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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Entrevista com Tarik Van Prehn


Participante Yoga pela Paz 2011

19 de agosto: aula gratuita com Tarik e Lea Perfetti na Cia Athletica (Kansas) - inscrições e agenda completa AQUI.

20 de agosto: aula gratuita com Tarik e Lea Perfetti no SESC Ipiranga - inscrições e agenda completa AQUI.

1. Como começou no caminho da Yoga? Aos 19 anos, minha astróloga me deu o Livro "Autobiografia de um Yogi" de Paramahansa Yogananda. Pouco tempo depois comprei um livro da editora Pensamento intitulado "Yoga e Sexo" apesar do título o livro era bastante simples e objetivo. O autor recomendava uma prática diária de asana (posturas) e pranayama (exercícios respiratórios) e frisava a importância de se praticar antes do sol nascer e deixar que os olhos fossem expostos à luz do sol progressivamente (não se deveria acender nenhuma luz em casa após despertar).
Nessa época eu já praticava Tai Chi e Chi Kung diariamente e foi fácil integrar a sequência do livro no meu "programa" diário. Um ou dois anos mais tarde tive a minha primeira aula de Yoga com um professor, estudei com ele por 5 ou 6 anos, um professor de Iyengar, mas que me ensinou também Ashtanga. Entre 98 e 99 eu já praticava a série do Ashtanga Yoga mais ou menos regularmente, mas continuava com o Tai Chi e o Chi Kung e com o Iyengar. Em 2000 tive a minha primeira aula de Ashtanga com um professor Certificado, o Tomas Zorzo, da Espanha. Após essa experiência de uma semana deixei todas as outras práticas, deixei também a faculdade de Medicina Chinesa no último ano. Estava com viagem marcada à China, mas decidi voar para Bali, para surfar, praticar Yoga com o Rolf Naujokat e conhecer um pouco das minhas raízes, pois a minha família materna veio toda da Indonésia, colonos holandeses. Em 2001 fui à Mysore e voltei todos os anos após, até 2008. Sou apaixonado por Ashtanga Yoga, adoro a tradição, adoro o sistema e minha intenção é preservar e transmitir o sistema tal e qual aprendi na Índia.

2. Como a prática mudou sua vida? Bem, é uma pergunta difícil de responder, pois mudou muita coisa e não posso afirmar se foi fruto da prática ou não... Externamente me levou a viajar mais pelo mundo, conhecer novas culturas e pessoas. Internamente me fez acreditar e ter consciência de uma "realidade paralela" a essa realidade que a maioria das pessoas vive e acredita como sendo real. Percebi muito cedo que sou 100% responsável por tudo que acontece na minha vida e se a coisa não sai bem como planejado é sempre uma boa oportunidade para reformular a minha intenção.
Fica difícil culpar ou apontar o dedo aos outros quando se tem essa consciência e isso diminui bastante os conflitos com ou outros ou com o meio ambiente.
Uma pessoa deve tentar estar em paz com todas as suas ações assim como com as consequências das mesmas, quando caímos temos de aprender a levantar e continuar a caminhada, cair duas vezes no mesmo buraco é muito chato e a Yoga pode ajudar a evitar que isso aconteça. Somos seres de hábitos e vícios, a prática e a disciplina são boas para quebrar isso tudo. A Yoga é uma filosofia prática bastante objetiva, mas sem estudo não há Yoga. Guruji sempre disse "99% Practice 1% Theory..." não invalida de todo o 1% de teoria, esse 1% é fundamental para compreender a Yoga e os 99% de prática vão tornar a experiência direta e não conceitual.
Qualquer pessoa com a mínima disposição consegue acumular conhecimento teórico ou contorcer o corpo e esse "conhecimento" pode se medir e mostrar, mas a verdadeira investigação é individual e é impossível medir ou comparar. A experiência da Yoga é individual, há linhas gerais que devem ser seguidas mas onde a Prática te leva depende unicamente da Intenção de cada um.

3. Coletivamente, como a Yoga pode melhorar o mundo? Tornando as pessoas mais conscientes, menos consumistas e mais responsáveis pelas suas ações.

4. O que te traz paz? A Paz é um conceito muito amplo e varia mediante as circunstâncias e o meio ambiente, a prática do Yoga me traz uma dose constante de Paz que tenho acumulado ao longo dos anos, isso não significa que eu não seja vulnerável ao estresse, essa Paz flutua também. De fato, e uma vez que nos conhecemos melhor, a Yoga pode te gerar estresse para obrigar a mudar, eu por exemplo necessito estar próximo à natureza e não me dou muito bem com as cidades, compreendo perfeitamente o motivo pelo qual os Yogis vão para os Himalayas.
Para mim, que sou extremamente ativo fisicamente e necessito de contato com a Natureza, não há melhor sensação de Paz de quando saio da água do mar após surfar ou "bodysurfar" e encontrar a minha mulher e os meu filhos. A Índia é um local que me traz muita Paz também. Jejum traz bastante Paz também. E é claro, fazer Amor. Make Love not War...


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