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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Yoga e Ayurveda

Por Gustavo Ponce

A maior parte dos ocidentais identifica o Yoga com posturas físicas (asanas), uma pequena parte dessa ciência milenar. Mas as posturas são um gancho para entrarmos em suas práticas espirituais, como os mantras e a meditação.

O Ayurveda é cada vez mais conhecido no ocidente como um sistema de medicina natural. Sem dúvida o aspecto físico da cura por meio de ervas e dietas é apenas uma pequena parte dessa ciência. A parte mais importante é a que trata da cura do corpo sutil e da mente (que inclui práticas iogues e meditação).

O que a maioria das pessoas desconhece é a relação estreita entre Yoga e Ayurveda. Primeiro de tudo, elas têm uma raiz comum: a tradição védica da Índia. Ambas as disciplinas se desenvolveram ao mesmo tempo e sempre foram usadas juntas. Por esse motivo, aqueles que se interessam por uma delas se beneficiam dos estudos da outra. A maioria dos livros de Yoga no ocidente fala muito pouco sobre o Ayurveda, mas não existe nenhum livro de Ayurveda que não fale de Yoga. Tanto o Yoga clássico quanto o Ayurveda enxergam o indivíduo como um todo, que não é apenas um corpo, mas sim mente e alma.

Aqueles que conheceram o Yoga apenas pelo aspecto físico podem não ter ideia da importância da sua conexão com o Ayurveda. O estudo combinado do Yoga e Ayurveda é de fundamental importância para cada disciplina e nos ajuda ver a vida de uma maneira totalmente diferente. O Yoga como terapia sempre foi prescrito no contexto ayurvédico. A terapia iogue clássica sempre foi ayurvédica em sua teoria e aplicação.

Se tomarmos como exemplo a prática das posturas, nos daremos conta que no Ayurveda existem três tipos principais de constituição física e mental que devem ser levados em conta para decidir que postura praticar e de que forma. Não podemos ignorar as particularidades individuais das estruturas corporais de cada indivíduo e suas características orgânicas. Os asanas devem ser usados como veículo para direcionar o prana (energia vital) para a parte do corpo que mais necessita dele. O prana tem efeito curativo e não o asana por si só.

Os três tipos de constituição no Ayurveda são: vata, pitta e kapha. As posturas feitas lenta e suavemente beneficiam vata; aquelas que têm por objetivo resfriar o corpo e relaxá-lo beneficiam pitta; e aquelas que são praticadas com rapidez, fluidez e calor beneficiam kapha. Há técnicas específicas de pranayamas (exercícios respiratórios) para cada tipo.

Um especialista em Ayurveda determina rapidamente qual sua constituição predominante. Os vatas normalmente têm um corpo fino e leve, com ossos pequenos. Tem grande flexibilidade e agilidade quando jovens, mas carecem de energia e resistência. Quando envelhecem ficam duros. Sofrem frequentemente de artrite depois dos 50. Sempre sentem frio, têm má circulação, pele seca e suas articulações estalam. São bastante nervosos e medrosos. Frequentemente adotam uma postura de desconfiança. Têm problemas na coluna como escoliose. Certos asanas são fundamentais para esse tipo e a falta de prática pode gerar sérios problemas, incluindo a inabilidade para meditar.

Os pittas têm uma constituição mediana ou normal, Não são nem muito altos nem muito baixos. Nem muito pesados nem muito leves. Geralmente têm boa musculatura e flexibilidade devido à sua circulação e lubrificação das articulações favorável. Psicologicamente os pittas são muito agressivos e gostam de brilhar em qualquer atividade. As posturas para esses biótipos devem ser aquelas que esfriam não apenas no nível físico, mas também mental e emocional.

Os kaphas têm um corpo físico pesado e grande, tendem a engordar com facilidade. Têm ossos curtos e em geral pouca flexibilidade. Por esse motivo os kaphas não devem fazer posturas como a do lótus e outras que não são apropriadas a esse biótipo. As mulheres kaphas podem ser magras quando jovens, mas frequentemente ganham muito peso quando envelhecem e principalmente depois de ter filhos. Os kaphas acumulam muco na região do peito. Tendem a ser sedentários e raramente estão fisicamente ativos, a não ser que sejam estimulados por alguém. Nesses casos são normalmente muito regulares em suas práticas. Têm uma digestão lenta e um metabolismo baixo.

Quando praticamos as posturas e pranayamas com alguns dos princípios básicos do Ayurveda em mente, nos beneficiamos de maneira ainda desconhecida até esse momento.



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Gustavo Ponce é o criador do método Sattva Yoga, estuda e utiliza Yogaterapia, é a prova viva de que consciência pode levar à cura de qualquer doença e participará do Yoga pela Paz 2011. Para mais informações consulte www.sattvayoga.cl


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