos positivos que trazem entusiasmo. Esses mantras nascem do amor supremo na busca de uma vida mais inteligente e intuitiva, é um grande reflexo e exemplo de como o poder do som e suas vibrações podem influenciar todos os níveis de consciência. Os sábios da Índia meditaram profundamente para alcançarem esses sons e oferecê-los à humanidade. É uma grande contribuição da espiritualidade indiana ao Universo.

3. Qual mantra você recomendaria para ser feito à noite, antes de dormir, para acalmar? O mais adequado é a repetição contínua do mantra OM 108 vezes. Essa prática traz bons sonhos com intuição, nos ajuda a dormir com os anjos.

www.mantrabrasil.com, myspace.com/anandajyothi



Yoga Social

Por Regina Shakti

O trabalho social é fundamental para todos, pois estamos no mesmo barco, digo, planeta. Nosso serviço social pode começar com nossa própria prática de Yoga, pois se cada ser se preocupasse em melhorar um pouquinho, nem que fosse por alguns minutos, o planeta inteiro melhoraria. As pessoas que nos rodeiam e nossa família se beneficiarão com nossa boa disposição e a família é a base da sociedade. Fazer serviço social não é só dar comida e roupa para os necessitados.
Sinto que estou fazendo um serviço de verdade quando consigo acordar a alma de alguém, quando consigo trazer a pessoa de volta para as orações, coração manso, disposição interna amigável.

Quando as mentes estão desgovernadas e os emocionais descontrolados, o caos se instala e a sociedade se degrada.
Praticar Yoga e inspirar outros a praticarem é um grande serviço para a sociedade.


Yoga Social

Por Márua Pacce

O Yoga é um grande caminho de vínculos, cabendo aqui os princípios éticos na sua regência maior, uma inter-relação entre tudo e todos. Em sânscrito este conceito é expresso na frase tat twan asi: eu e você somos um. Assim, a realização de cada um de nós só estará completa na medida em que todos evoluam e encontrem felicidade. O trabalho social é uma forma de darmos as mãos para que, formando uma ciranda, possamos estar em grande união, ou Maha Yoga.

Márua Pacce é analista junguiana, professora de Yoga há 34 anos e fundadora do Núcleo de Yoga Ganesha, que completará 28 anos em maio de 2010.


quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Yoga Social

Por Márcia De Luca
Tudo na vida é regido pelas leis do universo e a lei do dar e do receber é uma das mais importantes. Para mantermos o fluxo espontâneo do universo é dando que se recebe.
A prática do Yoga nos ensina a evoluir como seres humanos, a transcender corpo, mente, ego, ensina a sairmos da individualidade para atingirmos a totalidade.
O objetivo final do Yoga é o aquietamento da mente, o contato permanente com o campo da pura potencialidade, das infinitas possibilidades, onde todos somos um.
Fazer um trabalho social, fazer o bem a quem precisa é o ponto máximo na vida de todo yogin, de toda yogini. Sentimo-nos seres humanos melhores, mais conscientes com a necessidade do nosso próximo, pois, afinal de contas, todos somos um.

Márcia De Luca dá cursos e palestras em empresas é autora do livro Ayurveda – Cultura de bem-viver (Editora de Cultura) e apresenta na Rádio Eldorado os Boletins Filosofia de Bem Viver. www.ciymam.com.br


sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Descubra qual o seu dosha

Marque um ponto para cada afirmação correta e veja qual é o dosha predominante em sua constituição. O teste abaixo foi indicado pelo médico ayurvédico indiano Dr. Lele.

Vata
1 Ando, falo e ajo rapidamente
2 Aprendo coisas rapidamente
3 Esqueço coisas rapidamente
4 Sou espontâneo, animado e falante
5 Tendência a ser magro e a perder peso facilmente
6 Tendência a ter os e s frios
7 Tendência à pele seca, principalmente no outono e inverno
8 Tendência a ficar emotivo, ansioso ou preocupado rapidamente
9 O frio é o clima de que menos gosto (frio, seco e com vento)
10 Normalmente tenho dificuldade em tomar decisões
11 Tendência a ter gases e constipação intestinal
12 Tendência a sono leve, agitado e demoro a dormir
Total de vata

Pit ta
1 Tenho digestão forte, posso comer bastante tudo que quiser
2 Fico irritado ou desconforvel se pular ou atrasar uma refeição
3 Tendência a transpirar facilmente, axilas ficam geralmente úmidas
4 Não gosto de calor, prefiro muito frio a muito calor
5 Fico impaciente ou bravo facilmente
6 Tendência à ordem, precisão e aperfeccionismo
7 Raramente ou nunca tenho intestino preso, pelo contrário, tendência a diarréia
8 Gosto de comidas e bebidas frias
9 Tenho o intelecto aguçado e falo com clareza e objetividade
10 Tendência à constituição física moderada
11 Posso ser cabeça-dura e teimoso
12 Tendência a cabelos finos ou leves, grisalhos ou queda prematura
Total de pitta

k apha
1 Consigo pular uma refeição sem muito desconforto
2 Não me altero facilmente, tenho uma mente pacífica
3 Meu caminhar é lento e esvel, trabalho com ponderação e facilidade
4 Tendência a acúmulo de muco, congeso, sinusite, alergias ou asma
5 Tendência a ganhar peso e me tornar rechonchudo
6 Preciso de pelo menos 8 horas de sono por dia
7 Sem tendência a ficar bravo, impaciente ou irritado com facilidade
8 Tenho pele macia e suave
9 Pessoas me dizem que tenho a natureza doce
10 Não sou pido, mas tenho boa resistência attica
11 Não gosto de clima frio e úmido
12 Aprendo lentamente, mas tenho uma memória excelente

Total de kapha

Saiba mais: